quinta-feira, 1 de abril de 2010

De volta a Barcelona

A quando da primeira visita a Barcelona, onde iniciei o cruzeiro "Brisas do Mediterrâneo 2002", o contacto com as obras de Gaudí limitou-se praticamente à Sagrada Família, a interminável obra do artista, que continua a desenvolver-se segundo as maquetes e orientações deixadas por si.
Se chegará a ter um fim, só Deus o sabe, já que Gaudí lhe dedicou a obra. E quando lhe foi perguntado: "Mestre, quando é que a catedral vai ficar pronta?", a resposta foi: "o meu Cliente não tem pressa, Ele tem todo o tempo do mundo".
O templo começou por chamar-se de "Catedral dos Pobres" e deveria ser financiado exclusivamente através de doações, mas a dada altura não havia dinheiro para continuar as obras. E o artista encontra a morte, atropelado por um eléctrico, precisamente quando andava em busca das tão necessárias doações. Tinha 72 anos.
Por tudo o que nos deixou, podemos dizer que foi um homem que sempre esteve à frente do seu e mesmo do nosso tempo.
A natureza parece ser a sua fonte inspiradora, mas basta visitar a Casa Batlló para que nos sintamos embasbacados com o resultado do seu trabalho. Um simples puxador de porta ou de janela, parecendo esquisito, apenas nos mostra que está moldado para se adaptar na perfeição aos dedos de quem o puxa. Mas isto é apenas um pormenor, porque para o resto faltam as palavras. As maravilhas não conseguem descrever-se. Só vistas ! No entanto, há muita gente que as acha bizarras.
A frente ondulada da Casa BatllóO tecto da sala concebido com a aparência do efeito sifãoAs curiosas chaminésO efeito da luz a dar amplitude ao espaço
A antecipação quanto ao efeito esperado da luz sobre as coisas e os espaços, é um aspecto que comprova que a fonte inspiradora só podia ser a natureza e que o prodígio da sua mente as converteu no que realmente são - obras de inigualável beleza. Tal como a natureza nos mostra as suas. Mas as de Gaudí são muitas e exercem sobre mim um fascínio extraordinário. Alguns exemplos agora vistos ou revistos: Sagrada Família, Casa Batlló, Casa Milà (La Pedrera), Park Güell, Casa Vicens, tal como já vira noutra altura a Catedral de Maiorca, que não sendo da autoria de Gaudí, a sua intervenção ao longo de uma década, foi importante na recuperação de uma parte da obra.
Por isso, este ansiado regresso a Barcelona. E se as obras de Gaudí foram a mola impulsionadora, a verdade é que Barcelona é uma cidade de encantos, que exerce sobre nós um chamamento a que é impossível resistir.
Casa Milà (La Pedrera)

Também aqui, outras curiosas chaminés

Sempre em transformação, em Barcelona tudo parece ser pensado em função do turismo e, talvez por isso, a atracção que exerce sobre os seus visitantes.
Estas linhas, tiradas de um guia turístico, são bem expressivas: "Poucos locais estão tão repletos de história e são tão audaciosamente modernos. Animada e alegre, é uma cidade que cintila tanto de noite como de dia".
E a tornar esta visita de todo inesquecível, ela fica também associada ao aniversário natalício.


Parc de la Ciutadella

Arco del Triomf
A controversa Torre Agbar