quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Torneio de gamão 1970

Viajando no tempo

Através destas imagens que fui buscar aos arquivos, é possível fazer esta viagem, recuando no tempo e reconstituir um momento vivido no já distante ano de 1970.
Clientes habituais do Café Aliança, sempre que ali se encontravam, era certo e sabido que havia uma partida de gamão.
De tal modo entregues à prática deste desporto-passatempo, que foi decidido realizar um torneio para apurar o melhor de entre os melhores – que eram todos - afinal !
Mas o torneio tinha de ter, e teve, outros condimentos.
Desde logo uma grande almoçarada, com rega a condizer, proporcionada pelos diversos abastecedores privados de vinho.
Para esbater a feijoada, que julgo ter sido o almoço, e preparar as forças para a lancharada, houve um torneio de malha durante a tarde, dessa forma se fazendo o exercício físico necessário para acelerar a digestão.
Não me lembro do vencedor do torneio de gamão, nem do vencedor do torneio de malha, mas todos saíram vencedores do convívio que se realizou, que hoje aqui recordo, através desta viagem no tempo.
E se recordar é viver, aqui se revivem esses momentos de convívio de um grupo de amigos, onde já faltam alguns, que entretanto nos deixaram. Mas os outros cá estão para recordar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

2010 - Paris e Benelux

Visitar os países do Benelux estava nas intenções de viagem para o ano de 2010, concretizando-se agora através do programa da Pinto Lopes Viagens, S.A., do Porto, que também incluia Paris.
Porque viajar é o que gosto de fazer, sempre que posso. E neste ano aconteceu de 21 a 29 de Agosto.
Foi uma viagem que obrigou a levantar bem cedo, partindo do Fundão às 02,00 horas da madrugada, para estarmos no Porto às 05,00 horas, a fim de tomarmos o avião com destino a Paris.

1º. dia - Paris

Chegados à cidade-luz, mas que nos dizem ter agora menos iluminados os seus símbolos, talvez devido à crise, foi-nos proporcionada uma volta panorâmica, que nos mostrou já alguns dos monumentos da capital francesa.

A hora do almoço chegou e cada qual procurou garantir a sua refeição, o que aconteceu connosco nas proximidades do Arco do Triunfo.
Veio depois a visita à Torre Eiffel, que já tinha feito por outras vezes, mas se repetiu agora por estar incluída no programa da viagem, embora o calor e a muita gente a tivessem tornado um pouco menos agradável.

Mas vale sempre a pena olhar Paris lá do alto.

Seguiu-se a instalação no hotel, que ficava a cinco minutos dali, percorrida a distância a pé.
Para a noite e após o jantar, que aconteceu na proximidade dos Campos Elísios, nova panorâmica da cidade, finda a qual regressámos ao hotel para recuperar do longo dia, por nós iniciado às 2,00 horas da manhã.

2º. dia - Paris

Para a maioria dos elementos do grupo, que se formou a partir do Porto, a Eurodisney era local para visitar, o que não aconteceu connosco por já termos visitado, noutra ocasião, aquele maravilhoso espaço de sonho e fantasia.

Tendo o dia por nossa conta decidimos visitar o Palácio de Versailles, os seus jardins e fontes, que já estavam definidos como objectivo. Tal como nós, outros dois casais fizeram o mesmo.

Houve então a oportunidade para admirar o que foi a grandiosa cidade real criada por Luís XIV, a partir da transformação do palácio de caça de Luís XIII, um templo do poder absoluto onde as regras da corte do maior de todos os monarcas do mundo eram ditadas por uma etiqueta altamente exigente.

Também os grandiosos jardins mereceram a nossa atenção, onde os jactos de água e a música se misturam, para nos deliciarem com um espectáculo magnífico. Vimos muito e muito mais ficou por ver, pois a grandiosidade daquele conjunto exige muito mais tempo do que as cinco horas que foi possível dedicar-lhe.

Após um breve descanso no hotel, encetámos uma caminhada pela margem do Sena até à Praça da Concórdia, cruzando o Sena na magnífica Ponte Alexandre III e indo até à grandiosa Igreja da Madalena. No regresso, de novo cruzámos o Sena, agora na Ponte da Concórdia, passámos pelos Inválidos, vindo a jantar numas das muitas esplanadas existentes ao longo do percurso e acabando por assistir da portaria do hotel ao "fanico" das luzes da Torre Eiffel, pelas 23,00 horas.

3º. dia - Paris

Para este dia estava programada a visita a Montmarte com o Sacré-Coeur e a Place du Tertre, onde se respira a atmosfera boémia de Paris do século XIX. A manhã de chuva não foi obstáculo para a sua concretização, ajudando a que os comerciantes chineses ou indianos da zona vendessem mais alguns guarda-chuvas, que não duravam mais que a primeira ou segunda aberturas.

Após subida a pé da colina e a inesquecível visita ao Sacré-Coeur, passeámos pela Place du Tertre que deixa em nós a emoção de sentir que estamos a pisar o espaço por onde se movimantaram figuras tão famosas como Delacroix, Renoir, Manet, Van Gogh, Amadeo Souza Cardoso e tantas outras. Existe até a ideia de que ninguém pode dizer que conhece Paris se nunca tiver subido até cimo de "la butte" (colina).

No regresso, a passagem pela zona do Pigalle, com os seus famosos lugares da vida nocturna parisiense, com destaque para o emblemático Moulin Rouge, seguindo-se o cruzeiro pelo Sena, que nos permitiu admirar muitos dos monumentos de Paris e contornar a Ile de la Cité, admirando de diversos angulos os monumentos ali existentes e a inigualável Catedral de Notre-Dame. Apesar da chuva, foi um passeio inesquecível.

Houve, então lugar ao almoço, que aconteceu perto do Centro Pompidou.

Ficando cada um por sua conta e porque nos encontrávamos relativamente perto de Notre- Dame, decidi e outros também o fizeram, visitar esta catedral. Irá perdurar na memória a imagem deste belo e grandioso monumento.

E, desafiados pelos companheiros António Carvalho e esposa, de Braga, decidimos encetar, a pé, o regresso para o hotel, junto da Torre Eiffel. Duas horas de caminhada à beira do Sena, com passagem pelo Museu do Louvre, que deixaram marcas nos nossos pés - borregas e inchaço. Mas tudo passou.

E o dia havia de terminar com a panorâmica nocturna, revendo com iluminação grande parte dos monumentos que haviam sido vistos à luz do dia.

4º. dia - Bruges - Bruxelas

Entrados na Bélgica, a primeira cidade a visitar foi Bruges, que designam também como a Veneza do Norte, devido aos seus muitos canais.

Construída pelos Condes de Flandres, adquiriu tal importância que eles próprios ali tiveram a sua residência. No decurso do século XIII tinha acesso directo ao mar e, pelas suas condições, elevou-se à categoria de porto mundial.

Foi pela Grande Praça desta linda cidade flamenga que iniciámos a visita, rodeada de preciosidades arquitectónicas que nos cativaram desde logo a atenção, mas outros monumentos nos despertaram também todo o interesse, como a Torre da Câmara Municipal e o gótico admirável da sua construção. Mas muitos outros ficaram gravados na nossa memória, pela beleza da sua traça.

A visita à Basílica do Santo Sangue, com dois pisos de estilo romano, constituiu um momento tocante, pois nos permitiu colocar as mãos sobre o relicário do Santo Sangue, que a tradição diz ter sido trazido de Jerusalém por Thierry de Alsacia e o cedeu a esta cidade.

Mas depois de termos provado umas cervejas, de entre as dezenas de marcas de cerveja belgas, tivémos de dizer adeus à cidade de Bruges, com o seu urbanismo de reminiscências medievais e em que os pormenores da arquitectura gótica são uma presença constante nas casas de ruas e ruelas que rodeiam os canais.

Em Bruxelas, após o alojamento e jantar, seguiu-se um circuito panorâmico no centro da cidade, com destaque para a Grande Praça, património da Humanidade, com os edifícios das corporações e Câmara Municipal, havendo então a oportunidade para vermos um espectáculo multimédia, com efeitos de grande colorido e música, projectado sobre este edifício.

No dia seguinte, nova panorâmica da cidade para conhecermos os Edifícios Comunitários, Palácio Real, Catedral de St.Michel e de novo a Praça dos Palácios, para depois conhecermos os símbolos da cidade – o pequeno Julião ou Manneken Pis - e o Atomium.

5º. e 6º. dia - Haia e Amesterdão

Rumando a Haia (Den Haag), aqui chegados, houve tempo para o almoço na praia de Scheveningen, com as surpreendentes esplanadas sobre a areia, onde não faltam sofás e aquecedores para criar um estranho ambiente de sala de estar, com o mar a rugir por perto.

Todos conhecemos a existência do Tribunal Internacional, diante do qual batemos umas fotos, mesmo que isso nos tivesse sido dificultado por umas ruidosas excursionistas orientais (chinesas, japonesas ?) que nunca mais acabavam de se compor para a fotografia.

Seguiu-se a visita ao Parlamento Holandês-Binnenhof, tendo eu registado até, em imagem, a saída do futuro primeiro-ministro, que passou junto a mim.

No seguimento fomos até Madurodam - a Holanda em miniatura (reduzida à escala de 1/25), onde estão reproduzidos os principais símbolos da Holanda, como monumentos, canais e até o seu desnível, auto-estradas, aeroportos, obras de arte. Todos os pormenores foram contemplados, dado que tudo se encontra em funcionamento, sejam comboios, barcos, automóveis, aviões, bandas de música, etc., etc.. Para final de dia, esta experiência não podia ser mais agradável.

Após uma noite, em que uma tromba de água se abateu sobre Amesterdão, deixando muitas ruas transformadas em verdadeiros mini-canais, foi feita a visita ao “Bloemenveiling Aalsmeer” - FloraHoland - uma cooperativa de cerca de 6.000 cultivadores de flores, onde ocorre todos os dias o maior leilão do mundo. As estatísticas dizem que durante 24 horas são comercializadas, entre flores e plantas, 48 milhões de unidades, com um volume de vendas de 16 milhões de euros.
É também chamada de “bolsa das flores” e os 40 relógios existentes nas 13 salas de leilões, são o seu coração.

Este é o circuito diário e o seu tempo:- 17,00 horas lugar de cultivo; 20,00 transporte e chegada; 22,30 câmaras de refrigeração; 04,00 inspectores; 06,00 informação nos relógios através dos quais se faz o leilão; 07,00 distribuição; 11,00 clientes do leilão; 16,00 chegada ao consumidor.
As flores ali comercializadas chegam de todo o mundo, muitas das vezes para regressarem aos países de origem, onde vão para as mãos do consumidor final.
Tem uma área equivalente a 125 campos de futebol, onde se regista toda a azáfama das operações ligadas ao leilão, com uma incrível movimentação de pequenos comboios carregados de flores, que depois são apanhados por um sistema de garras suspenso do tecto que, por esse meio, leva os carrinhos que formam o comboio, para um enormíssimo armazém do outro lado da estrada, onde as flores são metidas nos camiões que as hão-de levar para os destinos.
Incrível a velocidade a que tudo isto se processa, mas só assim é possível o negócio de uma mercadoria tão frágil como a flor.

A seguir ao almoço, ainda com alguma chuva, fez-se o mini-cruzeiro pelos canais de Amesterdão, ficando com tempo livre para o resto da tarde.

Chegámos então ao jantar, após o qual se fez a visita nocturna dos canais com as suas pontes iluminadas, terminando o dia com a visita ao “Bairro das luzes vermelhas”.

Um pormenor de indole pessoal, foi a visita ao bar de nome “Susies Saloon”, onde em 2002 havia deixado pregado no tecto um cachecol dizendo “Força Portugal”, que ainda lá permanecia, para minha grande satisfação. Mereceu a cerveja que ali bebemos.

7º. dia - Volendam – Colónia

Saímos de Amesterdão para Volendam, uma antiga aldeia piscatória que agora está transformada em grande atracção turística, por ter deixado de estar ligada ao mar do norte, mas pelo caminho foi feita a visita a um fabricante dos tradicionais socos holandeses, onde em poucos minutos vimos transformar um cavaco de madeira numa bonita tamanca.

E de Volendam rumámos a Colónia, onde foi o nosso alojamento.

8º. Colónia - Vale do Reno

Começámos o dia visitando a imponente Catedral de Colónia, o monumento gótico mais conhecido da Alemanha, que alberga os restos mortais dos Reis Magos e cuja construção demorou 632 anos a concluir.

Daqui partimos para a visita à cidade de Koblenz, assim como ao Deutsches Eck, a ponta de terra onde convergem os rios Mosela e Reno, e onde está implantada a grandiosa estátua do imperador Guilherme I.

A caminho de Boppard e St.Goar, cruzámo-nos com a grande corrida de patins em linha, que ali acontece todos os anos no dia 28 de Agosto, chegando ao almoço, após o que se realizou o cruzeiro pelo rio Reno, ao longo do qual foi possível admirar os famosos castelos e fortalezas existentes nas suas margens.

Já a caminho do Luxemburgo, a “paragem em Bacharach e visita da localidade, ainda com aspecto medieval”, que estava prevista no programa, não se concretizou, ao que presumo pelo atraso que se verificou no início do cruzeiro, ficando por visitar e recolher imagens como estas.

9º. dia – Luxemburgo

Visita do Luxemburgo, a cidade recortada por rios e muitas pontes, com uma paisagem de vales e muito verde, onde as fortificações e bairros antigos fazem parte do Património da Humanidade.

Aqui terminou o circuito, regressando então ao Porto e dali para nossas casas, mas pelo caminho o nosso grupo não deixou de matar saudades da gastronomia portuguesa, com o saboroso leitão da Bairrada.

Finalmente, uma palavra para o guia e para o motorista

Estivémos confiados ao Rui e entregues nas mãos do Sérgio. Merecem uma palavra de apreço, pela competência e profissionalismo de ambos, o primeiro pelo que nos deu a conhecer e tratamento que providenciou "sem stress e tudo sob controle", o segundo pela segurança demonstrada na condução do autocarro e pela tranquilidade que transmitiu ao grupo. Havemos de nos encontrar de novo, se Deus quiser.