sexta-feira, 15 de agosto de 2008

2001 - Futuroscope e Eurodisney

A ida aos parques do Futuroscope e Disneyland foi uma prenda que quis dar a mim mesmo, quando fiz 57 anos, tendo aberto a garrafa do champanhe precisamente na noite passada no hotel junto ao Futuroscope.
Era o dia 31 de Março e estavam comigo, para além de minha mulher, o meu irmão e minha cunhada.
De há muito andava à espera da oportunidade de visitar estes parques, o primeiro auto-denominado de “Un monde d’éxperiences” e o segundo como "Uma viagem ao mundo da fantasia", que ao contrário do que às vezes se ouve dizer não é apenas para crianças.
Os graúdos também os “curtem”, tanto ou mais que os miúdos.

O Parc du Futuroscope - Poitiers
Foi de automóvel a viagem até Poitiers-França, onde se situa o Futuroscope, aí tendo passado duas noites, a primeira das quais foi de comemoração de aniversário, como já se disse.
A altura foi a melhor, porquanto não havia muita gente e o tempo esteve maravilhoso.
O dia imediato ao da chegada foi de levantar cedo e começar a visita assim que as portas abriram, o que tornou possível visitar quase todos os pavilhões.
A mensagem de boas vindas do parque refere-se aos seus visitantes como "amantes de sensações fortes ou curiosos em busca de evasão…e que ninguém imagina o que o espera".
Assim é de facto. No parque vivem-se sensacionais experiências em 3D, sobre gigantescos ecrans, em assentos que se movimentam, interagindo com as imagens apresentadas, tudo num fabuloso programa composto de 20 atracções, distribuídas por igual número de pavilhões.
Conseguimos visitar 19 deles, escapando-nos por pouco a visita ao último pavilhão, o da fotografia, cuja entrada não alcançámos por escassos minutos.
Já o havia visto na Expo98, mas também aqui nos foi dado submergir à velocidade do relâmpago até à mítica cidade de Atlântida e assistir à luta dos deuses, um a querer destruí-la e outro a querer salvá-la.
Logo de imediato “acompanhámos”, confortavelmente instalados em cadeiras viradas para um ecran hemisférico, no interior de um imenso cubo translúcido, a equipa de veteranos alpinistas na sua subida a mais de 8.000 m. no Everest, sendo multiplicada a sensação de imensidade graças a uma objectiva tipo Fish Eye (olho de peixe).
Uma descida aos abismos ser-nos-ia proporcionada por comboio fantasma a velocidade infernal, em que o assento coordenado por computador em interacção com as imagens e através de labirintos e som, nos inserem num inquietante universo.
Os efeitos são os mesmos quando enfrentamos o Tiranosauro Rex e as suas monstruosas mandíbulas que parecem devorar-nos, criando uma proximidade e envolvência com garantia de pavor, através do 3D.
Mas a viagem ao interior de um computador ajuda-nos a compreender todo o seu funcionamento e utilidade, por vezes emperrado por seres maliciosos e destruidores que bem conhecemos como “vírus informáticos”.
Viagem assombrosa e de uma beleza extraordinária é-nos proporcionada por dois ecrans, um à nossa frente e outro inclinado sob os nossos, quando acompanhamos as borboletas-monarca na sua viagem migratória de mais de 3.000 km, das florestas do Canadá até ao México, atravessando todo o continente norte-americano.
O efeito proporcionado pelos dois ecrans, que resultam da filmagem de dois ângulos em paralelo, é o mesmo que nos sentirmos integrados e envolvidos pelo vôo das próprias borboletas, em número de milhões, sobre o manto verde das florestas e daí o nome do programa "tapete mágico". A experiência é fascinante.
Os alliens delirantes é a história de simpáticos extraterrestres errantes em pleno cosmos na busca de uma terra tranquila, vindo a aterrar precisamente no Parque do Futuroscope, onde nos encontrávamos, para ver as suas peripécias cheias de humor.
Também nos foi dado fazer uma alucinante viagem ao volante de um F3, através de apertadas ruas, conseguindo vencer os mais incríveis obstáculos.
Noutro pavilhão vivemos experiências sensoriais inéditas, em que através de diversas técnicas audiovisuais somos levados a conhecer os mecanismos dos 5 sentidos, o que nos é dado pelo simples acto de saborear.
A sétima arte tinha o seu espaço num dos pavilhões, sendo muito interessante a forma como fizemos a visita, em barquinhas móveis que nos transportam através de um estúdio de 3.000 m2, onde pudemos conhecer todos os truques cinematográficos e a montagem de filmes, incluindo a simulação de uma grande tempestade dentro de um enorme tanque, onde um navio luta contra enormes ondas e se vai despedaçando pouco a pouco. As luzes e os sons que imitam relâmpagos e trovões, completam um quadro “assustador”.
E outras experiências aconteceram ao longo do dia, culminando no espectáculo do Lago das Imagens, em que os ecrans são projecções de bruma ou paredes de água de 15 m de altura, formando um leque em que se fazem diversas projecções de imagem, ao mesmo tempo que de forma sincronizada se vai desenrolando um maravilhoso espectáculo aquático com personagens surpreendentes, pirotecnia e música.
É deste espectáculo que se apresenta um vídeo, dividido em duas partes:
Lago das imagens - Parte I

Lago das imagens - Parte II
Galeria de fotografias:

O Parc Disneyland – Paris
Após breve estadia em casa da sobrinha Ana Maria, em Beauvais, surge a ida ao Parc Eurodisney, em Paris.
Também nos fez companhia a sobrinha-neta Julie, de 12 anos, que ajudou a que a “criança que há em nós” tivesse gozado de total liberdade enquanto permaneci naquele mundo de fantasia, levando-me a regredir na idade até à idade dela. Foi maravilhoso o impulso de juventude de que fui tomado, que me levou a acompanhá-la em todas as diversões em que participou.
É caso para dizer que fui garoto – no bom sentido - por umas horas em mais um dia da minha vida.
Começámos por apanhar o velho comboio do Oeste americano e a partir daí todo o cenário e personagens nos surgem a condizer.
Mas depressa este se altera, para nos surgir o Tarzan com o seu típico grito, enquanto nos embrenhamos em densa floresta.
E os quadros vão surgindo à medida que avançamos pelo interior do parque, passando de forma quase instantânea do mundo das fadas para o dos monstros, como acontece quando deixamos o castelo da bela adormecida e visitamos a casa assombrada.
A experiência de uma estonteante viagem através da mina em que Indiana Jones se viu perseguido pelos bandidos, sobre carris montados em estruturas de “madeira” de uma fragilidade aparente, é de nos deixar de pernas para o ar e cabeça às voltas, uma vez que a partida do comboio até se faz para trás em alta velocidade e em looping para baixo. Inesquecível. Outra viagem de “ficarmos com a cabeça na lua”, é a que empreendemos quando nos instalamos no foguetão Space Mountain-Da terra para a lua e somos projectados a cerca de 90 Km/h para o cosmos, que no caso é uma enorme esfera onde um emaranhado de carris nos faz subir e descer vertiginosamente, ora contra a lua, ora contra uma ou outra estrela, das quais se desvia no último instante.
A gritaria ensurdecedora dos ocupantes do foguetão, aquando das descidas vertiginosas e rodopios estonteantes, completam um quadro "espacial" sem comparação.
Também a viagem num “velho barco”, movido a vapor, através do “Amazonas” é recordação que ainda permanece bem viva.
E quem tinha pavor aos ratos ficou em estado de choque ao assistir ao espectáculo visionado com óculos especiais que nos davam a ilusão do 3D, enquanto os assentos nos faziam interagir com as cenas projectadas, movendo-se de forma sincronizada com o ritmo da acção.
Mas de facto o pavor surge no final quando “vemos” a sala inundar-se de ratos, ao mesmo tempo que os “sentimos” bater nas nossas pernas, provocando um pânico indescritível, principalmente nos elementos femininos, que sabem para as próprias cadeiras ou para o colo do vizinho.
O Castelo da Bela Adormecida, Branca de Neve e os sete anões, As viagens de Pinocchio, Os voos de Peter Pan, Dumbo o Elefante, As mil e uma noites e tantos outros quadros que nos fazem dar largas à fantasia, deliciando grandes e pequenos, torna-se impossível descrevê-los todos aqui em pormenor.
Tal como no Futuroscope, as mais avançadas tecnologias permitem criar espectáculos fantásticos de realidade virtual, como é o caso da viagem do Nautilus, dirigido pelo Capitão Nemo das Vinte Mil Léguas Submarinas, em que participámos como passageiros.
Estes e tantos outros do género, só mesmo estando lá.
Porém, o dia não havia de terminar sem a fantástica Parada do Maravilhoso Mundo Disney, em carros e centenas de figurantes, que dão vida a todas figuras imaginadas pelo seu criador Walt Disney, e ao deixar o Parc Disneyland sentimos já um desejo enorme de voltar, o que faríamos de bom gosto e de imediato, dando meia-volta e entrando de novo.
Valeu a pena ser criança por mais um dia. Simplesmente maravilhoso e inesquecível.

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