domingo, 9 de novembro de 2008

2006 - AS 4 CAPITAIS DA EUROPA CENTRAL

PRAGA - BRATISLAVA - BUDAPEST - VIENA
Neste, como noutros, a escolha do programa teve a ver com o seu conteúdo, mas também foi dada muita importância ao operador, que foi aconselhado pela agência de viagens, confirmando-se no final que o serviço prestado correspondia à garantia de qualidade que nos foi dada sobre a Nortravel. O programa cumpriu-se sem falhas e a guia Tatyana, de nacionalidade checa, foi impecável.
No aeroporto de Lisboa demo-nos conta de que o casal fundanense Lili e José Travassos também seguia para o mesmo circuito, sendo por isso companheiros de viagem sem que antes o tivéssemos combinado. A viagem até Praga, com escala em Paris, foi ótima e à chegada a guia instalou-nos no Hotel Dorint Novotel. Uma particularidade deste hotel é que havia um enorme hall com escadaria à volta, tendo suspenso no centro um grande coração com uma abertura ao meio, o que permitia que as pessoas que estivessem na varanda ao nível do primeiro andar se vissem através dessa abertura, ouvindo-se perfeitamente sem que tivessem de elevar a voz, apesar de estarem bastante distantes umas das outras.

Depois de instalados, fiz com a Nelita um pequeno passeio de reconhecimento nas proximidades, regressando ao hotel, onde jantámos. E foi ao jantar que, na mesma mesa, nos reunimos com outro casal de portugueses que soubemos residirem no Canadá, chamados Tina e Pedro. O que aconteceu de bom desde esse momento já foi relatado neste blogue - uma amizade geradora de tal empatia com o casal, que em 2008 já o visitámos no Canadá, hospedando-nos em sua casa e mostrando-nos lugares tão maravilhosos como Toronto e as Cataratas do Niágara, de entre outros (CLIC para ver).
Praga
O dia seguinte foi de visita guiada pela que é designada de "Cidade das Cem Torres", começando pelo venerado Menino Jesus de Praga. Logo de seguida atravessámos o rio Moldava através da célebre Ponte Carlos, uma autêntica galeria ao ar livre e evocativa da figura do filho dilecto da cidade, o Imperador Carlos IV, entrando depois na Cidade Velha onde percorremos as suas encantadoras praças e ruelas. O passeio terminou na famosa Praça Velha, onde admirámos o relógio astronómico, seu ex-libris, almoçando no restaurante "Rott Crystal", onde o atractivo foi a sopa de cogumelos, servida dentro de um pão de onde foi retirado o miolo, servindo assim de terrina e prato ao mesmo tempo.O resto da tarde serviu para algumas compras, de entre elas as peças em ambar, uma recordação obrigatória de Praga.
O segundo dia nesta cidade, um domingo, foi de visitas por conta própria, que fizemos na companhia dos novos amigos Tina e Pedro.
A pé ou utilizando os transportes públicos, visitámos o Castelo, o Palácio Real, a Catedral de São Vito, subindo cerca de 300 degraus para visitar a sua torre, a Rua do Ouro e o Convento do Loreto, onde pudemos apreciar a famosa colecção de custódias, cuja segurança converte o espaço onde se encontram, num verdadeiro cofre forte. Mas, para além dos monumentos, muitos outros locais interessantes foram por nós visitados. Para a noite desse dia aceitámos o programa facultativo de um jantar no edifício da Casa Municipal, uma das construções mais notáveis em arte nova, existente em Praga, e ainda o espectáculo típico de teatro negro ou teatro de sombras (black light), com pessoas fazendo desconcertantes malabarismos e "voando" à frente do pano, como se nada as sustivesse.
O dia terminou para mim, dando-me conta que a unha do dedo grande do pé esquerdo havia saltado, devido ao aperto da sapatilha que usei nesse dia. Ainda assim, não chegou a perturbar o resto do circuito. Quanto a Praga, é mesmo um destino turístico de eleição, seja pelos seus monumentos, seja pela forma como a cultura é tratada, pelos concertos nos mais variados locais, igrejas, rua ou onde menos se espera.
Quando faço este relato, posso dizer que a unha que havia perdido, demorou cerca de um ano para se refazer.

Bratislava
O destino seguinte foi Bratislava, a capital da Eslovaquia. Ali chegados, houve lugar ao almoço em restaurante junto ao Danúbio. Embora de curta duração, a estadia permitiu visitar alguns lugares muito interessantes desta cidade.Budapest
Prosseguindo o programa, tomámos lugar no autocarro para rumar a Budapest, capital da Hungria, a cidade das nove pontes. Aí chegados, fomos alojados no Hotel Helia, também junto ao Danúbio, que podíamos admirar da nossa janela, para constatar o efeito das cheias que houvera tempos antes, tornando as águas completamente barrentas e arrastando consigo muito entulho, cuja presença ainda era bastante visível.
Nessa primeira noite houve jantar no restaurante Kárpátia, para tomarmos contacto com a gastronomia húngara e com a música zíngara, actuando ali alguns elementos da grande orquestra dos 100 violinos, todos de origem cigana, que estiveram em Portugal na inauguração do pavilhão húngaro, na Expo 98.
Tanto a comida como a música foram excelentes, até porque esta acabou por nos ser muito simpática, já que algumas das que foram interpretadas, eram portuguesas e todo o grupo as cantou, acompanhando os músicos.
Nessa noite até brindei com umas quadras os companheiros de mesa, que para além de mim e da Nelita, eram os casais Tina e Pedro, Lili e José Travassos, Graciete e João. Só porque as quadras ajudam a compôr a história, elas aqui ficam:
Uns versinhos a quadrar
Porque mais não sou capaz
Aos amigos vou dedicar
C’os cumprimentos do Vaz

Foi um momento de festa
Ouvindo música a compassos
Numa noite como esta
Em que estavam os Travassos

A comida era boa
E muito bom era o pão
Alentejanos, de Lisboa
Estavam Graciete e João

Ouvindo música celeste
Mas dum grupo sem concertina
Nesse restaurante em Pest
Estavam ainda Pedro e Tina
O dia seguinte teve um circuito panorâmico de autocarro e uma parte livre, em que nós e os nossos companheiros do resto de viagem, Tina e Pedro, almoçámos no edifício da antiga estação ferroviária, hoje uma praça em que há de tudo, incluindo restaurantes com comida típica em grande abundância.
Munidos do mapa da cidade fomos visitando catedrais, a ópera e outros monumentos, tendo a dado momento passado por nós um grupo de chineses ou japoneses, que decidimos seguir, acabando por nos levar a uma das catedrais que pretendíamos visitar. Também eram turistas. Não deixámos de visitar a famosa Praça dos Heróis, com o monumento milenar, encimado pelo Arcanjo São Gabriel.
Para a noite inscrevemo-nos no programa opcional de um cruzeiro no Danúbio, com jantar ao som de violinos e dança de bailarinos. E foi a propósito da valsa "o Danúbio Azul" que a guia local Antónia Kovács, que muito bem falava português, nos disse que o Danúbio é sempre azul se grande é a paixão ou maior a bebedeira. Pois nessa noite também constatei que a água barrenta do Danúbio "era" azul ... e eu não estava bêbado. Apesar do tempo chuvoso, não deixou de ser uma noite inolvidável, a que se seguiu um circuito panorâmico pela cidade, que nos levou a Buda, a outra parte da cidade, daí observando Pest.
Mesmo com chuva, ainda nos foi possível uma passagem pelo parque da cidade, construído aquando das comemorações pelo povo húngaro, do Millennium, ou seja, mil anos após os magiares se terem estabelecido na Bacia dos Cárpatos, fundando a sua pátria. Visitámos um castelo que parecia tirado de um conto de fadas. E a incontornável estátua do "Anónimo" também foi objecto de visita, ficando assim com uma ideia, ainda que pequena, daquele espaço fantástico.
Viena
A última etapa desta viagem às quatro capitais imperiais, correspondeu por inteiro ao que esperava para um final em beleza. Principalmente porque também me proporcionou um concerto num dos seus palácios, concretizando assim um dos meus sonhos. Mas Viena é demasiado grande para ser vista no tempo de que dispomos, o que apenas serve para aguçar o apetite para lá voltar e conhecê-la com mais pormenor.
Fomos alojados no Arcotel, bem situado para nos deslocarmos nas nossas visitas, mesmo quando ficávamos por nossa conta, utilizando os transportes públicos. Mas a visita panorâmica que a guia local nos proporcionou, levou-nos a passar pelos edifícios e praças que constituem o imponente conjunto do Hofburgo, Palácio-residência de inverno da família imperial, pela Praça dos Heróis e Museus de História de Arte e de Ciências Naturais. De autocarro passámos pela monumental avenida Ringstrasse, Parlamento, Câmara Municipal e Igreja Votiva.
Também apreciámos a curiosa obra arquitectónica de Hundertwasser, a fazer-nos lembrar Gaudi. Subimos ainda ao Palácio Belvedere para apreciarmos a vista dos seus jardins, visitámos a Karlzplatz, com a famosa Igreja de São Carlo Borromeo, o mais importante monumento barroco da cidade.
Mas foi no Museu em que a vida de Sisi nos é dada a conhecer nas mais diversas fases, que mais utilizámos o nosso tempo disponível, até chegar a hora do concerto que fazia parte do programa "Viena by night - a magia da música".
E nessa noite fomos até um dos salões do Palácio Schonbrunner, para assistirmos a um programa inesquecível que juntou orquestra e corpo de balett, mas em que a música nos proporcionou um daqueles momentos mágicos que jamais se esquecem.

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