
Entretanto, durante as viagens acontecem sempre algumas surpresas e, para mim, a grande surpresa desta viagem foi Dresden. Não lera o suficiente para me dar conta da grandeza monumental que é Dresden, uma cidade que foi quase totalmente destruída pelos bombardeamentos dos aliados, mas que hoje está completamente recuperada e é, como disse, um sonho quanto a monumentos.
Mas estas viagens têm ainda outro aliciante - conhecemos pessoas maravilhosas. E se isso depende da nossa forma de ser, então pelos vistos temos sido bons companheiros para essas pessoas, pois nos elegem sempre como companhia e daí resultam relacionamentos que nos têm proporcionado momentos muito felizes.
Partimos de Lisboa rumo a Berlim, onde nos aguardava o guia de nome Valter, que nos levou ao Hotel Park Inn, situado na Alexanderplatz e nos alojou no seu 18º. piso.
Frente à nossa janela situava-se a famosa torre da TV e das telecomunicações com 368 m. de altura, tendo a 203 m. a plataforma com um café panorâmico rotativo.
Após o jantar e já com uma temperatura mais amena, pois a tarde esteve muito quente, eu e a Nelita decidimos descer toda a sumptuosa avenida que termina na Porta de Brandenburgo, cujo nome é Unter den Linden, mas que significará algo como "sob as árvores de lima".
Berlim, Potsdam e Sans Souci
O dia seguinte começou pela visita panorâmica à capital da República Federal da Alemanha, símbolo da "guerra fria", que até 1989 ficou dividida pelo "muro da vergonha" entre a parte denominada pela URSS, a leste, e a pertencente à RFA, a oeste.
O sítio em que o muro se encontrava implantado está devidamente assinalado ao longo das ruas, tendo visitado o famoso "Checkpoint Charlie", em que era possível haver passagem entre as alemanhas divididas, mas apenas para condições muito excepcionais.








Como já referi, Dresden foi a grande surpresa, passando a enriquecer o meu conhecimento sobre a chamada "Florença do Elba", uma cidade quase destruída pelo raid aéreo dos aliados de 13 para 14 de Fevereiro de 1945, em que terão morrido mais de 100.000 pessoas.
Antes e depois

Wroclaw e Cracóvia
De partida para a Polónia, a primeira paragem foi em Wroclaw, para uma visita a esta bela e monumental cidade, uma das mais ricas e encantadoras do país. Aí nos foi servido o almoço, de características gastronómicas polacas.
Após o almoço continuámos para a cidade de Cracóvia, uma das maiores do país e classificada de Património da Humanidade pela UNESCO.
A visita a esta histórica cidade foi, em grande parte, feita a pé e dos locais visitados destaca-se o Monte Wavel com o Castelo real e a visita ao interior da Catedral onde foi bispo Carol Woitila, Papa João Paulo II, e ainda a parte de Cracóvia que foi cidade independente e habitada pelos judeus, chamada Kazimierz, em cuja praça foi rodado grande parte do filme "A lista de Schindler". Entretanto, como excursão facultativa, foi-nos dada a possibilidade de visitar as Minas de Sal de Wieliczka, também Património da Humanidade, e a expectativa que tinha sobre esta visita também não saíu gorada.
Tentara informar-me o mais possível sobre o que iria ver, mas a imaginação não foi assim tão fértil para chegar à maravilha que me foi dado observar - uma autêntica cidade subterrânea feita de sal, o chamado sal-gema, com as suas casas, escolas, campos para a prática de desporto, basílica, inúmeras estátuas de santos esculpidas no sal e maravilhosos lagos. Existem ainda sanatórios, restaurantes e capelas em que se realizam cerimónias e concertos.
Fiquei a saber que as minas têm uns 5.000 anos, tem 9 níveis e o último está situado a 327 m de profundidade, que o grupo visitou, sendo a longitude total das galerias de 250 km, embora o percurso turístico que nos é oferecido representem apenas 3% de todas as escavações. Dizer ainda que o labirinto de sal de Wieliczka já era famoso na Europa medieval.
O vídeo do YouTube, bem como as fotos a seguir, permitem dar uma ideia de como era imperdível esta excursão.
Para o serão deste dia foi-nos ainda proposto um jantar num restaurante judeu, que nos faria voltar a Kazimierz. O jantar teria a companhia de música típica, a chamada música kezmer, sendo aceite praticamente por todo o grupo. Se a experiência da gastronomia judaica já nos permitiria dizer que valeu a pena, então a música interpretada pelo trio Di Galitzyaner Klesmorim, composto por acordeão, violoncelo e clarinete, este tocado por uma mulher, foi de sonho, apesar de praticamente toda ela estar carregada de um sentimento que bem se percebe ter a ver com o sofrimento do povo judeu (oiça 4 dessas musicas, clicando aqui).
Auschwitz e Santuário de Czestochowa
O dia seguinte iria proporcionar-nos a oportunidade para visitar o Campo de Concentração de Auschwitz, expoente máximo da ignominia humana, onde milhões de seres humanos foram exterminados de uma forma minuciosamente programada.
Se bem que fizesse parte do meu imaginário a possibilidade de vir a este local, pelo quanto me interesso pela história da 2ª. Guerra Mundial, estava longe de supor que aquele ambiente, e mais ainda o espólio dos que ali foram exterminados, tinha sobre mim um efeito tal, que o peito se aperta e a própria respiração se faz com dificuldade. Mal se acredita que num programa tão tenebroso como foi o da Solução Final, nenhuma consciência se tivesse transformado na areia que emperrasse tal engrenagem de morte, evitando que elas se consumassem em número tão assombroso.
E revoltante é a ironia do letreiro que encima a entrada do campo, onde se lê "Arbeit Macht Frei", que significa "O Trabalho Liberta".
Deixamos para trás aquele local de morte, mas ainda assim não deixei de formular o desejo de que todos deviam ter a possibilidade de visitar Auschwitz ... para que o mundo nunca esqueça o que ali se passou.
E a seguir veio a visita ao Santuário de Czestochowa, o maior centro de peregrinações neste país profundamente católico, para admirarmos o Mosteiro de Jasna Gorá, um dos mais famosos santuários Marianos da Europa, que encerra o ícone de Nossa Senhora, conhecida como Virgem Negra e venerada como "Rainha da Polónia", que viria a tornar-se o símbolo do país.

Varsóvia, por fim !
Foi uma cidade imponente, com uma intensa vida cosmopolita, antes de ser destruída pelos bombardeamentos durante a 2ª. Guerra Mundial. Reerguida dos escombros, tem vindo ao longo dos anos a adquirir a imponência de outrora e a sua importância como cidade europeia. Espraia-se ao longo do rio Vistula.
Nela viveu Chopin até se ter refugiado em Paris devido à guerra, onde morreu, mas deixando como desejo final que o seu coração voltasse a Varsóvia, onde se encontra num sarcófago, que tivémos a oportunidade de admirar na Igreja de Santa Cruz, em que foi colocado.



E de entre esses outros lugares visitados, houve o Parque Lazienki com os seus belos jardins, onde existe um monumento dedicado a Chopin, com características muito peculiares e junto ao qual foi tirada a fotografia de grupo, com o nosso guia Valter.
Para a noite da despedida houve jantar típico com dança e música polacas.
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