A observação nem sempre é nítida, pois a neblina que envolve o “panorama” tanto pode ser ténue como espessa.
Podemos socorrer-nos de apontamentos ou imagens que nos ajudem a dispersar a neblina, tornando a “observação” mais nítida. E é isso que por vezes faço.
O relato é feito na primeira pessoa, tendo em conta o tipo de diário-arquivo em que o faço e pelo vínculo pessoal para com os factos.
A figura que então criei para o cartaz era adequada ao nome de Caminheiros da Gardunha e mais tarde havia de mandar fazer os crachás com o mesmo símbolo, que passaram a significar a condição de caminheiro a todo aquele que aderisse ao grupo.Enquanto grupo não organizado, mas com metodologia funcional, tinha também no diploma que era passado a cada aderente, o correspondente vínculo.
Esta forma de funcionar, como grupo não organizado mas dotado de funcionalidade, foi então evidenciada pelo jornalista do Diário de Notícias, Oscar Mascarenhas, que em 1991 veio fazer uma caminhada na Gardunha, achando que a história era merecedora de atenção e análise, pelo facto de ser tão pouco vulgar.
Quando lhe foi explicado que não havia regras estabelecidas, maior foi a sua admiração, por considerar como tarefa quase impossível, que alguém conseguisse alcançar consensos que foram permitindo o funcionamento e as actividades do grupo, durante tantos anos. Mas os consensos foram conseguidos.
E para ajudar a compreender como foi possível o funcionamento, sirvo-me de uma frase, muito a propósito, que alguém escreveu:
“Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso”.

E chegamos a 1996 e 1997 com os primeiros corsos carnavalescos, organizados de forma expontânea em cima do acontecimento.E a semente deu frutos, não mais deixando de organizar-se os corsos de carnaval, hoje um cartaz da região sob a tutela dos Caminheiros da Gardunha.
Em convívio nunca se dispensou a animação e a música, o que me levou a fazer uma letra para um hino próprio, que veio a ser musicado por um familiar, Manuel Alves dos Santos.
E a oportunidade para ser intérprete do próprio hino, surge através do Coro Intermezzo, a que pertenço, na comemoração do 10º. aniversário da criação da associação, que se mostra a seguir.
Em 05 de Março de 1997 o grupo constitui-se em Associação, adoptando a denominação de CAMINHEIROS DA GARDUNHA-GRUPO DE INTERESSE PELA NATUREZA, sendo eleitos os primeiros corpos sociais, que ficaram assim constituídos:
Assembleia Geral
Joaquim Nunes das Neves – Presidente
José Manuel Marques Gamas – 1º. Secretário
José Luís Roxo Rebordão – 2º. Secretário
Direcção
Álvaro Roxo Vaz – Presidente
Joaquim António Lourenço Monteiro – Secretário
Joaquim de Jesus Dias – Tesoureiro
Valdemar da Conceição Marques – Vogal
Joaquim José de Brito Martins – Vogal
Conselho Fiscal
Luís Abrantes da Silva – Presidente
José Filipe Duarte Gonçalves – Secretário
Albino Leal Nogueira Lobo – Tesoureiro
Outras paragens em “miradouros”, no percurso de “viajando no tempo”, hão-de acontecer, para aqui se contar a “observação”.

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