E a razão para tal constrangimento deriva do facto de estarmos sempre muito preocupados com o que os outros pensam da nossa atitude e dos seus eventuais comentários perante a nossa postura, face à religião.
É certo que a falta de coerência entre os princípios doutrinários de uma religião e a prática diária face à sociedade, leva as pessoas a serem pouco afirmativas, precisamente por terem a noção de "não dar a bota com a perdigota" em muitos momentos das suas vidas, ou seja, darem-se conta das contradições entre o que se professa e o que se pratica.
Porque, o ser-se coerente em todos os aspectos, ao longo de uma vida, não é fácil de conseguir.
E só isso pode trazer a verdadeira tranquilidade à consciência. E só isso pode evitar os constrangimentos.
Se bem que o arrependimento, sincero, possa ser sempre a forma de alcançar essa tranquilidade de espírito.
Claro que não pode haver lugar a consciências balofas, cuja preocupação é serem avaliadas mais pelas exibições do que pelas acções.
Também a afirmação de que se acredita em Deus, não é fácil.
E mais difícil ainda, é dar testemunho da presença de Deus, dizendo como se interpretaram os sinais da Sua presença e porque foi entendida como uma presença de Amigo.
Eu cometi essa ousadia.
E fi-lo em livro.
Para que não restem dúvidas.
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