segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Campo Maior - as flores do nosso encantamento

Já lá vão 40 anos desde que vi, pela primeira vez, a festa das flores de papel de Campo Maior. Estávamos em 1972.
Depois disso, já voltei mais quatro vezes. E é sempre um regalo para a vista, porque é sempre uma maravilha.
Mas parece-me que, também todas as vezes a chuva por lá esteve, a causar estragos e a pregar uma grande arrelia àquela maravilhosa gente, que transforma as ruas de Campo Maior num esplendoroso jardim.
Em 1972, quem esteve na origem da minha ida, foi um homem que o Fundão bem conheceu, natural de Veiros do Alentejo, que viveu na nossa cidade a maior parte da sua vida, primeiro como ajudante da Farmácia Almeida, depois como seu proprietário – Anibal Gaspar Ferreira.
Homem muito prestável e de grande simpatia, esteve ligado aos bombeiros, tendo pertencido à sua direcção durante vários anos.
Também veio a ficar ligado pelo casamento à família de minha mulher, desposando uma prima.
E já na altura apreciava nele uma característica que talvez me tenha contagiado, ao gostar de conhecer lugares e pessoas, viajando constantemente pelo nosso país.
Foi assim que me dirigiu o convite para o acompanhar na visita à festa das flores de Campo Maior, ao mesmo tempo que oferecia a sua hospitalidade em Veiros, onde também tinha uma casa.
Colocou uma condição, que foi afinal um agradável desafio aos meus dotes de condutor – seria eu a dirigir o seu Ford Anglia, visto que ele tinha pouca prática de condução.
Tirando o desagradável aspecto da trovoada que lá nos apanhou, causadora de uma angústia indescritível naquela gente, foi das inesquecíveis experiências que marcaram o meu percurso de vida, no tocante ao desejo de conhecer as belezas do mundo e particularmente as do meu país.
Voltei por alturas da Expo98, para mostrar a uns amigos holandeses aquele espectáculo fabuloso, que os “deixou de boca aberta”.
Em 2000 repeti a visita e por outras duas vezes reavivei a memória com aquele panorama deslumbrante das flores de papel, em Campo Maior.
Se tiver oportunidade e Deus me o permitir, hei-de lá voltar, aproveitando uma das habituais saídas para fora, cá dentro.
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