sexta-feira, 6 de julho de 2018

O David e o Convento

Num momento em que o meu regozijo pela “ressurreição” do Convento de Santo António ou do Seixo é enorme, olho para um texto do David publicado no seu blog em 8 de março 2012, quando se preparava para ser um dos apresentadores do meu livro que trata da vida da Fundatur e do estado moribundo em que se encontrava o Convento.
Então o David manifestava a sua satisfação por participar no evento, hoje, já noutra dimensão, por certo apreciará o que foi feito para o salvar.
Aqui deixo o seu texto.
Alívio
Acho que é isso que sinto, alívio.
É. Sem dúvida. Alívio.
Este fim-de-semana vou finalmente ao Fundão. É a primeira vez que em 2012 lá ponho os cotos. Deve ser também uma das minhas mais longas apneias. E que difícil é. Acho que quando estou por lá até o suco gástrico me sabe bem (yaaac! que imagem...).
No fundo, no fundo, eu sou um emigrante no meu próprio país (agora que falo nisso também me ocorreu que poderia ser proxeneta).
Bom, voltando ao tema: estou satisfeito por lá ir acima. Aquele canto é meu, sinto-o como tal. Aqui em baixo vivo por empréstimo. A malta deixa-me cá viver, trata-me bem mas só cá estou para trabalhar. Lá em cima não. Lá eu consigo mudar as agulhas. E que bem que isso me sabe.
Associado a este facto, estou também satisfeito porque o Pai Álvaro vai apresentar um dos seus já cerca de vários livrinhos. Desta feita, a obra a apresentar é sobre o seu menino, o Parque de Campismo do Fundão (e um pouquinho também sobre o Convento de Santo António). Ele não queria grande alarido na coisa mas pelos vistos lá se foram proporcionando as condições para que assim não seja e aquilo promete estar compostinho. Consta até que vai ter, pelo menos um, apresentador de luxo.
Imagino que lhe tenha sabido muito bem, transpor para texto as memórias de 25 anos de carolice. Aprecio isso e imagino que tenha sorrido muitas vezes sozinho enquanto passava revista à cabeça e se reencontrava com as peripécias e com aqueles amuos que não resistem ao tempo.
Penso entender bem este gozo em torno da carolice. Pudera, na verdade é isso que sou, um carola. Não fora o gosto pela coisa e jamais trabalharia no que trabalho.
Tenho já em forma de ideia algumas sensações que a leitura do livro me trouxe. Mas se me permitem, vou guardá-las para a apresentação.
Fica a musiqueta do dia, e votos de bom fim-de-semana. O meu vai ser! Vou renovar o ar dos pulmões!
O Convento foi transformado numa unidade hoteleira de 5 estrelas, "Convento do Seixo Boutique Hotel & Spa", para o qual se deseja todo o sucesso, pois tendo sido a forma de o salvar da ruína, outra coisa não se pode desejar-lhe.
É unânime a opinião de que a preservação do monumento foi conseguida nos seus aspectos fundamentais  e que o conceito de que "o ótimo é inimigo do bom" não foi trazido para aqui. Na parte que me foi dado ver, o resultado é ótimo e foi bem mais longe do que aquele que chegou a ser manifestado por alguns, apenas pela preservação dos escombros do edifício para que ali pudessem ser realizados concertos e outros eventos em segurança.
Manifestar-lhe a minha gratidão é um dever, que julgo ser também o dos fundanenses. BEM HAJAM.

 
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