segunda-feira, 14 de outubro de 2013

NADA VEM DO NADA

A vida tem tudo o que de bom nos pode ser oferecido.
Mas tudo devemos fazer para o seu merecimento.
Não sei se ao longo da minha vida fiz o que devia fazer, para merecer todas as coisas boas que ela já me proporcionou.
Não exigindo muito da vida, considero que aquilo que me tem sido concedido é o bastante para me achar um privilegiado, face ao que me rodeia.
Reflectindo, sei que me considero feliz por tudo o que ela me deu.
E também sei que NADA VEM DO NADA.

sábado, 14 de setembro de 2013

Viagem com "música no coração"

Nem sempre o que o coração deseja, o ser físico consegue alcançar.
Mas não foi o caso, uma vez mais.
Graças a Deus que, também este ano, os objectivos que havia definido para as visitas a fazer através de uma viagem, foram alcançados, embora condicionados pelas datas permitidas pela minha ocupação profissional.
É certo que, ainda antes de dar inicio à mesma, não foi a música que tomou conta do meu coração, mas sim a tristeza pelo falecimento de uma irmã, que em pequeno foi uma segunda mãe para mim, que não pude acompanhar no último adeus, porque iria perder o que investira na viagem. Com amargura me confortei, dizendo para comigo: a vida tem de continuar.
Ao longo dos anos, fui vendo, por diversas vezes, o filme "Música no Coração", desde que ele surgiu em 1965.
Há poucos anos atrás, vi também o musical de Filipe La Féria baseado na mesma história e, sem dúvida que por essa influência, passei a alimentar a ideia de uma visita aos lugares onde o filme foi rodado - Salzburgo e Tirol austríaco.
Mas o programa escolhido oferecia muito mais que isso, podendo dizer que, no que a beleza natural se refere, superou as minhas expectativas, pelos recantos maravilhosos que toda a Baviera, Tirol e capital austríaca, que agora foi revisitada, nos oferecem.
Era o 1º. dia do programa e dia de aniversário da minha cara-metade.
Com  três horas de atraso na partida do voo, à chegada a Munique esperava-nos Dora, a simpática guia do circuito Nortravel, que haveria de nos acompanhar até final.
Depois de alojados, foi numa cervejaria local que o jantar nos foi servido, com o tradicional pernil no menu.
O 2º. dia de programa, começou com a panorâmica ao centro histórico de Munique, que nos permitiu apreciar a grandiosa avenida Ludwigstrasse, a Max Joseph Platz e seus teatros ao redor do Palácio Real, assim como o espectacular edifício da Câmara Municipal, na Marienplatz.
Aí nos colocámos de cabeça no ar, olhando a torre do edifício fronteiriço, para assistir ao espectáculo que o relógio nos proporcionou, na pantomina dos seus bonecos dançantes.
Estando em Munique, não conseguimos fugir à triste recordação do atentado de que foi vítima a equipa de Israel, nos jogos olímpicos de verão de 1972.
Partindo em direcção a Fussen, foi-nos proporcionado o almoço, após o qual se fez a espectacular visita ao Neuschwanstein, o castelo mandado construir por Luís II da Baviera, o rei que foi chamado de louco  e que viria a aparecer morto em circunstâncias misteriosas, dizendo-se ter sido a forma de acabar com a sua extravagante e megalómana maneira de viver, malbaratando os rendimentos do reino na construção de palácios luxuosos e dum castelo que nada tinha a ver com necessidades de defesa.
Neuschwanstein é esse claro exemplo, tendo servido de modelo, pela sua extravagância, para Walt Disney conceber os castelos dos seus contos de fadas.

Mas para além de toda a extravagância, o interior mostra também uma concepção visionária, que ia muito para além do seu tempo, levando os  turistas que agora visitam esta obra prima, a bendizer a loucura do rei Luís II da Baviera.
A terminar o dia, a viagem prosseguiu para Innsbruck através dos Alpes Bávaros, onde uma arreliadora avaria do autocarro nos interrompeu a marcha em plena paisagem tirolesa, mas que depressa foi superada, com um autocarro de substituição a levar-nos até àquela cidade.
O 3º. dia de programa apanhou-nos em Innsbruck, para conhecer esta linda cidade, com uma visita ao Museu Tirolês de Artes e Tradições Populares "Tiroler Volkskunstmuseum", referenciado como o mais belo e importante da europa, no seu género.

Após o almoço, a visita fez-se a algumas típicas e sempre floridas aldeias  tirolesas, onde o turismo se faz em grande escala à custa dos desportos de inverno, sendo possível o alojamento nas casas dos próprios habitantes locais, para além dos hotéis existentes.
A findar o dia e acompanhando o jantar, foi-nos proporcionado um espectáculo do genuíno folclore tirolês, do qual se dá uma ideia neste pequeno vídeo.
Para o 4º. dia de programa esperava-nos o deslumbramento de umas paisagens inigualáveis no Tirol italiano, com a visita a Cortina d'Ampezzo e Misurina, sendo a primeira uma estância de férias frequentada pelo jet-set italiano e internacional desde o século XIX.
Misurina surpreende-nos pela envolvência das imponentes montanhas alpinas, Dolomitas, que a UNESCO considerou "uma das mais belas paisagens de montanha do mundo", a que se junta a beleza de um lago de águas puras e cristalinas, tidas como potáveis no estado em que se encontram.
Depois deste manjar de beleza, que nos deixa a alma bem saciada, foi o calmo regresso ao nosso alojamento ainda em Innsbruck.
No 5º. dia do programa, esperava-nos a terra natal de Mozart e cidade dos Príncipes Arcebispos - Salzburgo, que foi visitada na companhia de guia local, levando-nos a conhecer locais como os jardins do Palácio Mirabel, as margens do rio Salzach, a antiga rua comercial Getreidegasse, também famosa pelas suas tabuletas em ferro forjado e por se encontrar ali a casa deste famoso compositor, o interior da Catedral, o Palácio dos Festivais e outras igrejas. Interessante a explicação e o conhecimento proporcionado sobre a existência do sal-gema no interior daquelas montanhas, assim dando origem aos nomes iniciados por salz.
Nessa tarde ainda foi possível fazer uma visita panorâmica a Gaisberg e conhecer o interior do Palácio Hellbrunn, que se tornou famoso pelos jogos de água no seus jardins, idealizados pelo Arcebispo Marcus Sitticus, apanhando desprevenidos alguns dos companheiros e de outros turistas, quando repuxos dissimulados entravam em funcionamento.
O 6º. dia do programa começou com a partida para Salzkammergut, uma região maravilhosa de lagos, montanhas e aldeias, que pela sua beleza foi escolhida para a rodagem de paisagens do filme "Música no Coração", tal como outros lugares por nós visitados no dia anterior em Salzburgo, também foram escolhidos, nomeadamente os jardins do Palácio Mirabel. As aldeias de St. Wolfgang e St. Gilgen foram duas dessas maravilhosas aldeias, sendo possível observar em St. Gilgen  a casa onde viveu a mãe de Mozart.
Deixando para trás aquelas maravilhosas paisagens, ainda nesse dia foi o nosso alojamento em Viena.
O 7º. dia do programa, em Viena, começou com um circuito panorâmico orientado por guia local, sendo para mim a repetição de visita anterior. Mas Viena é sempre uma grande atracção e mesmo que o tema sobre a história se repita à volta dos Hofburg e de figuras como o imperador Francisco José e a imperatriz Sissi, a atracção por esta imponente capital é inesgotável, como inesgotáveis são os pontos de interesse, os quais ficaram para as visitas de iniciativa pessoal, durante a tarde, aproveitando alguns para assistir a um concerto num dos teatros da cidade.
Ao princípio da noite foi-nos destinado o jantar na localidade de Grinzing, numa zona produtora de vinhos do bosque de Viena, com as populares "heuriger" ou tavernas típicas, onde se vende o vinho de produção própria e é servida a ementa tradicional. Também aqui, houve animação musical.
O 8º. dia e último do programa, disponibilizou um longo período de tempo até à hora de rumarmos ao aeroporto, para o qual a guia possibilitou a alternativa entre as visitas de iniciativa pessoal na cidade ou a deslocação para conhecer o bosque de Viena.
A opção pessoal foi o bosque de Viena, que permitiu conhecer o Convento dos Beneditinos, onde foi possível observar invulgares vitrais pretos, o palacete que também foi convento, onde se suicidou Rudolf, filho de Sissi, e a localidade de Baden, onde os banhos e o casino são atracção dos endinheirados berlinenses.
Em Viena ainda foi possível ver a festa dos produtores agrícolas, que se traduziu numa inusitada movimentação na Praça dos Heróis.
E lá chegou o momento de rumar a nossas casas, com um atraso do avião de cerca de duas horas, despedindo-nos da simpática Dora que, no seu português quase perfeito, nos disse ter inventado um novo verbo: "beijinhar".
E a propósito de "beijinhar" aqui ficam muitos beijinhos para ela, assim como uma saudação amiga ao motorista José.
 

terça-feira, 25 de junho de 2013

O Alhambra, finalmente !

A deslocação que a viagem impunha, não era o que mais convinha às minhas "cruzes", uma vez que tenho andado mesmo atrapalhado com dores na coluna, mas lá fui de autocarro para aquela viagem que há muito tinha projectado, possibilitando-me a visita ao Alhambra, em Granada, mas não só. No final estavam percorridos 2.099 Km e a coluna sempre se aguentou nestes quatro dias (20 a 23/Junho/2013).
O grupo era sensivelmente o mesmo que há um ano se deslocou a Barcelona e arredores,  o que permitia antever que a viagem iria valer a pena, em termos de ambiente e boa disposição. Como aconteceu.
O Alhambra, como uma das pérolas que a UNESCO declarou património mundial, tinha para mim a razão maior desta viagem, embora Granada não seja apenas o Alhambra.
Do programa constavam visitas a: Serra Nevada; Jaén (Palácio de Villardompardo, Catedral, Castelo de Santa Catarina, Muralhas, Judiaria); Guadix (Alcazaba, Catedral, Plaza de las Palomas, "Cuevas"); Granada (Catedral, Generalife, Bairro Albaicín, Abadia Sacromonte, Miradouro San Nicolás, Igreja San Jerónimo, Alhambra); Almuñecar (com sua costa tropical, Aqueduto romano e castelo islâmico); Salobreña (castelo árabe e Igreja paroquial de Nª. Srª. do Rosário, construída sobre uma antiga mesquita mulçumana).
Do que foi possível ver com a devida atenção e tempo, apreciei muito o Castelo de Santa Catarina, a Catedral de Jaén, a catedral de Granada, Guadix e as casas trogloditas "cuevas", e, claro está, o Alhambra, um complexo palaciano fantástico e fortaleza (alcazar), para o qual todo o tempo disponível nunca é demais. Neste complexo se alojou o monarca da Dinastia Nasrida e a corte do Reino de Granada. A sua decoração, sendo um expoente da arte islâmica, é também enriquecido pelas estruturas cristãs que incorpora.
O passseio nocturno pelo Bairro Albaicín com passagem pelo Miradouro San Nicolás, que antecedeu o (clicar) espectáculo de Flamenco, foi muito interessante, mas o que realmente nos fez vibrar foi a raça que os intérpretes do espectáculo puseram na sua execução, quase nos fazendo "transportar" para cima do palco. Foi um momento de grande intensidade e expressão da alma da Andaluzia, que muito apreciei.
Do programa, foi também interessante visitar a Serra Nevada, embora com as estruturas da estância de eski praticamente desactivadas.
Toda a programação que nos foi proporcionada tinha muitos aliciantes, e por isso a exigir que no  terreno estivesse pessoal mais habilitado na informação turística e orientação a transmitir ao grupo, que não apenas dotado de todo o voluntarismo e simpatia, que, sendo muita, não evitou  uma certa frustração final nas pessoas. Neste particular, a  agência não soube cuidar de si mesma, porque a grande prejudicada acaba por ser ela própria. E, hoje, com a informação disponível na internet e, tomando como exemplo o Alhambra, tal informação vai dos preços (para  crianças, adultos, séniores e grupos), à programação das visitas ao minuto, o que evitaria a necessidade de acautelar a situação no momento. Até os itinerários poderiam ser estabelecidos antecipadamente e com rigor, pois ali é informado que o tempo ao Alcazaba são 20 m.; aos Palácios Nazarie 17 m.; ao Generalife 15 m., etc.
Em termos da animação do grupo e cumprimento de horários, foi excelente. Todos estiveram à altura dos acontecimentos.
No mais, quase se pode dizer desta excursão o que foi dito da excursão de 2012, também com a mesma organizadora:- a relação preço/qualidade foi aceitável, se bem que algo abaixo em termos de hotel, que era um pouco inferior. A categoria, embora sendo de 3 estrelas, era "3 estrelas-carretera", o que queria dizer alguma coisa...
Mas merecem uma palavra final de apreço, tanto a "tia Odete", como a organizadora era chamada pela Beta, os motoristas Olibinha(Olívia) e Beloso(Veloso) e também a Beta, cuja boa disposição superou tudo o mais.

domingo, 12 de maio de 2013

Visita a um lugar imperdível: O Lugar dos Afectos

Fazia parte dos meus objectivos visitar o "Lugar dos Afectos". E aconteceu neste fim-de-semana (12/5/2013) com os meus afectos pessoais em alta, conciliando poder estar umas horas com a filha e os netos António e Benedita, ao mesmo tempo que apoiava o António na sua participação no "Aquatlo de Ílhavo", onde ele se comportou como um verdadeiro campeão, e a passagem por este lugar maravilhoso. Mas, já agora, aqui fica também (clicar), uma amostra do que fez o António.
Constatei que, realmente, vale a pena uma visita ao "Lugar dos Afectos". E foi encantador fazer a visita na companhia dos escuteiros do "Agrupamento 390 Mafamude", de Vila Nova de Gaia, que me proporcionaram "o regresso" mental aos momentos em que fiz parte do movimento fundado por Baden Powell, já lá vão umas décadas.
Mas o "Lugar dos Afectos" é uma lição deveras interessante, porque nos conduz pelo caminho dos sentimentos que, com a sorte de ser partilhado com um grupo que ainda mantém a pureza desses valores e ali os explicita perante todos sem quaisquer subterfúgios ou ginástica mental, dessa lição se arrecada todo o bom que ela comporta.
O lugar é de sonho. E o objectivo que esteve na origem do seu nascimento, pela lucidez da Drª.Graça Gonçalves, face à sua experiência menos feliz, quando ainda muito jovem, é tanto mais importante quanto possamos comungar dele e ajudar a valorizar sentimentos que "tocam" no amor, na harmonia, na felicidade, na amizade, na partilha, na disponibilidade para com os outros e por aí além. Como acontece com a abordagem à fertilidade, ou à simbologia da romanzeira e da cegonha ou, ainda, pela extensão de uma casa que nos mostra um percurso de vida, onde o formato duma porta nos coloca perante um largo sorriso, que deve ser, afinal, a nossa companhia de todos os dias.
Daqui se retiram mensagens que permitem ajudar, até, a prevenir desvios no que aos afectos se refere. E os livros que as transportam são os importantes mensageiros que cumprem essa missão idealizada por Graça Gonçalves. Os sonhos são incomensuráveis, mas ao mesmo tempo podem ter a nossa própria dimensão, desde que sejamos capazes de os acomodar à nossa medida e torná-los na nossa própria realidade.
Recordo uma frase que diz: "Deus toma conta dos nossos sonhos e, se formos pacientes, pode vir a torná-los realidade".
Creio poder dizer que isso é verdade. Já vivi experiências que me levam a afirmá-lo. Mas não pode haver limites para a paciência.
Foi bom conhecer este recanto no Eixo, junto à Aveiro. Ajudarei a divulgá-lo. Também uma palavra de simpatia ao monitor Pedro.
E, finalmente, um abraço ao Agrupamento 390 Mafamude, que nos acompanhou na visita.
As maiores felicidades para a fundadora deste lindo Lugar dos Afectos.


quarta-feira, 1 de maio de 2013

"Santos de ao pé da porta... não fazem milagres" !

Julgava estar a falar com uma pessoa amiga, quando recebi a chamada da bibliotecária da Liga dos Combatentes, em Lisboa, tratando-me de forma bastante simpática e desinibida, pedindo que lhe oferecesse os dois livros que publiquei sobre a minha passagem pelo serviço militar.
 Pela forma como me tratava, chamando-me de "querido combatente" e "doutor Alvaro Vaz", brinquei com a senhora, rebatendo o tratamento e desatando algumas gargalhadas, até que ela me pergunta a razão de eu estar a rir.
Algo confundido, foi então que perguntei:- mas com quem estou a falar ?
Após identificar-se, passei a tratar o assunto de forma diferente e a conversa mudou de tom.
Afinal não era a amiga que supunha e que estivesse a brincar comigo, mas sim alguém a solicitar-me a oferta de dois dos meus livros para a Liga dos Combatentes, que tinham descoberto na internet, que achavam "uma maravilha" e tratar-se de duas "pérolas" que queriam ter na sua biblioteca.
A surpresa foi grande, naturalmente.
Porque de longe, virem solicitar os meus livros, não acontece todos os dias.
Mas fiquei lisongeado e respondi afirmativamente ao pedido, que foi satisfeito no dia seguinte.
Naturalmente que houve agradecimento pela oferta, mas a maior gratificação foi a constatação de que há sempre quem saiba valorizar o que fazemos. Mesmo que não sejam os de ao pé da porta.
 

segunda-feira, 4 de março de 2013

Assim estejam os meus inimigos !

É uma expressão que utilizo muitas vezes.
Sei muito bem o que ela quer dizer e quais as circunstâncias mais adequadas para a exprimir.
É certo que o conceito de inimigo é muito amplo. É também verdade que, na minha perspectiva, o estatuto de inimigo só se adquire, em relação à nossa própria pessoa, quando deixamos que toque nos nossos sentimentos ou deixamos que atinja as nossas "propriedades", sejam elas de pequena monta ou de grande monta.
Quer isto dizer também que poderemos ter grandes coisas e nada valerem para nós, e termos pequenas coisas que representam tudo para nós.
Porém, quem nos faz mal ou faz mal aos que amamos, esses sim, adquirem facilmente o estatuto de inimigos.
E é aqui que pretendo chegar, situando-me perante aqueles de quem não gosto, porque adquiriram perante mim esse estatuto.
Mas pondo ainda de lado aquela máxima: "quem os inimigos poupa nas mãos lhe morre", que torna inviável  qualquer possibilidade de retorno a uma posição de eventual tolerância, ainda sou dos que pensam que o sermos fortes já enfraquece os que são colocados na condição de inimigos.
Por natureza sou tolerante para com os outros. Mas sirvo-me de outra máxima, quando entendo ser magnânimo para com os que tentam prejudicar-me ou atingir a minha dignidade: "consigo perdoar mas não consigo esquecer".
E isso permite posicionar-me da forma mais confortável, quando sinto que estou bem.
Melhor dito, quando "a fasquia se posiciona em cima".
A natureza tem formas de nos mostrar, afinal, que apreciações como estas se justificam, porque os rancores se esbatem, a própria condição de predador se esquece, ao sentir que se está saciado.
É o caso de um gato, para o qual até os ratos deixam de ter qualquer interesse, se a barriga se encontra cheia.
Ora, se um arroto se escapa, após uma satisfatória refeição, nunca esqueço de dizer "perdão".
Mas nalguns desses momentos prefiro substituir essa expressão por aquela que dá título a este texto.
- Assim estejam os meus inimigos !
Porque um inimigo bem saciado até esquece os seus rancores.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nesse dia a sua foto já ali estava !

Agora não tem sido muitas vezes, ao que sei por razões de saúde, mas sempre que me cruzo na via pública com o meu amigo “António instrutor”, sai uma história nova.
Este epíteto advém-lhe do facto de ter instruído para exame muitos dos que obtiveram a sua carta de condução automóvel na Escola de Condução Salvado da Silva, onde trabalhou durante muitos anos.
Todos ficaram seus amigos. E eu também  tenho muito prazer em me incluir nesse número.
- Então a história é assim:
Um sujeito passava todos os dias pela vitrina onde se tornam públicos os óbitos e onde são informadas as horas dos funerais. Parava, mirava as fotos dos falecidos e dizia em voz alta:- ainda cá não estou.
E a cena, de tanto repetir-se, foi despertando a atenção de pessoas que estavam por perto, que a certa altura passaram a antecipar-se ao comentário do próprio, dizendo-lhe à sua chegada: ainda cá não estás !
O sujeito tornou-se então conhecido pela insistência em verificar que ainda não fazia parte do número daqueles que se tornavam passageiros de uma viagem de sentido único.
Entretanto, deixou de aparecer para olhar a vitrina e o facto tornou-se notado.
Mas a razão era simples:- o destino tinha-lhe pregado a partida de fazer chegar esse momento.
Nesse dia a sua foto já ali estava !

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Sob as agruras do tempo

Os fundanenses conhecem-no muito bem.
Surdo-mudo, filho do Sá, também filho de outro Sá - o Manuel Sá - uma figura respeitada no seio da família cigana, que sempre conheci no Fundão.
Este Sá “vive” ao fundo da Avenida (a da Liberdade, no Fundão) num improvisado assento, que tanto pode ser uma velha cadeira, um balde virado ao contrário ou um paralelo da calçada, olhando o trânsito ou aqueles que por ali passam.
Assume, por vezes, atitudes que os automobilistas muito receiam, ao exibir pedras na mão que ameaça projectar contra os pára-brisas.
Tem alturas em que gesticula veementemente, por razões que não consigo entender, mesmo nos momentos em que o presenteio com uma moeda ou com algo para comer.
Ainda há relativamente pouco tempo vinha da quinta de um irmão meu, com um saco de diospiros. Acenei com dois deles, e de imediato foram por ele recolhidos.
Ainda que não muito maduros, começou a devorá-los, com uma careta que mostrava bem a acidez que a fruta tinha. Mas a fome ajudava a anular a acidez.
O seu pai foi hoje a sepultar.
E dele recordo o pedido que me fez para internar este filho nos serviços de saúde mental da Covilhã, quando eu era secretário da Junta de Freguesia do Fundão.
Fui bem sucedido nas diligências que então fiz e de facto esteve internado durante uns tempos.
Mas, surpreendentemente, passado pouco tempo vejo-o de novo no Fundão.
Procurei o pai para saber o que se tinha passado e então sou informado:
- Eles queriam matar o “meu menino”, com os remédios que lhe davam… !
Compreendi perfeitamente que nada havia a fazer.
E este Sá, cujo nome não sei mas que é filho do Sá que eu conhecia e que hoje nos deixou, neto do Manuel Sá, ali continua sob as agruras do tempo.
Como companheiros:-  a chuva, o sol, o frio, o calor… a fome.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Campo Maior - as flores do nosso encantamento

Já lá vão 40 anos desde que vi, pela primeira vez, a festa das flores de papel de Campo Maior. Estávamos em 1972.
Depois disso, já voltei mais quatro vezes. E é sempre um regalo para a vista, porque é sempre uma maravilha.
Mas parece-me que, também todas as vezes a chuva por lá esteve, a causar estragos e a pregar uma grande arrelia àquela maravilhosa gente, que transforma as ruas de Campo Maior num esplendoroso jardim.
Em 1972, quem esteve na origem da minha ida, foi um homem que o Fundão bem conheceu, natural de Veiros do Alentejo, que viveu na nossa cidade a maior parte da sua vida, primeiro como ajudante da Farmácia Almeida, depois como seu proprietário – Anibal Gaspar Ferreira.
Homem muito prestável e de grande simpatia, esteve ligado aos bombeiros, tendo pertencido à sua direcção durante vários anos.
Também veio a ficar ligado pelo casamento à família de minha mulher, desposando uma prima.
E já na altura apreciava nele uma característica que talvez me tenha contagiado, ao gostar de conhecer lugares e pessoas, viajando constantemente pelo nosso país.
Foi assim que me dirigiu o convite para o acompanhar na visita à festa das flores de Campo Maior, ao mesmo tempo que oferecia a sua hospitalidade em Veiros, onde também tinha uma casa.
Colocou uma condição, que foi afinal um agradável desafio aos meus dotes de condutor – seria eu a dirigir o seu Ford Anglia, visto que ele tinha pouca prática de condução.
Tirando o desagradável aspecto da trovoada que lá nos apanhou, causadora de uma angústia indescritível naquela gente, foi das inesquecíveis experiências que marcaram o meu percurso de vida, no tocante ao desejo de conhecer as belezas do mundo e particularmente as do meu país.
Voltei por alturas da Expo98, para mostrar a uns amigos holandeses aquele espectáculo fabuloso, que os “deixou de boca aberta”.
Em 2000 repeti a visita e por outras duas vezes reavivei a memória com aquele panorama deslumbrante das flores de papel, em Campo Maior.
Se tiver oportunidade e Deus me o permitir, hei-de lá voltar, aproveitando uma das habituais saídas para fora, cá dentro.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Fluviário de Mora - gostei de ver !

Já existe desde 21 de Março de 2007, mas foi através do programa "Portugal em directo" que tomei conhecimento da sua existência.
Aqui, como noutras situações, é de louvar o importante papel de divulgação da RTP, quanto às coisas boas que nós temos.
E no meu caso, foi bom que tal acontecesse.
O nome não é vulgar para querer dizer que se trata de um aquário de água doce, mas este é simplesmente o primeiro grande aquário de água doce da Europa.
Mas a diferença que faz de um comum aquário, seja grande ou pequeno, é que aqui temos a possibilidade de acompanhar um rio desde a sua nascente até à foz, descobrindo os habitats das mais variadas espécies, algumas já desaparecidas dos nossos rios. Também é possível ver o que se passa ao longo das suas margens e as mudanças que acontecem na flora.
Foi uma experiência muito interessante para quem adoptou a filosofia de que nenhuma oportunidade deve ser desaproveitada, quando se trata de mirar/admirar as belezas do mundo.
Hoje, porque vinha de Lisboa, decidi utilizar parte das estradas nacionais que antes eram utilizadas entre Fundão e Lisboa, passando por Mora.
Foi uma pequena viagem cá dentro, que fiz logo que me foi possível, a valer tanto como as que já concretizei para outras latitudes, porque o que é belo é sempre belo, seja qual fôr o local em que se encontre.
A sugestão que aqui deixo é esta: façam-lhes uma visita. Para quem deseje saber um pouco mais sôbre o fluviário, siga esta ligação: http://www.fluviariomora.pt
E com a devida vénia, aqui ficam algumas imagens trazidas do fluviário.
Lontra
Achigã

Anaconda

Raia

sábado, 3 de novembro de 2012

VIAJAR 2 - também em livro

 
Grande parte do que aqui tem sido escrito (ou postado), passou a fazer parte de livros que, no âmbito da auto-publicação, tenho vindo a editar.
As viagens  são um tema bastante focado, e delas havia sido publicado já o "VIAJAR 1" que contemplou 20 viagens.
Entretanto, aconteceram mais cinco, das que identifico como grandes viagens. Fora do país.
Mas em Portugal temos coisas maravilhosas, que também merecem ser visitadas.
E, sempre que a oportunidade surge, não a desaproveito.
É dessas cinco viagens e de algumas das saídas para fora cá dentro, por vezes complementadas com a gastronomia, que agora foi feito o relato  no livro "VIAJAR 2".
 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

IR PARA FORA CÁ DENTRO...

Um fim de semana prolongado... Coimbra e Queluz no roteiro !
O 5 de Outubro como feriado parece estar condenado, por ora.
Era forçoso, pois, aproveitar o fim de semana, em que ainda estava incluído.
E como tinha na agenda este salto a Coimbra, tal como estava na agenda uma visita ao Palácio Nacional de Queluz, onde já estive à porta em dia de encerramento, acabei por meter-me à estrada num roteiro turístico bem português.
É verdade que gosto de conhecer o que há lá fora, mas nunca perco a oportunidade de conhecer o que nós temos cá dentro.
Que é muito e bom.
Infelizmente, o que se faz de promoção turística é que é infinitamente menor.
Comecei por Coimbra, onde a minha saudade estava presa ao Convento de Santa Clara (a nova), quando ali funcionava o quartel militar RAL2, onde estive colocado.
Conheci, por isso, muito bem o seu interior.
Foi possível visitar agora o claustro e a igreja, esta com o nome de Igreja da Rainha Santa, mas deixa-nos triste ver que todo o monumento se vai degradando, por falta de meios que permitam a necessária manutenção.
Também aqui é notória a falta de promoção que, atraindo turistas, tenha destes o contributo que ajude a preservar estes tão belos monumentos.
Outro dos locais a visitar era a Quinta das Lágrimas, por tudo o que se relaciona com a história de amor entre Pedro e Inês (D. Pedro I e D. Inês de Castro).
Não deixou de aflorar à memória o diálogo que nos teatros do tempo de escola era dito a propósito deste drama:- "onde estás tu D. Inês que não t'acho ?", com a resposta de outro figurante:- "está ali a estrabuchar no pátio com duas facadelas do Pacheco" (Diogo Lopes Pacheco).
E lá fomos, eu e minha mulher, conhecer os românticos locais em que decorreu a sua trágica história, que havia de culminar com a morte de Inês, mandada executar pelo próprio pai  de D. Pedro (D. Afonso IV), para a afastar de vez do seu filho, cedendo às pressões dentro da própria corte, que considerava um escândalo os amores entre Pedro e Inês.
Este é um espaço bem preservado, já que tem como patrocinador exclusivo o Hotel da Quinta das Lágrimas, que ali foi instalado há alguns anos.
Mina, Fonte e Cano dos Amores; Fonte das Lágrimas; Arco Neo-Gótico, fazem parte do roteiro em que todos os visitantes gostam de fixar uma imagem, como que a deixar-se envolver pelo romantismo da história.
Também assim aconteceu connosco.
Mas muitas espécies de arvores exóticas ali são preservadas e que são também uma atracção para os visitantes.
Com passagem por Fátima, para uma paragem de devoção pessoal e pela Nazaré, para a degustação de uma sempre desejada e apreciada cataplana de peixe e marisco, seguimos depois para a capital.
A intenção foi concretizar agora a visita ao  Palácio Nacional de Queluz, que sabíamos estar aberto neste dia, ao contrário da vez anterior em que o tínhamos tentado fazer em vão.
É este o monumento que de "Casa de Campo" passou a palácio, devendo-se essa passagem ao Infante D. Pedro, segundo filho de D. João V e de D. Mariana de Áustria e irmão do Rei D.José.
Foi concebido como um Palácio de Verão, mas a Queluz acorria frequentemente a corte, para assistir a serenatas, cavalhadas e espectáculos de fogo-preso, por ocasião dos santos patronos, em especial S. Pedro, e dos aniversários das "Pessoas Reais".
Foi habitado em permanência pelo Principe Regente D. João VI e D. Carlota Joaquina, após o incêndio do Palácio da Ajuda, em 1794, e pelos nove filhos do casal.
Todo o palácio é de grande imponência e riqueza.
Tanto os jardins geométricos "à francesa" que rodeiam o palácio, como o resto do parque são decorados com estátuas, balaustradas, lagos e azulejos. 
O público que visita o palácio pode desfrutar de concertos que frequentemente ali se realizam nas suas salas ou assistir a uma exibição da escola portuguesa da Arte Equestre no picadeiro ao ar livre.
Desde 1957 o Pavilhão D. Maria, ala nascente anexa ao Palácio, é residência dos Chefes de Estado estrangeiros em visita oficial ao nosso país.
Com esta visita, terminou em beleza o roteiro do "vá para fora cá dentro", que este fim de semana alargado nos permitiu.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Circuito Inglaterra-Escócia

Este circuito era o esperado e a data era a ideal para mim - 2 de Setembro de 2012. Concretizou-se, por isso, o desejo de visitar Inglaterra e Escócia, subscrevendo o programa da Nortravel, cujo serviço já conhecia de dois circuitos anteriores.
Sem companheiros locais que nos acompanhassem na viagem, apenas eu e minha mulher nos fomos juntar ao grupo que se formou no aeroporto de Londres, onde o guia nos esperava também. Mas esta prática já nos é familiar nas viagens que fazemos, sendo fácil inserir-nos no grupo e a partir daí estabelecer relações com outras pessoas.
Gostar de viajar, ter a ousadia suficiente para ir à procura de novos mundos e ser capaz de estar em grupo, relacionando-nos com outras pessoas, são as condições necessárias. E essas nunca nos faltaram.
Instalado o grupo no autocarro, este levou-nos ao Novotel London West, localizado em Hammersmith, uma zona bem dentro da cidade londrina.
Ainda antes do jantar, no hotel, houve oportunidade para o primeiro contacto com esta gigantesca urbe, visitando a zona do Big Ben, a Abadia de Westminster e Downing Street, de entre outros locais. Cá de longe, admirámos também o "London Eye", a roda gigante construída para a passagem do milénio, licenciada para um período de cinco anos a partir de 1999, mas que lá continua e é hoje uma das grandes atracções de Londres.
De referir que o verão nos acompanhou desde Portugal, pois neste e nos dias seguintes o tempo esteve solarengo e com temperaturas bastante elevadas para a época. Afinal, o persistente nevoeiro londrino até fugiu de nós.
O 2º. dia foi dedicado totalmente a Londres, começando com a visita panorâmica à cidade, na companhia da guia local, sendo por nós visitados os pontos mais emblemáticos da cidade.
A Praça e as Câmaras do Parlamento, Abadia de Westminster, Big Ben, Downing Street, Trafalgar Square, Galeria Nacional, Catedral de S. Paulo, Torre de Londres (antiga prisão e agora museu), Palácio de Buckingham, onde reside a realeza, Piccadilly Circus, Regent Street, Oxford Street, Royal Albert Hall e os armazéns Harrods foram, de entre outros, os pontos visitados.
Mas não deixámos de admirar e atravessar a famosa ponte identificada por "Tower Bridge", tendo até a oportunidade de obter a imagem de um advogado equipado a rigor, com a toga e a sua tradicional peruca, ao passar junto a uma Casa da Justiça.
Após o almoço, na zona de Covent Garden, houve tempo livre para cada qual fazer visitas a seu gosto, sendo por nós aproveitado o tempo para conhecer aquela zona.
Por toda a área em que se distribui o mercado a animação de rua é intensa, vendo-se as mais variadas figuras, que vão de homens-estátua a palhaços, ou ainda cantoras líricas acompanhadas de pequenas aparelhagens que nas esplanadas de bares e cafés se candidatam ao merecido tributo de algumas moedas, por parte de quem escuta as suas maravilhosas vozes.
Como antigo escuteiro, gostei de admirar "Baden-Powell House", ainda que por breves momentos.
Após regresso ao hotel, em Hammersmith, eu e minha mulher ainda pudemos fazer uma longa caminhada, cumprindo um hábito diário que nos é próprio.
O 3º. dia começou com o pequeno almoço-buffet no hotel e a partida para Oxford, famosa pela sua universidade, uma das mais antigas da Europa. Apesar de alguma perturbação na entrada da cidade, devido à instalação de uma feira, com inúmeros equipamentos de diversão, foi interessante visitar e ficar a conhecer o conjunto de edifícios dos diversos colégios que fazem parte desta mundialmente conhecida cidade do saber.
E a viagem continuou para Stratford-Upon-Avon, também famosa por ser a terra natal do dramaturgo William Shakespeare.
Mas a beleza, a harmonia e o tratamento que é dado a esta pequena cidade, tal como aos lugares visitados anteriormente, não passam despercebidos a qualquer visitante, demonstrando que o turismo é fomentado e aproveitado de forma inteligente, já que se trata de uma indústria geradora de grande riqueza.
Mas esta cidade tem também o mercado mais importante da região.
O almoço foi servido num restaurante local, daqui partindo para York, onde nos alojámos no hotel Park Inn.
Após o jantar foi possível percorrer algumas das "Stonegate", ruas estreitas e de características muito pitorescas, com varandas e janelas que quase se tocam sobre as ruas.
No 4º. dia continuámos a conhecer esta cidade de York, património da Grã-Bretanha e que na Idade Média foi uma cidade de grande riqueza, logo a seguir a Londres.
Tem um riquíssimo legado patrimonial, que pode ser testemunhado pela presença da Catedral, as já referidas ruas "Stonegate", a Galeria de Arte, "The Shambles", a rua mais antiga de York, o Colégio de St.Williams, o mercado, o centro arqueológico Viking, a "Fairfax House", uma típica casa do século XVIII, as ruínas da Abadia de St.Mary, parte das muralhas da cidade, de entre outros sinais do seu riquíssimo passado.
Aqui se almoçou em restaurante local, partindo depois para Durham, onde se fez uma paragem, que permitiu visitar a sua catedral, com grandes tradicões musicais, tendo um famoso coro de meninos e cavalheiros, orientados pelo director que é também o organista da catedral.
O castelo desta cidade foi o único na região que nunca foi conquistado pelos escoceses.
A viagem prosseguiu até Edimburgo, onde nos alojámos no Hotel Premier Inn da cidade, vindo a contactar com a capital da Escócia, num pequeno passeio após o jantar, ficando então com a impressão de ser uma cidade muito sombria .
E o 5º. dia apanhou-nos nesta cidade de Edimburgo, com o tempo mais "farrusco" do que até aí.
Porém, à luz do dia a impressão sobre a cidade melhorou bastante e pudemos admirar uma cidade imponente e monumental, dominada pelo seu castelo, construído sobre uma rocha de origem vulcânica.
É um centro económico e cultural de grande importância, com uma universidade que é pioneira na informática e gerenciamentos, das mais prestigiadas da Europa e do mundo.
Foi conhecida por Atenas do Norte, encontrando-se na cidade o Monumento Nacional sob Calton Hil, que lembra a acrópole de Atenas, na Grécia, mas que a população diz ser pouco lisongeiro para a cidade, por ser uma obra inadequada e inacabada.
Acompanhados da guia local pudemos tomar conhecimento mais aprofundado da sua história, de particularidades que ainda são visíveis, como a de janelas que foram tapadas para que o imposto então lançado sobre as mesmas diminuisse o seu número, evitando-se assim a cobrança do respectivo imposto.
O jantar que aqui nos foi servido, teve características típicas escocesas e foi acompanhado de um show folclórico celta, que tem muito a ver com a nossa cultura celtibérica.
Já no 6º. dia, após o pequeno almoço escocês no hotel, saimos para Stirling, onde visitámos o seu castelo, que se tornou famoso pelas batalhas entre escoceses e ingleses.
Pela sua localização, é um castelo de características defensivas, sendo três dos seus lados de íngremes escarpadas.
É um dos maiores e mais importantes castelos escoceses, tanto historicamente, como arquitectonicamente.
Foi retomada a viagem com destino a Glasgow, havendo paragem para almoço, em restaurante local.
À chegada, fez-se a visita à sua imponente catedral e de seguida uma panorâmica a esta cidade localizada nas margens do rio Clyde.
Após instalação no hotel, houve tempo livre para uma visita ao centro da cidade, com majestosas ruas dotadas de grandes estabelecimentos comerciais, chegando à praça de Jorge com o espectacular edifício da Câmara Municipal.
Glasgow é um importante centro financeiro da Europa, nela se localizando muitas das principais empresas escocesas.
Os pubs são um elemento fundamental da vida de Glasgow, ou não fosse a cidade com mais diversão nocturna da Escócia.
7º. dia iniciou-se com a viagem para Ambleside, onde se apanharia o barco para um cruzeiro no Lago Windermere, o mais longo de Inglaterra.
Mas antes de aí chegar foi feita uma paragem na última povoação escocesa junto à fronteira, de nome Gretna Green, hoje um lugar famoso, porque quando em Inglaterra uma mulher só podia casar-se quando tivesse 20 anos, aqui bastava ter 16 anos e haver uma testemunha. Então, a primeira casa era a de um ferreiro, neste sítio. Por isso muitas passavam a fronteira e aqui vinham dar o nó, sendo o ferreiro essa testemunha. Como referi, agora um lugar famoso.
Prosseguindo com a viagem e iniciado o cruzeiro, este veio a terminar em Bowness, uma bonita e florida vila, onde a movimentação turística é enorme. Também aqui teve lugar o almoço.
O tempo, com o sol sempre a brilhar, ajudou a um fantástico dia  neste aprazível local do Distrito dos Lagos.
Partindo ao encontro de Liverpool, após a instalação no hotel Thistle Atlantic Tower, ainda foi possível visitar a movimentada Mathew Street, onde existiu o Cavern Club, sítio em que os Beatles deram início à sua fantástica carreira musical.
Uma experiência inesquecível para mim, que resulta na concretização de um sonho acalentado de há muito, porquanto me tornei num grande admirador do grupo após o seu aparecimento, chegando a coleccionar todos os discos publicados no início da sua carreira.
Após o jantar, de novo visitámos aquele espaço e as ruas adjacentes, com pubs a fervilhar de jovens, muitos dos quais em despedidas de solteiros, mascarados e disfarçados a preceito, fazendo lembrar o carnaval. A musica em alto som, a partir dos pubs, domina toda aquela área.
O dia seguinte ainda permitiu visitar outras zonas de Liverpool, destacando-se a zona portuária, que em 2004 foi declarada Património Mundial pela Unesco. As docas são consideradas fundamentais para a história de Liverpool.
E foi depois o regresso a Lisboa e cada um a sua casa, através do aeroporto de Manchester.
Só acrescentar a satisfação de uma curiosidade:- o porquê da circulação do trânsito pela esquerda, no Reino Unido. Afinal, de onde veio essa prática ? Nada menos do que do tempo das invasões e ocupações de Inglaterra, por outros povos. Circulava-sa pela esquerda com cavalos e carroças, para o cavaleiro ter sempre a mão direita disponível para se defender com a espada. Mais tarde, todas as outras "carroças" ficaram a circular assim... ! Para os residentes, será muito simples, para quem vai de fora causa alguma confusão, principalmente quando se circula nas rotundas.
A terminar, dizer que este programa da Nortravel decorreu de forma muito positiva, até pela colaboração dada por todos os componentes do grupo no aspecto da pontualidade, com o seu guia Pedro Fonseca a mostrar ser um profissional à altura dos acontecimentos e o simpático motorista jamaicano (cujo nome me escapou) a conduzir-nos com toda a segurança.