domingo, 24 de agosto de 2008

PARABENS, CAMPEÃO !


Esta mensagem até foge ao âmbito do que quis que fosse, e praticamente tem sido , este meu blog.
Mas esta tem uma razão soberana para ser excepção – é pelo BRUNO.
Eu quero estar com o David na homenagem que lhe fez nas páginas do “pulmão” e porque sou dado a guardar no meu “baú das recordações” quase tudo o que à minha "garotada" diz respeito, aqui ficam umas imagens de duas feras do pedal, em "alta montanha", a preparar-se para as grandes provas do futuro.
Pelo que se percebe, cresceram, conseguiram deitar abaixo a celulite excedentária e agora já dão rendimento.
Estou nessa homenagem.
BEM A MERECES, BRUNO !

Quando a amizade acontece !

Este apontamento tem a sua razão de ser, AGORA.
E para dizer que a Tina e o Pedro são a prova viva de que a amizade nos descobre em qualquer lugar por onde andemos, seja no Fundão, em Praga (República Checa), ou noutro qualquer canto do mundo.
E pela sua força somos levados a atravessar oceanos, chegar a outros continentes e lugares tão distantes como Toronto, ou melhor, Mississauga, no Canadá.
Fomos merecedores da sorte desse encontro com a amizade e só queremos estar à altura de lhe corresponder.
Mas vamos aos pormenores:
Fazíamos parte do grupo de mais de 30 pessoas que em 2006 fez a viagem do programa “As 4 capitais da Europa Central”, ou seja, Praga, Bratislava, Budapeste e Viena, em que por coincidência também seguia outro casal fundanense – Lili / José Travassos.
No primeiro dia, já em Praga, eu e minha mulher optámos por jantar no hotel e o mesmo fez outro casal, o que nos levou a ficar juntos na mesma mesa.
Feitas as apresentações, soubemos ser a Tina e o Pedro, que viviam no Canadá.
A partir daí e até final da viagem não mais deixámos de estar juntos em refeições, visitas guiadas ou não guiadas, animações e outros convívios que aconteceram ao longo da viagem, somente nos separando em Lisboa.
Foi amizade à primeira vista e daí para cá os contactos e visitas foram acontecendo, tocados por uma empatia maravilhosa, que fará com que estejamos juntos de 29 de Agosto até 6 de Setembro, pois nos vão aturar em sua casa, em Mississauga, no Canadá.
Viajar é bom, mas quando a amizade acontece com pessoas maravilhosas, como a Tina e o Pedro, ainda é melhor.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

2003 - O vício do tabaco levou-me a CUBA

O título pode induzir no pensamento de que esta viagem foi feita para satisfazer na fumaça de um “puro havano”, a minha eventual dependência da nicotina.
Puro engano, pois até sou um anti-tabagista “militante e ajuramentado”, como diria o personagem duma popular telenovela brasileira, Odorico Paraguaçú.
Foi de facto o vício do tabaco que me proporcionou esta viagem a Cuba, mas o vício de alguém que, não suportando 8 horas sem fumar a bordo do avião, abdicou da mesma em meu proveito.
Na circunstância, até posso dizer que o tabaco me fez bem, pois permitiu que uma vez mais fizesse aquilo que tanto gosto fazer – viajar.
Levei comigo a esposa, mas para ela a viagem teve de ser comprada, como é óbvio.
O programa, organizado por uma instituição bancária, foi de excelente qualidade e fez desta viagem uma agradável oportunidade para conhecer um destino turístico que há muito ambicionava.
As condições de alojamento, programas e visitas estiveram ao nível de excelência de todo o programa e dividiram-se por dois espaços: Havana e Varadero.
Em Havana ficámos alojados no hotel Meliá-Havana no regime de “tudo incluído” e do programa constava: visita à cidade com destaque para “Havana Vieja”, onde está situada a Praça da Catedral, Palácio dos Capitães, Palácio do Artesanato e Praça da Revolução.
A seguir, foi o almoço no famoso “Café del Oriente”, no centro histórico de Havana.
Depois de uma tarde a gosto de cada um, rumámos ao belíssimo restaurante “El Algibe”, após o qual nos dirigimos ao mais famoso cabaret do mundo - “Tropicana”, para assistir a um show que não mais esqueceremos.
Este show decorre sobre palcos colocados a diversos níveis em três árvores centenárias, de porte grandioso, com uma envolvência feérica de cor, luz e som.
Mas a parte mais importante são os intervenientes, que formam um elenco de luxo, e nos proporcionam um espectáculo para não mais esquecer.
Para se avaliar da sua qualidade, basta dizer que uma entrada isolada no Tropicana, para assistir a um espectáculo como este, custava na altura o correspondente a 30 contos, com direito a uma garrafa de Rhum.
Foi-nos ainda proporcionada a visita a uma fábrica dessa tradicional bebida cubana e a uma fabrica dos também famosos charutos cubanos.
Não foi aqui que os comprei, mas como não fumador tive de me abastecer de charutos, numa incumbência de quem deixou para mim a viagem, no valor de 600 euros !
Embora adquiridos com emissão de factura, para evitar qualquer problema legal, ainda hoje me interrogo de como passei na alfândega, sem ser molestado, uma dezena de caixas num formato que nem era fácil de acomodar.
Dispusemos ainda de tempo livre para conhecer outros recantos da capital, que nos deixaram uma impressão menos agradável, principalmente no que se refere à conservação dos edifícios.
Apesar das dezenas de anos que já têm, fiquei com uma inveja danada de todos aqueles carros, verdadeiras relíquias, perfeitamente conservados e a funcionar.

Varadero
Terminada a estadia na capital de Cuba, rumámos a Varadero, onde ficámos instalados no Hotel Sol Elite Palmeras, também no regime de “tudo incluído”.
No dia seguinte foi-nos proporcionada uma viagem de barco (kat’a ma-ran) à ilha de Cayo Blanco, onde assistimos à pesca da lagosta, que depois nos foi servida ao almoço.
No percurso, parámos em alto mar numa área resguardada, onde se encontravam diversos golfinhos, com os quais nadámos e nos divertimos com as suas brincadeiras.
No final até nos foi permitido posar com os golfinhos e sacar uma fotografia, que é no album desta viagem uma verdadeira preciosidade.
Como nota negativa, o facto de o almoço me ter provocado um desarranjo intestinal que abalou um pouco a minha disposição, mas não perturbou o resto da viagem.
Houve ainda tempo livre para disfrutar das mais famosas águas das Caraíbas e na véspera da abalada assistir a um espectáculo muito agradável, nas instalações do próprio hotel.
Dizer ainda que a visita a Cuba foi uma feliz experiência, que deixou muitas saudades.

domingo, 17 de agosto de 2008

2002 - Cruzeiro "Brisas do Mediterrâneo"

Breve visita a BarcelonaFomos na “burrinha-Toyota” até Barcelona, onde começava o cruzeiro, fazendo-o com a antecedência de dois dias, de modo a podermos visitar a cidade, ainda que de forma breve. Está nos objectivos visitá-la a seu tempo, mas com tempo.
Foi uma boa opção, pois ainda conseguimos ver coisas muito interessantes, que mais não serviram do que estimular o apetite para a tal visita a preceito.
De qualquer modo não escapou a oportunidade para uma visita à Sagrada Família, um passeio no teleférico até Montjuic, passando sobre a zona portuária, uma aproximação ao bairro gótico, um passeio pelas Ramblas e, num rasgo de sorte, assistir ao maravilhoso espectáculo proporcionado pela fonte luminosa.
Um momento inesquecível de luz, música, cor e efeitos, que nos levou a dizer que só por isso já valeu a pena. Mas, repito, vamos voltar a Barcelona.
E porque não desperdicei a oportunidade, fiz a gravação desse espectáculo, que aqui fica num pequeno vídeo.
Galeria de imagens:
O cruzeiro

Embarcámos no S.S.Oceanic da Pullmantur e, naturalmente, as primeiras horas foram para conhecer a “cidade flutuante” e os alojamentos onde iríamos viver durante uma semana.
Já agora, referir que este barco tem capacidade para 1.136 passageiros, 10 pisos de passageiros, 2 piscinas exteriores (coberta/descoberta), 3 jacuzzis, ginásio, casino, discoteca, sala de internet, lojas “tax free”, cinema.
Não terá tudo o que uma cidade tem, como por exemplo os automóveis e a sua poluição, mas com todos aqueles equipamentos, mais os restaurantes, os bares, as salas de jogos, as animações e uma atenção dos funcionários própria de instalações turísticas de 5 estrelas, tem tudo o que é preciso para nos divertirmos e ter uma agradável estadia.
Para além disso, proporcionam a quem esteja interessado, excursões aos mais variados sítios onde o barco aporta e que normalmente corresponde a destinos que fazem parte de todos os programas turísticos de qualquer agência de viagens.
No nosso caso, depois de sairmos de Barcelona, visitámos Mónaco, Montecarlo, Lucca, Pisa, Roma e o Vaticano, Nápoles, Pompeia e a ilha de Malta, voltando de novo a Barcelona.
Durante o cruzeiro e tal como já disse, há uma programação que é suficientemente elucidativa pela afirmação do animador dos espectáculos: “vós estais aqui para vos divertirdes e não para descansar”. Assim é de facto, mas a filosofia que me orienta na vida é a de que nenhuma oportunidade deve ser desperdiçada, pelo que o cruzeiro não teria grande interesse se não aproveitasse para visitar os locais a que somos levados pelas excursões. A estadia no barco e o tratamento VIP que nos é dispensado já são aliciantes, mas por si só não me seduzem.
A rotina diária de um cruzeiro pode resumir-se assim: pequeno almoço (de restaurante ou buffet), excursão (eventualmente), piscina com ou sem animações, almoço (de restaurante ou buffet) frequência de bares e suas animações, salas de jogos, de leitura e música, actividades desportivas de ginásio, lanche, jantar (de restaurante ou buffet), espectáculo musical ou de animação variada com artistas de grande categoria, discotecas em que se pode dançar, ao mesmo tempo que durante a noite se regista a disponibilidade do buffet para os que não gostam de deitar-se com a barriga vazia.Ora neste cruzeiro o regime era de “tudo incluído”, o que significa que nos bares quase tudo se podia beber, sem pagar mais.
Dos espectáculos que foram acontecendo todas as noites no Salão Broadway só pode dizer-se que foram de alto nível, dado o elenco e a diversidade dos espectáculos apresentados durante a semana do cruzeiro.
A respeito das noites, há uma diferente das outras – a “noite do comandante”.
Este vem jantar com os passageiros, a decoração dos restaurantes apresenta-se diferente, os funcionários cantam e fazem interessantes coreografias, culminando com a foto a seu lado, para ficar como recordação do cruzeiro.
Curiosamente este era português – Amadeu Albuquerque. Mas para além dele havia mais 13 portugueses, de entre um total de 514 tripulantes de 37 nacionalidades.

Enquanto tudo decorria na "noite do comandante", o paquete navegava a caminho de Malta, passando nessa altura o estreito de Messina, cujo nome lhe advém do facto de estar situado entre a cidade de Messina na ilha da Sicília e o sul de Itália.
Sendo para muita gente - e para nós foi - a concretização de um sonho, um cruzeiro é tratado de forma a nada falhar e este tinha como directora Pilar Sanz, que na verdade soube proporcionar-nos umas férias maravilhosas e inesquecíveis.

As excursões
Principado do Mónaco
Villfranche-sur-Mer foi o primeiro porto em que o S.S.Oceanic fez paragem, depois da saída de Barcelona, e dali partimos em autocarro para a visita ao Principado do Mónaco, iniciada em Le Rocher (a rocha), núcleo urbano que deu lugar a esta cidade-estado.
Depois de percorrermos a pé pequenas ruelas e pracetas de traçado irregular, pudemos apreciar uma impressionante panorâmica, do porto e costa italiana.
Mereceram-nos especial atenção o Palácio dos Príncipes, o Museu Oceanográfico e a Catedral, onde repousa o corpo da princesa Grace Kelly. Montecarlo
Do Mónaco fomos levados a Montecarlo, percorrendo parte do circuito do Grande Prémio F1, chegando finalmente ao centro desta cidade, onde pudemos dispor de tempo livre para apreciar os cuidados jardins e admirar a impressionante arquitectura do Casino de Montecarlo, do Hotel e do famoso Café de Paris.
Terminada a visita, regressámos ao barco, de novo por Villefranche-sur-MerLucca
Em Livorno aportou o S.S.Oceanic, para a segunda paragem, e dali partimos para visitar Lucca e Pisa.
Lucca mantém o seu aspecto de cidade medieval, mas dizem-nos ter muita animação. É rodeada por uma antiga muralha perfeitamente conservada, a qual foi percorrida até chegarmos à Basílica de S.Frediano, que visitámos no seu interior.
Chegámos depois ao Anfiteatro Romano e mais tarde à Catedral de S.Marino, o monumento religioso mais importante da cidade. Dentro desta pudemos admirar algumas das maravilhosas pinturas de Tintoretto e Guirlandaio.
Passeando pelas estreitas ruelas de Lucca, descobrimos casas senhoriais com torres, umas mais altas que outras. Pela guia foi-nos explicado que houve tempos em que as famílias mostravam o seu poder, construindo uma torre, o que levou à concorrência entre elas para ver quem apresentava a torre mais alta.
Alguém tem então a ideia de lá plantar árvores, para que a altura destas viesse a somar-se à altura da torre, à medida que cresciam.
Vista por nós cá de longe, uma dessas torres parecia ter uma crista, tal o efeito que nos era dado pelas árvores. Fiz-lhe uma visita, subindo cerca de 300 degraus, para ver de perto as tais árvores agora centenárias. Constatei que eram parecidas com sobreiros.
Pisa
Pisa foi o destino seguinte, onde chegámos viajando através da maravilhosa paisagem da Toscana.
Ali chegados de autocarro, que foi deixado no respectivo terminal, seguimos a pé até à Praça dos Milagres, que muitos consideram a mais bela do mundo.
Fez-se a visita à Catedral do século XIII com a sua fachada Romanica-Toscana, cujo interior se diz de inspiração muçulmana, onde o Baptistério circular, construído em mármore, também salta à vista.
Mas a grande atracção é sem dúvida a Torre inclinada, onde Galileo levou a cabo as suas experiências sobre gravidade.
Nos últimos anos a torre esteve encerrada aos visitantes para serem feitos trabalhos de estabilização, face ao risco de queda, chegando a ser injectado gás num largo espaço do terreno em que ela está implantada, tornando-o gelado, cortando-se depois essa fatia de terreno, qual bloco de gelo, que depois era inclinado em sentido contrário, de modo a endireitá-la um pouco mais.
A ideia de a endireitar muito, tornando-a quase normal, foi desde logo posta de lado, pois deixaria de ter qualquer interesse como atracção turística.
Uma outra particularidade tem a ver com o preço dos terrenos circundantes, que do lado para onde está inclinada a torre não têm qualquer valor, enquanto do lado contrário são completamente inacessíveis.
Ao fim do dia regressamos ao porto de Livorno, onde o barco nos aguardava para prosseguir o cruzeiro.
Roma e Vaticano
Foi em Civitavecchia que o S.S.Oceanic aportou de novo, proporcionando-nos então a ansiada visita a Roma e ao Vaticano.

Vaticano
Acompanhou o grupo uma guia italiana e com ela demos início à visita ao Vaticano, após largarmos o autocarro no Parking Fra Albenzio, ali perto dos seus Museus.
Por ser a realização de um sonho, encarava esta visita com muita emoção e expectativa, e lá estávamos a iniciá-la exactamente pelo Museu, seguindo-se as Galerias Vaticanas, Pátio de Pin’a, Escada Simonetti, Galeria dos Candelabros, Galeria dos Tapetes, Galeria dos Mapas Geográficos, até chegar à Capela Sixtina, onde pudemos admirar os restaurados Frescos de Miguel Angel.
Não é possível descrever toda a emoção sentida por me encontrar em local de tamanha grandeza, não tanto pela sua dimensão física mas sim pela dimensão espiritual que ela representa.
Dirigimo-nos de seguida à Basílica de S. Pedro, centro da fé católica, sempre tomados pela emoção de nos sentirmos num ambiente que, como crentes, tanto nos aproxima do representante máximo de Cristo, na terra.
A “Pietá” de Miguel Angel, é uma imagem que nos aguarda à entrada da Basílica e a ela ficamos presos pela expressão dum realismo impressionante, a transmitir toda a dor sentida por uma mãe com o filho morto nos braços.
Mas de Miguel Angel tem também a Basílica a sua impressionante cúpula, que nos faz sentir extraordinariamente pequenos, face a tamanha grandeza e sumptuosidade.
Para além do que nos é dado sentir como crentes, a visita a este lugar sagrado permite-nos apreciar obras de arte maravilhosas e muitos dos trabalhos que Bernini projectou para este templo.
Como fazem quase todos os que visitam a Basílica de S.Pedro, não deixámos de aproveitar a oportunidade para acariciar o pé de S.Pedro, embora ali representado na figura de uma grandiosa estátua.
No exterior pudemos contemplar a sua impressionante fachada, passear naquele enorme espaço e sentir o envolvimento das gigantescas colunas, elas mesmas também a envolver a Praça de S. Pedro.
Após a visita ao Vaticano, reunimo-nos na Via de La Concilizione e dirigimo-nos para o local do almoço, que ficou logo incluído no preço da excursão.
Roma
Para a tarde estava programada uma visita panorâmica a Roma, com breves paragens nalguns pontos, que foi decorrendo com as explicações da nossa guia dentro do autocarro.
A visita panorâmica começou por ser feita pela orla do Rio Tiber até à Porta Portese e já de autocarro passámos pela Piazza de La de Boca de La Veritá, uma abertura onde, segundo a crença, quem ali metesse a cabeça estando a mentir, esta se fecharia esmagando a cabeça. Seria o correspondente ao moderno “detector de mentiras”, mas naquele caso era o medo que o tornava eficiente.
Continuámos até à Plaza Venecia, onde se destaca o que os romanos conhecem como “La Tarta”, o monumento a Vitorio Enmanuelle.
Prosseguimos pela Via dei Fori Imperiali, passámos ao Coliseo, Circo Massimo, Via Cavour, Santa Maria La Mayor, estação Termini e Via Nazionale.
Houve monumentos que nos despertaram mais a atenção, como aconteceu com o Circo Romano, mas limitados pelo tempo, a visita serviu para nos estimular o apetite para conhecer melhor esta maravilhosa cidade, aguardando vez na agenda, onde tenho registada uma futura visita.
Mas como tem acontecido em todas as minhas viagens, por onde passo vou adquirindo literatura e filmes que me permitem rever mais tarde todos os locais visitados.
Se das explicações fornecidas por guias algo me escapa, tenho ali a possibilidade de tirar dúvidas sobre a história desses locais, o que aconteceu precisamente com a cidade de Roma.
E para retomar o cruzeiro, regressámos a Civitavecchia, onde o S.S.Ocanic nos aguardava.

Nápoles e Pompeya

Pompeya
O porto que a seguir acolheu o S.S.Oceanic foi o de Nápoles, cuja cidade é a terceira mais importante do país, ocupando uma posição belíssima no golfo com o mesmo nome.
Aí se iniciou a excursão que nos levou a Pompeya, saindo da cidade pelo bairro industrial de S.Giovanni, rumando depois através do fértil vale do Vesúvio e passando ao lado das povoações de Herculano e Torre del Greco, antes de ali chegarmos.
Quero referir que em tempos vira um filme sobre a trágica destruição de Pompeya – Os últimos dias de Pompeya – e guardava também na memória o que alguém dissera depois de lá ter estado, de que os corpos carbonizados de pessoas apanhadas pela lava incandescente do Vesúvio, ali estavam expostos.
Interrogava-me como tal seria possível e estava desejoso de tirar essa dúvida, vindo então a esclarecê-la, e fiquei a saber que na verdade o que ficou na lava, depois de arrefecer, foi o espaço ou a forma dos corpos derretidos devido à elevada temperatura.
Em 1860, quando Giuseppe Fiorelli se encontrava empenhado nas escavações, passou a reproduzir os decalques enchendo com gesso os espaços deixados pelas substâncias orgânicas dissolvidas, na lava compacta, e com esse sistema deu forma aos corpos de homens, animais, plantas e outros objectos pulverizados 1900 anos antes.
São esses moldes que se encontram expostos em Pompeya, que mesmo assim nos impressionam.
Mas esta visita excedeu todas as minhas expectativas, face a tudo o mais que nos é dado ver em Pompeya, e em relação à qual se pode dizer que é uma cidade em que “a vida ficou congelada” sob as cinzas lançadas pelo Vesúvio, após a sua erupção.
Como que toda a vida quotidiana de um qualquer dia se cristalizou nos seus gestos, nos seus segredos e no pânico dos últimos momentos.
Do que vemos de Pompeya, podemos imaginar o quão grande seria no apogeu da sua existência, na primeira época imperial, quanto a riqueza e ostentação.
Descrevê-lo não é fácil e como já o disse em relação a outros pontos visitados, também aqui recolhi literatura e filmes que me ajudam ao conhecimento que passei a ter do mundo que está para além da nossa janela, que só com uma visita passamos a conhecê-lo. Nápoles
Regressamos a Nápoles e aí a visita é bem mais curta do que o esperado, pois uma manifestação numa das artérias da cidade bloqueia a passagem e retém o nosso autocarro durante um longo e desesperante tempo, impedindo-nos de chegar ao nosso objectivo, que era a visita ao centro da cidade.
Ainda assim foi possível visitar o centro histórico, parar no famoso Café Gambrinus, o mais antigo de Nápoles, e comer um gelado, admirar a famosa cúpula das ruas na zona do comércio mais luxuoso e admirar a panorâmica sobre o golfo de Nápoles.
Para rumar ao destino seguinte descemos ao cais, onde nos esperava o S.S.Oceanic, daí partindo rumo à ilha de Malta.

Malta
A ilha de Malta foi a última escala do S.S.Oceanic, atracando no porto de La valletta, que a guia nos dizia ser o porto mais lindo do mundo, pelas suas condições naturais.
Não conhecendo todos os portos do mundo para estabelecer uma comparação, dos que conheço e não só deste cruzeiro, é de facto o mais lindo.
Nesta paragem foi-nos dada a possibilidade de uma excursão com guia a La Valletta, Mdina e Igreja de Mosta, o que foi aproveitado a exemplo do que fiz em todos os portos de escala, podendo dizer depois do que vi, que se não tivesse aproveitado muito teria a lamentá-lo.
Um primeiro motivo de interesse e estímulo para a visita a esta ilha, era a ideia da existência dos popularmente conhecidos Cavaleiros da Ordem de Malta, que de facto se designa por Ordem dos Cavaleiros de San Juan, e o desejo de conhecer no local tudo o que se relacionasse com os mesmos.
Não saiu gorada a expectativa por tudo aquilo que nos foi dado ver, principalmente na visita À Co-Catedral de San Juan, de estilo barroco belamente decorado com maravilhosos frescos no tecto e nas luxuosas capelas, uma das quais dedicada à presença portuguesa através dos governadores da Ordem, Luís Mendes Vasconcelos, 1622-1623, António Manuel de Vilhena, 1722-1736, e Manuel Pinto da Fonseca, 1741-1773.
Mas esta catedral tinha mais para nos surpreender, olhando o chão onde se encontram os túmulos dos cavaleiros, construídos em mármore, mas com uma decoração multicolor de embutidos com o mesmo material, que nos deixa de boca aberta.
Por incrível que pareça, é permitido aos visitantes caminhar sobre estas verdadeiras obras de arte, sem qualquer protecção no calçado que usam, o que contrasta com o que já vimos em Berlim, onde somos obrigados a calçar enorme pantufa sobre os nossos sapatos, só para não pisar outro chão de muito menor importância que este.
Muito perto daqui também nos foi dado visitar o palácio do Gran Mestre da Ordem, onde actualmente se encontra instalado o Parlamento e o gabinete do Primeiro Ministro.
Mas para além da Ordem dos Cavaleiros de San Juan, existe a marca de outras presenças em Malta, numa história de 6.000 anos, que se encontra ligada a fenícios, cartagineses, romanos, árabes, normandos, espanhóis, franceses e ao império britânico.
A capital de Malta, La Valletta, é uma cidade fortificada e apresenta ruas perfeitamente ordenadas e nelas existem imensos edifícios de típicas varandas verdes, bem ao estilo inglês.
Dos miradouros dos jardins designados por Barraca, disfruta-se um panorama fantástico do Grande Porto, do forte de St.Angelo e das outras três cidades fortificadas que partilham este grande porto natural, de nome Vittoriosa, Cospicua e Senglea.
Dispusemos ainda de tempo livre que nos permitiu visitar o popular mercado, chamado de “Merchants Street” e dar uma volta por “Republic Street”.
A visita seguinte foi a Mdina, antiga capital da ilha, que é hoje uma gigantesca cidade quase desabitada, pois nos dizem ter apenas 200 habitantes de avançada idade. Essa situação foi por nós constatada.
A razão para este despovoamento prende-se com o facto de as transmissões da propriedade se poder fazer apenas na linha directa da descendência, nunca para terceiros.
Esta situação conduz ao envelhecimento dos proprietários das habitações, deles deixando de ser donos apenas com a sua morte.
Daí o nome de “Cidade do Silêncio” que é dado a Mdina, onde grande parte das ruas são estreitas e formam autênticos labirintos, desaconselhados a quem não conheça, enquanto os edifícios têm uma dimensão grandiosa, ou mesmo gigantesca.
Por esse facto já foram ali rodados diversos filmes que têm a ver com o império romano.
Seguiu-se a visita à Igreja de Mosta, onde se destacam os seus interessantes afrescos tridimensionais e a sua grande cúpula, a terceira da Europa em grandeza.
A robustez desta cúpula é posta em evidência pelos malteses, quando aguentou o impacto de uma bomba durante a 2ª. Guerra mundial, que não rebentou, “parando” sobre a mão de Cristo, representado num dos afrescos existentes no tecto.
Dizem que a igreja se encontrava cheia de mulheres e crianças e consideram ter havido um milagre, ao ser sustida a bomba pela mão de Cristo.
E foi com vontade de voltar que deixámos a ilha de Malta, embarcando a bordo do S.S.Oceanic, para nos levar até Barcelona onde o cruzeiro terminava.
Resta dizer que a última noite abordo não foi das mais agradáveis, já que a ondulação provocou alguns enjoos nos mais sensíveis.
Mas um cruzeiro vale sempre a pena.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

2001 - Futuroscope e Eurodisney

A ida aos parques do Futuroscope e Disneyland foi uma prenda que quis dar a mim mesmo, quando fiz 57 anos, tendo aberto a garrafa do champanhe precisamente na noite passada no hotel junto ao Futuroscope.
Era o dia 31 de Março e estavam comigo, para além de minha mulher, o meu irmão e minha cunhada.
De há muito andava à espera da oportunidade de visitar estes parques, o primeiro auto-denominado de “Un monde d’éxperiences” e o segundo como "Uma viagem ao mundo da fantasia", que ao contrário do que às vezes se ouve dizer não é apenas para crianças.
Os graúdos também os “curtem”, tanto ou mais que os miúdos.

O Parc du Futuroscope - Poitiers
Foi de automóvel a viagem até Poitiers-França, onde se situa o Futuroscope, aí tendo passado duas noites, a primeira das quais foi de comemoração de aniversário, como já se disse.
A altura foi a melhor, porquanto não havia muita gente e o tempo esteve maravilhoso.
O dia imediato ao da chegada foi de levantar cedo e começar a visita assim que as portas abriram, o que tornou possível visitar quase todos os pavilhões.
A mensagem de boas vindas do parque refere-se aos seus visitantes como "amantes de sensações fortes ou curiosos em busca de evasão…e que ninguém imagina o que o espera".
Assim é de facto. No parque vivem-se sensacionais experiências em 3D, sobre gigantescos ecrans, em assentos que se movimentam, interagindo com as imagens apresentadas, tudo num fabuloso programa composto de 20 atracções, distribuídas por igual número de pavilhões.
Conseguimos visitar 19 deles, escapando-nos por pouco a visita ao último pavilhão, o da fotografia, cuja entrada não alcançámos por escassos minutos.
Já o havia visto na Expo98, mas também aqui nos foi dado submergir à velocidade do relâmpago até à mítica cidade de Atlântida e assistir à luta dos deuses, um a querer destruí-la e outro a querer salvá-la.
Logo de imediato “acompanhámos”, confortavelmente instalados em cadeiras viradas para um ecran hemisférico, no interior de um imenso cubo translúcido, a equipa de veteranos alpinistas na sua subida a mais de 8.000 m. no Everest, sendo multiplicada a sensação de imensidade graças a uma objectiva tipo Fish Eye (olho de peixe).
Uma descida aos abismos ser-nos-ia proporcionada por comboio fantasma a velocidade infernal, em que o assento coordenado por computador em interacção com as imagens e através de labirintos e som, nos inserem num inquietante universo.
Os efeitos são os mesmos quando enfrentamos o Tiranosauro Rex e as suas monstruosas mandíbulas que parecem devorar-nos, criando uma proximidade e envolvência com garantia de pavor, através do 3D.
Mas a viagem ao interior de um computador ajuda-nos a compreender todo o seu funcionamento e utilidade, por vezes emperrado por seres maliciosos e destruidores que bem conhecemos como “vírus informáticos”.
Viagem assombrosa e de uma beleza extraordinária é-nos proporcionada por dois ecrans, um à nossa frente e outro inclinado sob os nossos, quando acompanhamos as borboletas-monarca na sua viagem migratória de mais de 3.000 km, das florestas do Canadá até ao México, atravessando todo o continente norte-americano.
O efeito proporcionado pelos dois ecrans, que resultam da filmagem de dois ângulos em paralelo, é o mesmo que nos sentirmos integrados e envolvidos pelo vôo das próprias borboletas, em número de milhões, sobre o manto verde das florestas e daí o nome do programa "tapete mágico". A experiência é fascinante.
Os alliens delirantes é a história de simpáticos extraterrestres errantes em pleno cosmos na busca de uma terra tranquila, vindo a aterrar precisamente no Parque do Futuroscope, onde nos encontrávamos, para ver as suas peripécias cheias de humor.
Também nos foi dado fazer uma alucinante viagem ao volante de um F3, através de apertadas ruas, conseguindo vencer os mais incríveis obstáculos.
Noutro pavilhão vivemos experiências sensoriais inéditas, em que através de diversas técnicas audiovisuais somos levados a conhecer os mecanismos dos 5 sentidos, o que nos é dado pelo simples acto de saborear.
A sétima arte tinha o seu espaço num dos pavilhões, sendo muito interessante a forma como fizemos a visita, em barquinhas móveis que nos transportam através de um estúdio de 3.000 m2, onde pudemos conhecer todos os truques cinematográficos e a montagem de filmes, incluindo a simulação de uma grande tempestade dentro de um enorme tanque, onde um navio luta contra enormes ondas e se vai despedaçando pouco a pouco. As luzes e os sons que imitam relâmpagos e trovões, completam um quadro “assustador”.
E outras experiências aconteceram ao longo do dia, culminando no espectáculo do Lago das Imagens, em que os ecrans são projecções de bruma ou paredes de água de 15 m de altura, formando um leque em que se fazem diversas projecções de imagem, ao mesmo tempo que de forma sincronizada se vai desenrolando um maravilhoso espectáculo aquático com personagens surpreendentes, pirotecnia e música.
É deste espectáculo que se apresenta um vídeo, dividido em duas partes:
Lago das imagens - Parte I

Lago das imagens - Parte II
Galeria de fotografias:

O Parc Disneyland – Paris
Após breve estadia em casa da sobrinha Ana Maria, em Beauvais, surge a ida ao Parc Eurodisney, em Paris.
Também nos fez companhia a sobrinha-neta Julie, de 12 anos, que ajudou a que a “criança que há em nós” tivesse gozado de total liberdade enquanto permaneci naquele mundo de fantasia, levando-me a regredir na idade até à idade dela. Foi maravilhoso o impulso de juventude de que fui tomado, que me levou a acompanhá-la em todas as diversões em que participou.
É caso para dizer que fui garoto – no bom sentido - por umas horas em mais um dia da minha vida.
Começámos por apanhar o velho comboio do Oeste americano e a partir daí todo o cenário e personagens nos surgem a condizer.
Mas depressa este se altera, para nos surgir o Tarzan com o seu típico grito, enquanto nos embrenhamos em densa floresta.
E os quadros vão surgindo à medida que avançamos pelo interior do parque, passando de forma quase instantânea do mundo das fadas para o dos monstros, como acontece quando deixamos o castelo da bela adormecida e visitamos a casa assombrada.
A experiência de uma estonteante viagem através da mina em que Indiana Jones se viu perseguido pelos bandidos, sobre carris montados em estruturas de “madeira” de uma fragilidade aparente, é de nos deixar de pernas para o ar e cabeça às voltas, uma vez que a partida do comboio até se faz para trás em alta velocidade e em looping para baixo. Inesquecível. Outra viagem de “ficarmos com a cabeça na lua”, é a que empreendemos quando nos instalamos no foguetão Space Mountain-Da terra para a lua e somos projectados a cerca de 90 Km/h para o cosmos, que no caso é uma enorme esfera onde um emaranhado de carris nos faz subir e descer vertiginosamente, ora contra a lua, ora contra uma ou outra estrela, das quais se desvia no último instante.
A gritaria ensurdecedora dos ocupantes do foguetão, aquando das descidas vertiginosas e rodopios estonteantes, completam um quadro "espacial" sem comparação.
Também a viagem num “velho barco”, movido a vapor, através do “Amazonas” é recordação que ainda permanece bem viva.
E quem tinha pavor aos ratos ficou em estado de choque ao assistir ao espectáculo visionado com óculos especiais que nos davam a ilusão do 3D, enquanto os assentos nos faziam interagir com as cenas projectadas, movendo-se de forma sincronizada com o ritmo da acção.
Mas de facto o pavor surge no final quando “vemos” a sala inundar-se de ratos, ao mesmo tempo que os “sentimos” bater nas nossas pernas, provocando um pânico indescritível, principalmente nos elementos femininos, que sabem para as próprias cadeiras ou para o colo do vizinho.
O Castelo da Bela Adormecida, Branca de Neve e os sete anões, As viagens de Pinocchio, Os voos de Peter Pan, Dumbo o Elefante, As mil e uma noites e tantos outros quadros que nos fazem dar largas à fantasia, deliciando grandes e pequenos, torna-se impossível descrevê-los todos aqui em pormenor.
Tal como no Futuroscope, as mais avançadas tecnologias permitem criar espectáculos fantásticos de realidade virtual, como é o caso da viagem do Nautilus, dirigido pelo Capitão Nemo das Vinte Mil Léguas Submarinas, em que participámos como passageiros.
Estes e tantos outros do género, só mesmo estando lá.
Porém, o dia não havia de terminar sem a fantástica Parada do Maravilhoso Mundo Disney, em carros e centenas de figurantes, que dão vida a todas figuras imaginadas pelo seu criador Walt Disney, e ao deixar o Parc Disneyland sentimos já um desejo enorme de voltar, o que faríamos de bom gosto e de imediato, dando meia-volta e entrando de novo.
Valeu a pena ser criança por mais um dia. Simplesmente maravilhoso e inesquecível.

domingo, 10 de agosto de 2008

1997 - Holanda uma vez mais

É a convite dos amigos Gerard e Coba van Dijken, que me haviam alojado em sua casa em 1995 a quando da deslocação do Rancho Folclórico Cova da Beira à Holanda, que acontece esta segunda viagem ao país das tulipas.
O pretexto foi a comemoração dos 25 anos do seu casamento.
O casal holandês tinha estado em nossa casa em 1996, onde voltaria em 1998, deixando então este convite para ir de novo à Holanda, mas desta vez acompanhado da minha Nelita.
Voámos até Amsterdam, via Barcelona, e no aeroporto Sciphol lá estavam os nossos amigos à espera, para nos levar até Middelstum bem perto de Groningen, no norte da Holanda.
Ao mesmo tempo que nós, estiveram em casa dos nossos amigos o casalinho polaco Krzysztof e Lidia, que faziam parte do grupo folclórico da Polónia, no ano de 1995.
Repetiam agora, também, a visita à Holanda.
Um dos primeiros locais que visitámos foi o espaço onde viria a realizar-se a festa das bodas de prata, um restaurante de características rústicas junto ao Palacete “Fraeylenborg tot Slochter”, em Slocthteren, que também visitámos em pormenor dias mais tarde.
Ser-nos-ia então contada a história e mostrado todo o espólio desse antigo edifício.
É conhecido entre nós o ditado popular “Deus criou o mundo e os holandeses a Holanda”, e a razão de ser deste ditado pude observá-la na visita ao “Afsluitdijk” (dique de fecho) com 32 Km de comprimento, portanto um dique gigante, que liga Noord-Holland com a província da Frísia, fechando o rio IJsselmeer e separando-o do Mar de Wadden.
O primeiro troço começou a ser construído em 1920, sendo o troço principal iniciado em 1927. A inauguração foi em 1933 e ao longo da sua construção muitos trabalhadores foram vítimas de acidentes fatais, entre eles alguns portugueses, como se refere num monumento existente a meio do dique, sobre o qual também foi construída a auto-estrada A7.
Existindo canais em toda a Holanda, no Inverno é normal ficarem gelados.
Aproveitando essa circunstância e sempre que a dureza do gelo o permite, na província da Frísia realiza-se uma prova de patinagem através desses canais gelados, que dá a volta à província e termina na cidade de Dokkum, que tivemos a oportunidade de visitar.
É uma prova em que velhos e novos participam ao longo de um dia, encerrando naquela cidade ao último batimento das 24 horas, no sino da Igreja.
Demore-se o tempo que demorar, a grande proeza é chegar antes da última badalada.
Tive oportunidade de ver imagens dos pequenos dramas e a grande frustração de gente que, por alguns segundos, não alcança a meta antes do último batimento do sino. Ficam inconsoláveis.
Diversos foram os passeios que nos proporcionaram e um deles incluiu, entre outros locais muito interessantes, a visita à fortaleza militar de Bourtange, com vários fossos inundáveis à sua volta, de que se mostra uma imagem.
Não sendo um país de grandes e antigos monumentos, a Holanda sabe preservar os que tem, e este é dos bons exemplos.
Num dos dias fui levado a um passeio de barco de grande envergadura, em águas situadas entre o norte da Holanda e a Alemanha, vindo a constatar que toda aquela gente vai ali para se abastecer de bebidas, chocolates, guloseimas, aparelhos de todo o tipo e as mais variadas coisas, porque é feito em zona franca e por isso não pagam impostos. Acaba por ser uma viagem que dura três ou quatro horas e se repete sempre que precisam abastecer-se das coisas que lá se vendem.
A vida social dos holandeses é bastante intensa e raro terá sido o dia em que não houve uma recepção em casa de amigos ou estes em casa do casal onde nos encontrávamos.
Fomos, por isso, apresentados a outras pessoas e daí tomado conhecimento com o casal Dick e Marta, que tomava conta de um dos típicos moinhos holandeses, tendo-nos proporcionado num dos dias a visita ao seu interior e fazendo-o funcionar para nós, inclusivamente.
Até alguns grãos de semente foram moídos, obtendo-se a correspondente farinha.
Experiência maravilhosa, porque nos permitiu conhecer um mecanismo que mais parece o de um relógio gigante, só que esta engrenagem é quase toda feita em madeira. Apenas o grande eixo a que está ligada a hélice e suas pás é que é de ferro.
Começámos por ver lançar os panos sobre a estrutura de cada uma das pás das hélices, estas feitas apenas de ripas cruzadas que lhe dão o ar de uma das nossas escadas de madeira com que se sobe às oliveiras, criando então uma larga faixa em pano onde o vento exerce pressão e faz movimentar o engenho.
Os tais panos, feitos de pele, encontram-se enrolados e presos às respectivas pás e dada a sua grande dimensão exige uma grande perícia para os desenrolar e prender em ganchos ao longo de toda ela, o que se faz balanceando a corda em que estão presos.
Foi-me dado fazer a experiência mas só depois de algumas tentativas consegui imitar com êxito o lançamento da corda em que está enrolado o pano e a sua prisão nos respectivos ganchos.
A festa das bodas de prata foi a principal razão desta nossa ida à Holanda e foi uma festa linda em ambiente muito agradável, com um vasto número de convidados.
Actuou um grupo de danças tradicionais, chamado “De Grunneger daansers” que encantou a assistência.
Tratando-se das bodas de prata, levámos daqui uma salva de prata, onde mandei gravar:
Gerard e Coba
Anos: 25
Meses: 300
Semanas: 1.300
Dias: 9.131
Horas: 219.144
Minutos: 13.148.640
Segundos: 788.918.400
Total: AMOR
Constatei que não é usual a oferta de objectos em prata, sendo mais vulgar toda a gente oferecer dinheiro, o que fazem em envelopes ou mesmo encaixilhado em quadros de fundo artisticamente decorado com pratas coloridas.
Antes de regressarmos a Portugal tinha regressado já à Polónia o casal Crzysztof e Lidia.
Esta nossa viagem foi baseada na amizade mas permitiu também fazer turismo, conhecer novas gentes e novos mundos, seguindo uma filosofia de vida de que as oportunidades nunca devem ser desperdiçadas.

De novo na Holanda em 2006
Neste ano voltei à Holanda para visitar uma feira de turismo em Amsterdam e deixar material publicitário do Parque de Campismo da Fundatur.
A viagem tinha sido programada para um voo de Valladolid a Bruxelas e dali até Amsterdam em automóvel.
Aconteceu, porém, que em Valladolid o avião foi impedido de aterrar e levantar voo, devido às condições atmosféricas, optando eu e os meus companheiros por seguir de automóvel até Amsterdam.
Apesar da escassez do tempo, tivemos oportunidade de conhecer uma grandiosa feira de turismo, onde eram promovidos os mais variados pontos do mundo, e ainda fazer uma visita ao “Red Light District” (zona de meretrício).