segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Sózinho em casa...

Sózinho, mas não em solidão.
Porque não há vazio para mim. Porque não há isolamento.
Apenas estou partilhando os carinhos, os beijinhos, as festinhas  e as delícias gastronómicas, que tinha para mim, com o filhote que tem dói-dói.
E isso ajuda-o a curar-se.
Funcionou: "óh mãe vou requisitar-te ao pai".
OK, mas temporariamente...
Por mim, cá estou sempre acompanhado por todos !
Nunca estou sózinho.
E por que é tal e qual assim, cito António Lobo Antunes:
"Por que é que havia de me sentir sózinho ? Raras vezes na minha vida, desde que me lembro de mim, tive um sentimento de solidão.
E não me sinto mal na minha companhia, divertimo-nos muito os dois,eu e eu.
Não me aborreço".

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

FÉ A 100%



Fé a 100% chega para mudar a história...
É o que se escreve nesta capa do jornal O Jogo.
E vou traze-la para aqui.
Porque a mensagem que encerra baseia-se na Fé. No acreditar.
É certo que a mensagem do jornal tem um âmbito absolutamente diferente do que é o meu, neste momento.
Mas o título há-de valer também para mim.
Que o acreditar, faz milagres.
Eu o digo.
Pela Fé e pelo Fé.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

David e Golias


Numa leitura que fiz sobre Julian Assange e o caso Wikileaks, ele é comparado a David e o Wikileaks comparado à funda que derrotou Golias.
David e Golias são personagens da história longínqua. Sabemo-lo.
Mas personificam, ainda hoje, a luta entre o pequeno e o gigante, a luta entre o fraco e o todo poderoso, mas onde a vitória do mais pequeno se alcança pela força da vontade e da fé.
Em termos emocionais, não será exagero comparar um cancro ao poderoso Golias, face ao pavor que ele incute nas suas vítimas e fazendo com que sejam tomadas pela fragilidade.
Ora, no pequeno escrito que aqui deixo, o David já tem a sua funda:
- A força que a família e os amigos estão a proporcionar-lhe.
Mas olhando o que significa o nome de David, aqui reproduzido na imagem de “Mimos Meus”, essa funda ainda será mais certeira e eficaz.
E ele vai utilizar essa funda de maneira vitoriosa.

domingo, 3 de agosto de 2014

Ser rico... é ter a família que eu tenho.

Assim escrevo em título nesta página e "Acerca de mim" neste blogue... onde acrescento: Felizmente que há muitos outros tão ricos como eu sou !
Mas hoje, confrontado com uma situação que não deixa alternativa quanto à luta que é preciso travar para vencer o inimigo - que o tem sido para tantas e tantas pessoas que o abateram - na forma de doença cancerígena, ainda tenho de adicionar um novo elemento para o título ficar completo: a que se junta outra grande riqueza, que é a amizade e o carinho de tantos e tantos amigos !
Desde 5 de Julho passado, dia em que esse inimigo nos surpreendeu sorrateiramente atacando o filho, que procuramos reequilibrar-nos das sucessivas pancadas que nos tem desferido e que quase nos têm prostrado.
Primeiro a notícia de um aparente acidente de bicicleta na Serra da estrela; depois a sua detecção numa zona da cabeça; logo a seguir a cirurgia de extracção desse inimigo, que nos trouxe a perspectiva animadora de que bastaria esperar pela recuperação desse acto cirúrgico, para que as coisas pudessem ficar por aí.
Mas novo golpe nos atinge:- a comunicação do resultado da sua análise, que afinal nos dizia estarmos perante um caso que não era benigno.
Não há palavras para descrever a angústia de vermos um elemento da família apanhado nas garras desse terrível inimigo.
Pior ainda, quando sentimos que a impotência e a nossa própria fragilidade quase nos retira o discernimento para encontrar as palavras adequadas para atenuar a sua fragilidade, ajudando-o em momento tão delicado.
Sei hoje avaliar o drama a que outras famílias já foram sujeitas, em idênticas circunstâncias.
Mas é num momento como este que a família desempenha um dos papéis mais importantes da sua existência, mantendo-se unida e agindo com amor para a recuperação das forças necessárias para ir à luta.
E essas forças estão reunidas, felizmente.
Mas outra ajuda extraordinária se juntou a essas: a dos amigos que, desde o primeiro momento, nos têm transmitido a força que eleva a moral e permite um estado de espírito propício para enfrentar e vencer provas com a dureza desta, e a que ninguém é capaz de furtar-se se ela quiser supreender cada um de nós ao longo da vida. 
E aqui se completa o título: Ser rico é ter a família que eu tenho. Felizmente que há muitos outros tão ricos como eu sou. A que se junta outra grande riqueza, que é a amizade e o carinho de tantos e tantos amigos.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Encantos da Croácia, Montenegro, Bósnia Herzegovina e Eslovénia

O meu sonho de viajar mantém-se.
E a sua concretização teve este ano uma nova e fantástica etapa, que contemplou os países balcânicos de Croácia, Montenegro, Bósnia Herzegovina e Eslovénia, visitando Dubrovnik, Kotor, Mostar, Trogir, Split, Parque natural de Plitvice Jezera, Ljubljana, Bled e Zagreb.
Decorreu entre 15 e 22 de Junho de 2014.
Já havia visitado Dubrovnik em 2002, um ano antes de ser acometido de AVC, que julguei ir pôr fim à realização desse sonho. Mas não, felizmente.
E logo que tive condições de saúde, retomei o caminho para alcançar esse objectivo.
Já o deixei escrito noutras circunstâncias: nós somos aquilo que decidimos. Bem ou mal. A tempo, fora de tempo, ou no momento certo. As decisões implicam opções, as opções definem um rumo.
E a vida aproveita-se, quando se opta e se decide.
Até agora fui bem sucedido nas decisões que tomei, porque havia sempre uma motivação.
E conhecer novas gentes, novas culturas, novas realidades e novos horizontes, é sempre uma forte motivação para mim.
Ora, no programa da Nortravel 2014, cuja data de realização me era totalmente favorável, face aos meus compromissos profissionais, encontrei os motivos para subscrever este circuito, sendo a quinta vez que subscrevo os circuitos deste operador turístico.
Calculava que o tema dos conflitos nos Balcãs seria abordado, face ao terreno que seria percorrido, e tendo lido bastante sobre ele, ansiava conhecer pontos de vista diferentes, se bem que falar de guerra seja sempre muito penoso, face aos dramas que outros viveram por causa dela.
Mas o programa também nos dava a saber que as belezas naturais, o património, principalmente o classificado como património mundial pela UNESCO, a gastronomia, as tradições e a história que os envolve, nos seriam dados a conhecer.
Por tudo isso, a minha expectativa em relação ao programa, era muito grande.
E posso dizer que essa expectativa não saiu gorada.
1º.dia - Lisboa / Zagreb / Dubrovnik.
Foi um dia quase todo consumido nas viagens aéreas e instalação no hotel em Dubrovnik, mas não havia mesmo outra alternativa, excepto um pequeno passeio no final do dia, que alguns empreenderam até à beira-mar para desentorpecer as pernas, como foi o meu caso.
2º.dia - Dubrovnik / Montenegro / Dubrovnik
Como referi atrás, já havia visitado Dubrovnik em 2002. Mas uma cidade com as suas características históricas e monumentais, é sempre um encantamento ser revisitada, vindo a acrescer o facto de termos como guia local a Ana, uma figura que nos deu a conhecer a sua terrível experiência da guerra, em seis meses que se viu cercada dentro da cidade e onde não havia comida, água, agasalhos, higiene e os bombardeamentos eram constantes. Porém, foi impressionante constatar que não havia ódio contra os atacantes, as tropas sérvias do Montenegro, que fizeram parte da antiga Yugoslávia, a que todos pertenceram. Se esse ódio existia ou existiu, soube disfarça-lo perante o grupo, mostrando-se até como uma pessoa bem humorada e sem manifestar queixas da vida, apesar de a guerra lhe ter feito perder tudo.
Pelas imagens, que aqui deixo, os que a não conhecem podem formar uma ideia de como é a cidade.
Partimos depois em direcção ao Montenegro, mas de caminho e em restaurante situado na região de Konavle, foi-nos servido um almoço da gastronomia local, que até contemplou vinho e outras iguarias que eram produzidas na região. Muito bom.
E antes de entrar no Montenegro, tivemos de nos submeter às formalidades de fronteira, a que já não estamos habituados na Europa.
Chegámos à cidade medieval de Kotor, classificada de património mundial pela UNESCO, usando a via junto às montanhas encostadas ao mar, cuja configuração geológica se assemelha a um fiorde, sendo estas características únicas no sul da Europa.
A chuva não foi simpática connosco em Kotor, mas ainda assim permitiu uma visita ao centro histórico, uma espreitadela à catedral de São Trifão, Igrejas de S. Lucas e Santa Ana, e ainda apreciar a fortaleza guardiã da cidade, que se estende sobre o monte rochoso de São João (Sveti Ivan). Com pena nossa, muito mais ficou por ver.
Mas embora abreviada, valeu a pena a visita a Kotor.
3º.dia - Dubrovnik / Cruzeiro / Dubrovnik
Este dia ficou marcado pelas ameaças de borrasca do dia anterior, que se concretizaram durante a noite com chuva e um pequeno ciclone, obrigando à alteração do programa, que nos levaria em cruzeiro ao arquipélago das Elaphiti, com almoço a bordo.
Em seu lugar fizemos a visita à pequena ilha de Lokrum, situada a cerca de 700 m do litoral dalmático, frente a Dubrovnik, cidade onde aconteceu o almoço em restaurante local.
E é a lenda, mais que a história, que dá uma importância muito específica a esta pequena ilha, quando refere ter-se encalhado aqui o barco de Ricardo Coração de Leão, no regresso da III Cruzada, em 1192.
A presença dos beneditinos é confirmada pelas ruinas do mosteiro, que o terão deixado em 1798, já sob ocupação napoleónica.
Na época de domínio do império austro-hungaro, no séc.XIX, a ilha foi propriedade do arquiduque Maximiliano Ferdinand de Habsbourg e de sua esposa, que mandou construir uma residência de verão no lugar do antigo mosteiro, do mesmo modo que ali mandou criar um jardim botânico com espécies exóticas importadas da América do Sul e da Austrália.
Mas é em 1959 que toma forma o actual jardim botânico, encontrando-se a ilha classificada como reserva natural desde 1964.
Para a noite deste dia foi proposto, e aceite praticamente por todos os elementos do grupo, um espectáculo do folclore local, muito agradável, do qual se pode fazer uma ideia através do vídeo aqui inserido. Para o ver, basta pressionar no CLIC.
4º.dia - Bósnia Herzegovina
Saída do hotel em direcção a norte, sempre junto ao Adriático, passando pelo fértil vale do rio Neretva, onde é possível ver figueiras, oliveiras, vinhas e campos onde quase tudo se produz.
A passagem da fronteira para a Bósnia Herzegovina constituiu mais um obstáculo, que só foi possível ultrapassar depois de algum tempo, cumpridas que foram as formalidades legais.
E foi em Mostar, a cidade mártir da guerra dos Balcãs, que nos apercebemos verdadeiramente dos sinais da guerra, com edifícios ainda destruídos ou cravados de balas, embora o seu centro histórico tenha sido recuperado com muito rigor pela UNESCO.
Interessante foi a visita à mesquita Mehmed Pacha e à casa Bišćevića, uma residência turca tradicional.
Mas como momento histórico para mim, foi o do registo de imagem com a famosa ponte de Mostar em fundo.
Aqui foi o nosso almoço, com os minaretes das mesquitas no horizente, a lembrar a presença do Império Otomano.
Partimos depois para Trogir, Património da Humanidade, onde houve oportunidade para um périplo pelas suas estreitas ruas, testemunhando a presença de outros povos e civilizações, que aqui deixaram a sua indelével marca.
E ao final do dia, num restaurante local  foi-nos servido o jantar, com ementa integrando um "arroz malandrinho" de camarão pequeno e robalo grelhado, bem ao gosto de todos.
5º.dia - Split
Foi com guia local que se fez a visita ao centro histórico integrado no Palácio de Diocleciano, do séc. III, permitindo conhecer uma verdadeira preciosidade, também declarada Património da Humanidade pela UNESCO.
E a oportunidade de escutar o grupo "Vestibul" surge quando ainda se fazia a visita ao palácio, que ali interpretou uma peça da música "klapa", um canto tradicional croata, já declarado Património Imaterial da UNESCO.
É um cântico religioso original da região da Dalmácia, interpretado à capela, normalmente por grupos de homens, embora nos últimos anos tenham surgido também grupos femininos ou mistos.
O registo vídeo desse momento, aqui fica, através de um simples CLIC.
Mas houve outro momento, que também registei em vídeo, que vale a pena divulgar aqui, também através de um CLIC.
Foi quando, numa bem humorada recreação, o imperador Diocleciano veio até è varanda do Peristilo, acompanhado da sua alvíssima esposa, para ser "venerado pelo seu povo" e este lhe tributar os avé-avé-avé, que inicialmente não foram muito convincentes aos olhos do imperador, mas que logo se tornaram mais efusivos, face à sua sua exigente atitude.
Um agradável momento de boa disposição, que os turistas muito apreciaram.
6º.dia - Parque Natural Plitvice Jezera / Ljubljana
Ansiava chegar a Plitvice Jezera, pelas imagens que tivera oportunidade de ver sobre este parque natural, também declarado património mundial pela UNESCO.
Mas a surpresa começa logo após a instalação no hotel, quando depois do jantar do dia anterior fomos passear por entre o arvoredo onde ele se integra.
O espectáculo maravilhoso de imensos pirilampos a esvoaçar na noite, deixa-nos boquiabertos pela sua beleza e porque em Portugal raros serão os sítios em que tal acontece. Se é que ainda existem. Porque, coisa assim, apenas a recordo de criança na quinta em que nasci.
Os pesticidas, herbicidas, inseticidas e produtos afins, usados até à exaustão, foram-nos privando dessa dádiva da natureza.
Mas se o anoitecer anterior foi surpreendente pela visão maravilhosa dos pirilampos, este dia permitiu-nos circular pelos trilhos expressamente concebidos, apreciando este verdadeiro paraíso, num dia que é para mim como uma verdadeira benção, apreciando a natureza em todo o seu esplendor.
Como defensor da natureza, ficou-me cheio o coração, o que me leva a bendizer a oportunidade desta visita.
Fica o desejo de que a preocupação dos responsáveis em preservar espaços destes, nunca esmoreça, a bem da humanidade.
Já a caminho de Ljubljana foi-nos servido o almoço, que teve semelhanças com o leitão da Bairrada, mas sem aquele tempêro que lhe é próprio, mas que podia chamar-se porco no espeto, acompanhado de outras carnes. Muito bom.
Acompanhados da chuva à chegada a Ljubljana, ainda fizemos a panorâmica a pé, com guia local, pelo centro histórico, sabressaindo a visita à Catedral de S. Nicolau, com as suas famosas portas em bronze e das quais sobressaem imagens em relevo.
Por breves momentos foi possível ouvir o ensaio de um coro junto ao seu monumental órgão de tubos, com uma música que nos convidava a ficar, para escutá-la por mais tempo. Mas tivemos de continuar.
Ao serão ainda pudemos conhecer um pouco mais da cidade, onde a animação feita por jovens em início de férias escolares, se espalhava por todo o lado.
7º.dia - Ljubljana / Bled / Zagreb
Mas foi para mim outra agradável surpresa conhecer a Eslovénia, que desde 2004 faz parte da UE e é independente desde 1991.
Ao longo da sua história foi fazendo parte de impérios, monarquia, reino, repúblicas, até que, finalmente, conquistou a sua independência.
E ser o 3º. país europeu mais florestado, diz bem das suas características.
Antes de deixarmos a capital Ljubljana, ainda foi possível uma visita ao bem abastecido mercado local e constatar a organização e limpeza  da cidade, com evidentes sinais de preocupação ambiental. Partimos depois ao encontro de Bled, o principal destino turístico da Eslovénia, conhecido sobretudo pela beleza do Lago Bled, onde não são permitidos barcos com motores de combustão, no centro do qual se encontra a única ilha natural e na sua margem o mais alto castelo do país.
E no restaurante do castelo nos foi servido o almoço, de qualidade bem ao nível do local em que este teve lugar.
Rumando a Zagreb, a visita panorâmica com guia local, levou-nos a percorrer a "ferradura verde" com edifícios de grande riqueza arquitectónica, seguindo depois para a parte alta da cidade, com a catedral de Santo Estêvão no horizente, começando por visitar o cemitério de Mirogoj, considerado um dos mais belos da europa, cujo projecto do edifício principal é da autoria do arquitecto Hermann Bollé.
Apesar de alguém ter considerado de tétrica a iniciativa, achei que a visita valeu a pena, até porque nos proporcionou a observação de verdadeiras obras de arte. Agora se toda aquela grandiosidade pode ser considerada um absurdo face aos ditames da morte, que a todos reduz à insignificância do pó, já é outra questão.
A construção das arcadas, das cúpulas e da igreja na entrada foi iniciada em 1879 e os trabalhos só foram concluídos em 1929. É hoje uma das grandes atracções turísticas de Zagreb.
De entre os muitos notáveis ali sepultados, encontra-se o 1º. presidente da república, Franjo Tudman.
Prosseguimos depois a visita, despertando-nos a atenção os noivos junto à Igreja de São Marcos, onde diversos figurantes representativos de personagens da história, das tradições, das artes e das letras, vestidos a rigor, também iam deabulando, aceitando as solicitações para ficar connosco nas fotos.
Descemos depois até à parte baixa da cidade, tendo passado por outros edifícios monumentais, bem como pelo Portão de Pedra, um local de devoção religiosa.
Ainda no resto de tarde, como à noite, foi possível constatar a muita animação, com diversos concertos nalgumas ruas da cidade.
8º.dia - Zagreb / Lisboa
E como tudo o que é bom também acaba, lá nos despedimos desta cidade, para rumar a nossas casas.
Sendo esta a quinta viagem que fiz pelos circuitos Nortravel, foram outros tantos os guias que tive oportunidade de conhecer.
Todos profissionais competentes, deles dependendo muito do êxito que as tem caracterizado.
Nas anteriores, a empatia com o grupo terá sido mais fácil e rápida, mas o Ângelo Grilo merece o nosso aplauso.
Aliás, ele e todos os guias têm perfeita noção de que, ao lidar com um leque tão alargado de pessoas, não há lugar a sobrancerias e só a simplicidade, mas determinada, na abordagem e resolução de eventuais questões, permitem o êxito.
Um aplauso merece também o motorista Mario Perić, pela segurança com que nos conduziu ao longo de uma semana.
Finalmente, uma saudação ao grupo, que foi exemplar na pontualidade e, para recordá-lo, aqui fica a foto de família.

terça-feira, 13 de maio de 2014

12 anos depois, aquele abraço ao irmão Ernesto !

Não via o meu irmão há 12 anos.
Muito tempo, a acentuar as debilidades físicas e a torná-las muito visíveis, como pude verificar depois.
E no sábado passado completou 80 anos de idade.
 
Vivendo em França e apesar dos muitos meios que estão à nossa disposição, fui deixando andar e nunca mais tomava a decisão de ir até ele para lhe dar um abraço.
Mas eu tinha de o fazer no dia do seu aniversário. E fiz.
Apenas dando conhecimento da minha intenção aos sobrinhos, fiz questão de que ele a não conhecesse com antecedência.
Apareci na hora em que a família estava reunida para celebrar o acontecimento, tornando-me na surpresa que o irmão jamais esperaria para esse dia.
Foi um momento que me encheu a alma.
E creio que a ele também.
Dos sete irmãos que fomos, cinco ainda estão vivos, sendo ele agora o mais velho dos cinco.
Cheguei a este dia ansiosamente aguardado e posso dizer que são momentos como este que me têm gratificado e dado um sabor muito especial à vida.
Estando perto de Paris, ainda foi possível a visita por um dia à cidade-luz para matar saudades, o que também foi muito gratificante. Até deu para o retrato na ponte onde muitas pessoas resolvem prender os seus amores a cadeado, julgando segurá-los toda a vida. Apetece dizer: ele há casos... !!!
Inicialmente estava previsto ter a companhia da esposa, mas havia de ser o David a acompanhar-me nesta viagem. Não sendo uma longa viagem, nem pelo dispêndio de tempo nem pela distância, até porque a morada do Ernesto é exactamente na cidade-terminal do voo da Ryanair (Paris), parecia não haver razão para esperar que passassem 12 anos até acontecer o abraço que fui dar-lhe no dia do seu 80º. aniversário (10 de Maio). As questões de oportunidade a serem postas sempre em primeiro lugar, o que nos leva a não saber aproveitar o tempo de que dispomos, quando o tempo de que dispomos é sempre menor do que aquele que julgamos ter.
E nesse dia 10 de Maio de 2014 em que deixei o abraço ao irmão Ernesto, não era imaginável, de modo algum, que no dia 5 de Julho seguinte o David havia de iniciar o mais terrível e dramático percurso que se pode ter na vida.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Pedra d'Hera e o seu simbolismo

Assim se adquiria a condição de caminheiro - pág. 59 do livro Caminheiros da Gardunha

Se bem que "caminhando se faz caminheiro", quisemos dar ênfase ao acto de ser adquirida a condição de caminheiro.
 
Foi então criado o crachá e o diploma, para serem atribuídos após uma caminhada até um lugar emblemático da Gardunha, e aí se proceder à imposição do crachá e atribuir o diploma.
Passou a ser um acto de grande simbolismo para os que foram aderindo ao grupo e muitos desses momentos foram acontecendo "algures na Gardunha", nesse período da história dos Caminheiros da Gardunha.
Mas esses sítios, algures na Gardunha, haviam de centrar-se mais sobre a Pedra d’Hera e Penha, pelo simbolismo que tinham para nós.
O primeiro porque, desde o início das caminhadas que ali passou a fazer-se uma paragem para admirar o soberbo panorama que se avista sobre a Cova da Beira, e por isso lhe chamávamos a nossa varanda, o segundo pelo desafio que representava chegar até ele, devido à dificuldade que era preciso vencer ao subir o estradão serra acima, que designávamos de "5ª. Avenida".  
 
 
 
 
 
 
 
Terminava assim o capítulo 17 do livro Caminheiros da Gardunha.
Para salientar o simbolismo de um lugar muito especial para o grupo de caminheiros, mas mais ainda para os miúdos do meu e do tempo de outras pessoas, que achavam que alcançar a Pedra d'Hera em tempo de procura do musgo para o presépio, era o melhor presente que se podia alcançar pelo Natal.
E a Pedra d'Hera continua a ser um símbolo que importa preservar.
Que só será possível se a mão humana não interferir com a sua morfologia original nem introduzir elementos contrários à sua própria natureza.
O ambiente ficará agradecido.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Apresentação do livro "Rua da Cale... de passagem !"

A notícia do Jornal do Fundão de 13-02-2014:
A apresentação decorreu no Auditório da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, em 15-02-2014, pelas 16:00 horas:
E o David estava lá para tornar especial aquele momento.

E não podia deixar de trazer para aqui, com a devida vénia:

NOTÍCIAS DO BLOQUEIO
Um blogue de Fernando Paulouro Neves
domingo, 16 de Fevereiro de 2014

O ELOGIO DA PEQUENA HISTÓRIA

Fui ontem ao auditório da Santa Casa da Misericórdia participar na apresentação de um livro sobre o Fundão, Rua da Cale... de passagem, de Álvaro Roxo Vaz. E o que fui lá fazer foi elogiar aquilo que se convencionou chamar de "pequena história", que só pode ser feita por quem ama a terra que é a sua casa comum. A Rua Cale é uma rua mítica do Fundão, povoada de imaginário, e eu próprio já um dia publiquei essa viagem mas procurando captar a sua dimensão fantástica, um meio passo entre memória e ficção, que muitas das figuras que a habitaram tinham essa vocação de nos fazer sonhar.
O Áivaro Roxo Vaz empreendeu uma digressão de outro tipo. Ao longo do ano, palmilhou a Rua da Cale e outras artérias afluentes, e, na conversa com o Fernando Carrolo, outro fundanense de raiz, procedeu a uma identificação topográfica, de grande rigor, sobre o que poderíamos chamar a alma daquela rua e de outras, trazendo ao nosso convívio o nome das pessoas que ali viveram ou animaram o intenso comércio. A sua diversidade humana era o seu traço identificador e talvez ela caracterize, sobretudo, a raiz popular e democrática do Fundão, que nasceu dos nossos avoengos camponeses e se dilatou com a capacidade das pessoas dos ofícios, verdadeiras corporações de fazedores que a engrandeceram no plano económico. Talvez nenhuma outra respire esse universo de diversidades e de saberes, que teve a sua glória no tempo em que o Fundão era uma vila.
Este livro chama o nome às coisas e é, por isso, um contributo para a memória local. Lembro-me sempre do que um dia disse Jorge Luís Borges sobre a cidade que amava, BuenosAires, a grande Buenos Aires. Confessou ele que o que mais gostava na sua cidade era caminhar pelas velhas ruas, olhar as antiquíssimas casas e a densidade humana dos seus pátios interiores.
O Fundão, à sua escala, também tem esses encantos particulares, pequenos detalhes que ajudam a definir este nosso microcosmos. O Álvaro Roxo Vaz fez bem em convocar o antigamente da realidade urbana da Rua da Cale e de muitas outras ruas revitalizando a sua memória, que é colectiva e é nossa.
  1. Sinto-me muito gratificado pelo resultado de um trabalho que, sendo feito com o coração, julgava que não fosse assim tão conseguido. Ter-me honrado com a sua presença na apresentação do livro e presentear-me com esta apreciação escrita, ainda mais me gratifica.
    Um grande BEM-HAJA ao amigo de sempre Fernando Paulouro.