Recordar
como eram os “outros tempos” por aqueles que os viveram, é sempre um acto de
rejuvenescimento das ideias, na medida em que se activa o mecanismo da memória,
fazendo-a adaptar-se a outras circunstâncias passadas, em que se usufruía de
uma juventude que hoje já não existe.
Muito
do que então acontecia poderia ser aceitável ou ainda hoje fazer algum sentido(?)
para os que viveram tais circunstâncias, mas perfeitamente inadequado para as
novas gerações, se tais práticas fossem reinventadas.
Admitindo
que ainda haja locais onde algo de parecido possa acontecer, lembrei-me de um
pequeno exemplo, que também me tocou, quando aconteceu a minha boda de
casamento.
Para
além dos inevitáveis convites, feitos pessoalmente ou por escrito, com uma
antecedência considerável, havia a prática de obsequiar nos dias anteriores com
bolos e outras doçarias, algumas pessoas a quem se atribuía mais consideração
ou por quem se sentiam na obrigação de o fazer.
Era
o caso de padrinhos, de casamento e de baptismo, para além de patrões,
familiares e até alguns vizinhos.
Tenho
bem presente que nesses dias acompanhei a ainda minha noiva com uns
tabuleiros carregados de doçaria, fazendo um périplo pela casa dos padrinhos.
E
sei que foi ao longo da semana, porquanto na véspera já nos encontrávamos em
Fátima, onde no dia seguinte foi a cerimónia religiosa e a boda.
A
cerimónia religiosa teve lugar na capela do Hotel Pax.
Já
o local da boda, foi na então "Estalagem Três Pastorinhos", que ainda hoje existe
como hotel, mas muito diferente de então.
Se
na altura era um edifício sem construções à sua volta, hoje tem outras dimensões e faz parte do amontoado urbano em que se
converteu Fátima.
Apesar dos quase 43 anos passados, tenho bem presentes todos os momentos vividos nesse dia e nos que vieram a seguir.
Mas há pequenas recordações que ainda conservo, como a conta em que me ficou o processo matrimonial no registo civil e na igreja. Era sempre a desembolsar.
Mas também a ementa ficou como recordação.
E olho a imagem, que não podia faltar, daquele momento tão especial, dizendo... como o tempo passa depressa !
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