quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Agora já é um livro

O objectivo foi alcançado. Já está disponível online mas também pode ser solicitado no formato tradicional.
O desafio que lancei a mim próprio foi vencido. Sinto-me realizado.











terça-feira, 13 de julho de 2010

Fundatur-um caso de amor ao Fundão

Um texto que hoje é divulgado no meu espaço "gosto-de-escrever" e que fez parte de um projecto de revista que haveria de contar a história deste caso. Não foi concluído, por razões que me ultrapassaram. Mas chegou o momento de dar a conhecer os nomes de todos aqueles que se empenharam em dar forma a um sonho, acreditando na máxima de que "o homem sonha e a obra nasce".

António Paulouro chamou-o de "um caso de amor ao Fundão". E tinha as suas razões.

Eis o texto: "um caso de amor ao Fundão".

terça-feira, 6 de julho de 2010

Viagem ...

Chegou-me às mãos, editado pela firma “Mebra”, que se dedica à comercialização de artigos sanitários, torneiras, acessórios de banho e canalização, acessórios de rega e outros, um pequeno desdobrável que despertou a minha curiosidade.
O seu título “Viagem…” foi apelativo da atenção que dedico a esse aspecto da vida e não resisto a publicá-lo aqui neste espaço, com a devida vénia.

“A Vida é como uma Viagem de Comboio. Cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes de percurso… e algumas surpresas agradáveis.
Quando nascemos, ao embarcarmos neste comboio, encontramos duas pessoas que acreditamos acompanharem-nos nesta viagem até ao fim: os nossos pais.
Nem sempre é verdade. Infelizmente, eles podem desembarcar a meio da viagem, deixando-nos órfãos do seu Afecto, Protecção e Amor.
Mas… durante a viagem, embarcam outras pessoas interessantes que também irão ser especiais para nós: os nossos irmãos, amigos, amores…
Muitas pessoas apanham este comboio para passearem. Outras, fazem desta viagem um mar de tristezas. Há aquelas que andam de carruagem em carruagem, prontas para ajudar quem precisa.
Umas descem e deixam saudades eternas. Outras, quando desocupam os seus lugares, ninguém percebe. Alguns passageiros que são importantes para nós, não estão sentados na nossa carruagem.
Mas isso não impede que, mesmo com grande dificuldade, atravessemos o comboio para chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não temos lugar ao seu lado porque alguém já o ocupou.
Façamos assim, esta viagem da melhor maneira possível.
Tendo uma boa relação com todos, procurando em cada um o seu melhor, lembrando sempre que em qualquer momento do trajecto, pode fraquejar e precisar do nosso apoio, tal como nós…
O Grande Mistério é não sabermos qual é a nossa estação !...
… E pensar se ao descermos do comboio sentiremos saudades !
Deixarmos os nossos filhos a viajar sozinhos…
Separar-nos dos amigos, do Amor da nossa vida…
Mas agarramo-nos à esperança de que, em qualquer momento, estaremos na estação principal e teremos a emoção de os ver chegar não só com a bagagem que tinham quando embarcaram, mas também com aquela que ajudámos a construir, tornando-a mais valiosa.
No momento em que o comboio reduz a velocidade a expectativa aumenta … !
Quem entrará ? Quem sairá ?...
Agradecemos a todos os que fazem parte da nossa “viagem” e que, mesmo não sendo no lugar do lado, com certeza será na mesma carruagem ! MEBRA”.

Interessante, muito interessante mesmo. Porque qualquer que seja a actividade de cada um de nós, qualquer que seja o tipo de interesse por que nos movemos ou qualquer que seja o ritmo com que nos movimentamos, jamais devemos perder de vista este aspecto da vida: todos estamos em VIAGEM ! E toda a VIAGEM tem um fim !

domingo, 4 de julho de 2010

UMA MÚSICA PARA O ALÉM

Ninguém pensa em morrer. Eu também não.

Mas no dia em que tal acontecer, e ninguém o pode evitar, para além dos amigos que queiram acompanhar-me ao local que designam por "última morada", eu quero ter lá a companhia da música, que Ludwig van Beethoven dizia ser "o idioma de Deus".

Não uma música qualquer, mas a que aqui se reproduz.

Quero-a por companhia para o além, na convicção de que ela ajudará o meu espírito a fazer um percurso que pode ser mais tortuoso ou menos tortuoso, consoante o momento em que me chegue a "carta de chamada", e que procurarei seja o de um momento em que me encontre totalmente de bem com a minha consciência.

Se assim acontecer, terei sabido justificar o desígnio supremo que a todos em geral e a cada um em particular é destinado para a efémera passagem por este torrão, a gravitar no infinito.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Gesto de gratidão

Quase todos, ao longo da vida, são chamados a fazer alguma coisa pelos outros. Porém, nem todos respondem de forma positiva a esse chamamento.
Por falta de vocação para causas de voluntariado, por indisponibilidade, ou por qualquer outra razão, muitos são os que nunca viveram as experiências do associativismo, do desempenho de cargos em instituições de solidariedade social ou noutras onde tudo se faz por amor à causa.
Numa linguagem muito própria dos que a praticam, muitos são os que nunca passaram pela experiência da entrega pela simples “carolice”.
Ainda assim, há exemplos que não passam em claro e no momento certo a sociedade não deixa de lhes prestar a homenagem que merecem e manifestar-lhes a gratidão de que são credores.

Um desses casos foi o de Luís da Silva Carvalho, que em 28 de Novembro de 2008 teve a festa que merecia, pela sua entrega a inúmeras causas de voluntariado, tanto de âmbito local, como regional ou mesmo nacional.
Fiz parte da comissão de amigos que tomaram a iniciativa de lhe prestar tal homenagem.
Fui então incumbido da elaboração de uma revista que pudesse mostrar, de forma resumida mas suficientemente abrangente, todas as facetas da sua vida, cuja riqueza se pode resumir a esta sua forma de a encarar – “quem não vive para servir, não serve para viver…”.
Sendo muito grande o desafio a que me sujeitavam, não podia recusá-lo. Tanto pela amizade, mas também porque fui um inseparável “compagnon de route” ao longo das nossas vidas, conhecia a sua vivência nos mais variados aspectos.
Dos profissionais aos lúdicos, dos cargos por ambos desempenhados nas mais variadas instituições aos de companheirismo nas viagens de amigos ou familiares, foram-se acumulando conhecimentos mútuos e cumplicidades que iriam permitir agora um trabalho que, sendo exigente, seria também muito gratificante para mim. Assim eu conseguisse dar-lhe forma e desenvolvimento. E julgo tê-lo conseguido plenamente.
A base desse trabalho iria assentar numa só palavra – gratidão.
Se os testemunhos das mais variadas individualidades, plasmados para a revista, ajudavam nesse aspecto, havia que deixar bem clara a ideia de que a sua conduta fora merecedora da maior gratidão por parte dos amigos, em particular, e da sociedade, em geral.

O texto de abertura, da autoria do amigo Cónego Mário, não podia ser mais claro:

"A Gratidão
agradecimento é a primeira exigência do amor, porque todo o coração necessita de receber amor por amor. Seria incorrecto pensar que o amor perfeito ignora o desejo da reciprocidade.
A indiferença à mão que socorre ou ajuda, a indiferença à bondade, ao sacrifício, ao dom sincero não pode deixar de magoar o coração de quem faz o bem, embora continue a amar.
O próprio Jesus Cristo o constatou, com dor, quando, dos dez leprosos que tinha curado, só um voltou para LHE agradecer (Luc.XVII, 11 a 19).
A gratidão é uma virtude tão nobre que tem o condão de, simultaneamente, fazer feliz o credor e o devedor !
Os latinos definiam a felicidade no jogo de duas formas verbais: amare et amari “amar e ser amado” !
Como é bonito quando o agradecimento funciona !"

Deixaram para mim o texto de encerramento. E se alguma coisa eu já fiz que me encheu de orgulho e felicidade, esta foi uma delas.

“Quem não vive para servir, não serve para viver…”
Fez deste pensamento, expresso pelo Cónego Mário em momento de comemorações do aniversário da Associação dos Bombeiros Voluntários do Fundão, uma máxima que lhe serve de guia.
Nas mais variadas circunstâncias é por si invocada, a confirmar a sua prática, que todos testemunhamos no dia-a-dia.
Dela têm beneficiado as mais variadas pessoas, entidades ou sociedade em geral, seja na ajuda à constituição de uma empresa, seja na organização da sua contabilidade, seja no desempenho dos mais variados cargos directivos de colectividades, seja na organização de marchas populares que enriquece com a criatividade das suas letras, seja na recuperação de associações em dificuldades financeiras, seja na procura de soluções para a crise directiva de um qualquer clube, seja na elaboração de um projecto para a ampliação de instalações ou sede nova, seja na organização de um peditório para qualquer obra, seja na sua entrega ao verdadeiro sacerdócio que é a causa “vida por vida”, seja …
… Seja no que for, Luís Carvalho sempre se mostrou disponível para ajudar, ou melhor, para servir os outros.
Desta prática, por vezes, alguém sai sacrificado. O que acontece com os que lhe estão mais próximos – a família.
Mas o nosso amigo Luís Carvalho é mesmo assim.
No fim do trabalho, basta um “petisco”, e já se sente retribuído.
Mas esse espírito de servir, esse acumular de gestos a favor dos outros, essa disponibilidade para com aqueles que precisam – pessoas, entidades ou a própria sociedade – é também a forma de conferir dimensão ao Homem que é LUÍS DA SILVA CARVALHO.
Que de si próprio diz:

Eu sou aquilo que sou
E não quero ser diferente
Porque sendo aquilo que sou
Sou o que não é muita gente

domingo, 20 de junho de 2010

Que saudades da minha porca !

Viajando no tempo

São tempos ainda não muito recuados. Mas da experiência que a passagem pela política me proporcionou, ficou-me o ensinamento de que as boas intenções e a participação desinteressada são, regra geral, tratadas como utopia. Não vingam.
Quando não são outros interesses pessoais a impedi-lo, são os interesses de grupo a opor-se-lhe. E para quem gosta de pensar pela sua cabeça, então a chance acabou-se.
Mas, ainda assim, houve um aspecto positivo - deixou-me vacinado ! Esse "vírus" não mais vai infectar-me !
E ao procurar no arquivo de imagens uma foto que serviu para ilustrar uma situação bem mais agradável e relacionada com as minhas origens, ela fez-me recordar aquela outra de Rafael Bordalo Pinheiro - a Grande Porca.
Só que na minha, os bacorinhos eram filhos legítimos da porca, esta sentia o dever de os sustentar e até o fazia com todo o carinho. Como animal não o sabia, mas na Bairrada seriam um petisco apreciado, mais gordinhos dariam enchidos, quando maiores dariam presuntos e, quanto ao mais, praticamente tudo se aproveitaria. Uma porca que me deixou saudades.
Na outra, a ninhada é muito maior. Mas muito maior ! E os bacorinhos são filhos de muitas mães. Em comum - todos querem engordar à custa dela e nunca se contentam em mamar sózinhos... roncam, roncam e todos os parentes vêm atrás !
Para sustentar a porca - o pobre do Zé !
E este, que é paciente mas não é burro, um dia não lhe dará na veneta e acaba com essa porcaria toda ???!!!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Cultura, mas de barriga cheia

Conviver com os amigos e cultivar a boa disposição, é sempre uma óptima receita para combater alguns males que nos afligem no dia-a-dia. Até os da gota, que tolhem os movimentos a alguns.
Com este espírito foi elaborado o programa para o grupo de 18 pessoas, que no passado fim-de-semana visitou a Quinta da Regaleira, em Sintra, o Palácio dos Leitões, em Negrais, e à noite foi jantar ao restaurante da Alexandra (o Marquês da Sé), para assistir a uma sessão de fados. Isto no primeiro dia.
Quinta da Regaleira
Para o segundo dia foi programada uma visita à Quinta dos Loridos (Budda Eden), no Bombarral, e de seguida uma caldeirada de peixe, em Peniche.
Houve cultura, mas de barriga cheia, pois de barriga vazia, a cultura não se assimila da mesma forma.
Logo de início foi dito por quem teve a responsabilidade da organização do programa que, sobre a parte gastronómica, como esta não era feita por si, apenas podia fazer votos para que fosse boa para todos. Já quanto à disposição, essa era da responsabilidade do grupo, e por isso tinha de ser mesmo muito boa.
Foi o que aconteceu, resultando num fim de semana de muito boa disposição, e animado o quanto bastou.
Marquês da Sé - fado na voz de Fábia (vídeo)
Até porque o Tonito Pirolito, com o seu acordeão, o bombo e os instrumentos do Álvaro, juntamente com as gargantas afinadas dos restantes elementos, tornaram a viagem num percurso de quilómetros e quilómetros de alegre convivência, que ficam para recordar.
Porque temos de ter em conta que o saber rir e sermos capazes de criar as oportunidades para o fazer, é o melhor remédio para combater a crise, de que tanto se fala.
Até uma próxima dose de cultura, mas sempre com a barriga aconchegada.

domingo, 30 de maio de 2010

Aljubarrota - relembrar como foi

Todos ouvimos falar da batalha de Aljubarrota. Desde a escola que aprendemos sobre a nossa história e nela está incluído esse relato, a traduzir o quão importante foi para que Portugal se afirmasse como um Reino independente.
Foi a 14 de Agosto de 1385 que, no planalto em que hoje se situa a aldeia de S.Jorge, concelho de Porto de Mós, distrito de Leiria, se confrontaram dois pretendentes ao trono de Portugal, D. João I de Castela e Leão, e D.João I, Mestre de Avis, que fora aclamado Rei de Portugal nas Cortes de Coimbra, quatro meses antes.
D. Nuno Álvares Pereira foi uma das peças importantes para o êxito de Portugal, ao implementar, com o seu pequeno grupo de cavaleiros e peões, um sistema táctico antes e durante o confronto, que tornou possível a vitória.
Sobre Aljubarrota se diz que foi das únicas batalhas em Portugal e mesmo na Europa, onde é possível reconstituir o posicionamento relativo dos exércitos.
Outros episódios, de cariz mais popular e de voz corrente, como é o caso da padeira de Aljubarrota, foram passando de boca em boca e chegaram até aos nossos dias, como forma de alimento para o nosso orgulho nacional. Porque não é em todos os dias que uma padeira arruma uns quantos espanhóis, que pretendiam esconder-se no seu forno !
Mas este dissertar sobre a história e, mais em concreto, sobre a batalha de Aljubarrota, vem a propósito de uma visita ao "Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota". Para além de outros elementos históricos que estão à nossa disposição, o espectáculo multimédia que nos é oferecido, justifica plenamente a visita.
Mas até a possibilidade de envergar o pesado capacete com a sua malha metálica, a espada e o escudo, são aliciantes a ter em conta.
Ouvira falar e procurei criar uma oportunidade para chegar até ele. E valeu a pena. Situa-se na N1 - Batalha/Lisboa, junto à povoação de S.Jorge. É fácil de encontrar e a internet pode dar uma ajuda, através do sítio http://www.fundacao-aljubarrota.pt/ .

sábado, 22 de maio de 2010

Uma família cinéfila

Em Março de 1963 eram levadas à cena no saudoso Cine Teatro Gardunha, no Fundão, várias peças de teatro ensaiadas pelo também saudoso Capitão Videira - a revista Serra da Gardunha, a opereta Lenda do Castelo e o Entre-acto Simão e Simões, sem companhia.
Olhando o velhinho programa que anunciava as exibições, é difícil acreditar que andava já pelos 18 anos, quando fui metido na pele do menino do arco vestido de marujo.

Mas é verdade, o menino do arco, sou eu. E a cena fazia parte da revista - a família cinéfila. Mas certo é que, o cinema sempre fez parte das minhas preferências. Até aos dias de hoje.

E a família cinéfila que ali exisitia para o teatro, acabou por ser transposta para a vida real, com a namorada de então (que não figura na cena mas também fazia parte do teatro), hoje minha mulher, a ser como eu uma apaixonada pela 7ª. arte.

E hoje, véspera de se cumprirem 39 anos de união, fomos ao cinema. O filme tinha por título "Um sonho possível". História baseada em factos verídicos. Encantadora. Apesar disso, na sala do cinema havia apenas duas pessoas - eu e minha mulher. Uma sala em exclusivo para a família cinéfila, que ainda continua.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pelo teatro e pelos amigos

Adoro teatro, já o disse e escrevi muitas vezes. E tenho uma especial admiração pelas peças do Filipe la Féria, que tenho visto sucessivamente, seja em Lisboa ou no Porto, mesmo que isso implique uma viagem propositada. Aconteceu em vezes anteriores e aconteceu de novo com o musical "Annie", levado agora à cena e em exibição no Teatro Rivoli, do Porto.

Annie - O Musical de Filipe La Féria from AVGlobal, media network on Vimeo.

Tenho também da amizade a ideia de que é um bem tão precioso, que podia ser a solução de todos os problemas, entre os homens.
Pensando assim e tendo como meus hóspedes uns amigos que muito considero, vindos do Canadá, onde já me proporcionaram uma estadia fantástica e visitas a lugares inesquecíveis, como as Cataratas do Niagara, mas não só, fácil seria propor-lhes a ida ao teatro para ver esta peça. E com esse pretexto, um fim de semana fora de casa, onde a componente gastronómica não podia deixar de estar presente.
Só o tempo não ajudou, pois no sábado choveu quase todo o dia, inviabilizando uma visita à Fundação de Serralves. Mas foi possível visitar a Casa da Música.
Instalados no Porto, apercebemo-nos dos preparativos para a visita do Papa à capital do Norte.
Estando pelo teatro e porque já o conhecia de outras vezes, fomos jantar ao restaurante do Teatro Rivoli, com música ao vivo, antes de irmos para o espectáculo. Dessa forma foi saciado o corpo e o espírito.
Já com um dia de muito sol, no dia seguinte - domingo - fomos até à Nazaré, para uma saborosa cataplana.
E para remate deste agradável fim-de-semana, aconteceu a visita à Quinta dos Loridos, no Bombarral, para mostrar aos amigos o Buda Edden, que o comendador Joe Berado ali criou e está a desenvolver de forma muito interessante, criando um lugar de visita obrigatória para quem gosta de conhecer e admirar verdadeiras obras de arte, inseridas num espaço fantástico.
Já em casa, acompanhámos a consagração do Benfica como campeão e a loucura dos festejos que se seguiram, vistos localmente ou pela TV, ao longo do serão.
Tudo isto em mais um fim de semana para recordar.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

De volta a Barcelona

A quando da primeira visita a Barcelona, onde iniciei o cruzeiro "Brisas do Mediterrâneo 2002", o contacto com as obras de Gaudí limitou-se praticamente à Sagrada Família, a interminável obra do artista, que continua a desenvolver-se segundo as maquetes e orientações deixadas por si.
Se chegará a ter um fim, só Deus o sabe, já que Gaudí lhe dedicou a obra. E quando lhe foi perguntado: "Mestre, quando é que a catedral vai ficar pronta?", a resposta foi: "o meu Cliente não tem pressa, Ele tem todo o tempo do mundo".
O templo começou por chamar-se de "Catedral dos Pobres" e deveria ser financiado exclusivamente através de doações, mas a dada altura não havia dinheiro para continuar as obras. E o artista encontra a morte, atropelado por um eléctrico, precisamente quando andava em busca das tão necessárias doações. Tinha 72 anos.
Por tudo o que nos deixou, podemos dizer que foi um homem que sempre esteve à frente do seu e mesmo do nosso tempo.
A natureza parece ser a sua fonte inspiradora, mas basta visitar a Casa Batlló para que nos sintamos embasbacados com o resultado do seu trabalho. Um simples puxador de porta ou de janela, parecendo esquisito, apenas nos mostra que está moldado para se adaptar na perfeição aos dedos de quem o puxa. Mas isto é apenas um pormenor, porque para o resto faltam as palavras. As maravilhas não conseguem descrever-se. Só vistas ! No entanto, há muita gente que as acha bizarras.
A frente ondulada da Casa BatllóO tecto da sala concebido com a aparência do efeito sifãoAs curiosas chaminésO efeito da luz a dar amplitude ao espaço
A antecipação quanto ao efeito esperado da luz sobre as coisas e os espaços, é um aspecto que comprova que a fonte inspiradora só podia ser a natureza e que o prodígio da sua mente as converteu no que realmente são - obras de inigualável beleza. Tal como a natureza nos mostra as suas. Mas as de Gaudí são muitas e exercem sobre mim um fascínio extraordinário. Alguns exemplos agora vistos ou revistos: Sagrada Família, Casa Batlló, Casa Milà (La Pedrera), Park Güell, Casa Vicens, tal como já vira noutra altura a Catedral de Maiorca, que não sendo da autoria de Gaudí, a sua intervenção ao longo de uma década, foi importante na recuperação de uma parte da obra.
Por isso, este ansiado regresso a Barcelona. E se as obras de Gaudí foram a mola impulsionadora, a verdade é que Barcelona é uma cidade de encantos, que exerce sobre nós um chamamento a que é impossível resistir.
Casa Milà (La Pedrera)

Também aqui, outras curiosas chaminés

Sempre em transformação, em Barcelona tudo parece ser pensado em função do turismo e, talvez por isso, a atracção que exerce sobre os seus visitantes.
Estas linhas, tiradas de um guia turístico, são bem expressivas: "Poucos locais estão tão repletos de história e são tão audaciosamente modernos. Animada e alegre, é uma cidade que cintila tanto de noite como de dia".
E a tornar esta visita de todo inesquecível, ela fica também associada ao aniversário natalício.


Parc de la Ciutadella

Arco del Triomf
A controversa Torre Agbar

domingo, 14 de março de 2010

Gestos que nos marcam !

Já terei viajado no tempo ao longo de cerca de 10 anos, quando foi notícia o desaparecimento de um conterrâneo. Pessoa muito frágil, em termos de saúde, era sabida a dependência da medicação para a sua estabilidade física.
O desaparecimento foi divulgado, incluindo na TV, e decorrida mais de uma semana de ausência, a preocupação da família era agravada por saber o quanto era necessária para ele a medicação.
Foi então que, numa das minhas deslocações a Lisboa e ao subir a Avenida da Liberdade, junto aos Restauradores, vejo essa pessoa no outro passeio a deslocar-se em sentido contrário. Figura inconfundível para mim, movimentava-se muito lentamente, quase parecendo um sonâmbulo.
Não o perdendo de vista, dirijo-me a um agente da autoridade que estava junto à estação da CP do Rossio, a quem dou conhecimento do facto, e ambos nos dirigimos ao seu encontro.
Dado que tinha um compromisso sujeito a horário, pedi que tomasse conta dele e fosse comunicado à família o seu aparecimento, dando então todas as informações sobre quem era a família. Alertei também para a questão da medicação de que ele carecia.
O agente não me dispensa e pede-me que o acompanhe à esquadra, junto ao teatro D.Maria II, aqui começando uma "aventura" muito semelhante às que são contadas nos episódios de humor, sobre esquadras de polícia com aquelas características.
Sem entrar nos pormenores verdadeiramente anedóticos, ocorridos durante o interrogatório a que fomos sujeitos, eu e o meu conterrâneo (que quase não se mantinha em pé), só depois de longo tempo e já sem ter possibilidade de cumprir o meu compromisso, foi possível sair dali.
Apesar de me ter sido garantido pelo agente de que iam entrar em contacto com a família, achei por bem ir junto de uma estação dos CTT e comunicar directamente à mãe, que me atendeu na chamada telefónica, o aparecimento do filho e o local em que se encontrava. Pediu-me então que voltasse à esquadra e solicitasse que o retivessem até que um familiar ali se deslocasse para tomar conta dele. Assim aconteceu e só depois fui à minha vida.
Quase havia esquecido o episódio, quando recebo em minha casa, passado pouco tempo, a visita do pai desse meu conterrâneo.
Queria dar-me um abraço e agradecer o meu gesto. E fê-lo de tal forma, que jamais esqueci a emoção sentida naquele momento.
Não me tinha parecido relevante o facto de o ter encontrado, considerando que qualquer um faria o que eu fiz.
Mas para um pai, que vive a angústia do desaparecimento de um filho, o seu aparecimento não é encarado da mesma maneira. Só depois me dei conta disso.
No momento não houve palavras que, a terem existido, até acharia normais para agradecer o meu procedimento.
Só um abraço e um "obrigado" carregado de emoção.
Não mais esqueci esse abraço.
E também não mais esquecerei o gesto daquele pai.
Um gesto que me marcou para a vida.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A família não se escolhe - os amigos sim !

Amigos que muito prezo, costumam usar a frase em título, quando valorizam a amizade daqueles por quem têm recíproca consideração. Pretendem assim dizer que só têm lugar os bons amigos. Os outros ficam ao largo.
Com a família não é o mesmo, cada um tem a que tem e não há nada a fazer. Excepto nas relações, que podem ser ou não ser.
Já no que diz respeito às origens, nem todos nascem em berço de ouro.
Mas face aos ditames da sociedade e à pressão que exerce sobre as pessoas, muitas são tentadas a mostrar o que não é, ou a esconder o que é.
E a ânsia de estar com as pseudo-classes superiores, tende a condicionar comportamentos de verdade ou genuinidade.
Na família estão as nossas origens, o ponto de partida para uma caminhada em direcção a um objectivo que se pretende de sucesso. Podemos chegar a ele, uns com ajudas à partida, outros nem por isso.
Alcançá-lo sem ajudas, só acarreta valor. E quando nos sentimos confortáveis com os objectivos alcançados, torna-se fácil esconder as origens, deixando subentender o que não é.
Por omissão, também se renega.
Abomino os que assim pensam.

Um regresso ao passado, através da memória, decorridas mais de seis décadas.
Voltar às origens, bem no meio do mundo rural, que me moldaram para a vida.
A homenagem aos pais, muito humildes, que deixaram aos sete filhos a maior de todas as riquezas - o exemplo.

Ler todo o texto - clicar

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Teatro e gastronomia - fim de semana em cheio

Este fim de semana estava projectado desde que soube que esta peça de teatro iria estar no Teatro Rivoli, do Porto. Tinha deixado passar a oportunidade de a ver quando esteve em Lisboa, então representada por Ruy de Carvalho e Eunice Muñoz, e não queria que o mesmo acontecesse agora. Mas por questões de tempo e de agenda, a verdade é que só no limite consegui os lugares necessários, precisamente no penúltimo dia em que a peça era representada no Porto, aqui interpretada por Manuela Maria e Joaquim Rosa. Mas graças a Deus foi possível.
E, tal como aconteceu noutras "idas para fora cá dentro", à semelhança desta dedicadas ao teatro, a gastronomia não foi esquecida. Mas não só.
Primeiro aproveitámos para ir conhecer o oceanário "Sea Life", no Castelo do Queijo, cuja visita já por outra vez saíu gorada por estar bloqueado o trânsito na Avenida da Boavista, devido às corridas automóveis. Não sendo de grandes dimensões, foi interessante conhecê-lo.
Aqui fica um pequeno vídeo

Ainda deu para ver os preparativos da comemoração do centenário da implantação da República e o fogo de artifício da Avenida dos Aliados, ao final da tarde.
Já no regresso demos um salto até Aveiro para comer uma caldeirada de enguias.
Vira na TV um programa em que o chefe de cozinha do "Maré Cheia" preparava esta especialidade no seu restaurante e fui confirmar se o petisco era bom. E de facto é mesmo um bom petisco.
Depois do repasto ainda houve tempo para uma passeata por esta linda cidade e, finalmente, rumámos a casa com o espírito e o estômago bem saciados.
Por esta vez, porque outras hão-de acontecer, como esperamos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Moinho tradicional na Holanda - Homenagem

Homenagem a Dick Wijchgel
aqui relatei a visita que em 1997 fiz a um moinho tradicional, na Holanda, e da oportunidade que então me foi proporcionada para fazer um vídeo do seu funcionamento, já que o moinho foi posto a funcionar propositadamente para nós. Uma experiência que não esqueço e que só foi possível graças às famílias Gerard-Coba e Dick-Marta, de quem sou amigo desde 1995, quando acompanhei o Rancho Folclórico Cova da Beira a um festival de folclore naquele país.
A responsabilidade pela actividade daquele moinho é do Dick Wijchgel, o que acontece desde há 30 anos. E esse facto foi merecedor de uma homenagem, tendo-lhe sido concedida pela Rainha da Holanda uma condecoração, que lhe foi atribuída recentemente.
Associo-me a esse momento e daqui envio um abraço de felicitações.
As imagens do acontecimento foram mostradas pela MiddelstumTv e a ligação para elas aqui fica:

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Votos para 2010: que não nos traga motivos de tristeza

Numa troca de mensagens de boas festas e em retribuição, foi-me desejado um Ano Novo com alegria.
Fiquei a pensar em tais votos e achei que realmente faz sentido desejar que haja alegria na nossa vida.
Mas a alegria é já um condimento ao dispor de todos nós, para que possamos temperar a vida na dose que o desejarmos.
Por isso, apenas desejei que o Ano Novo de 2010 não me traga motivos de tristeza. Tudo o mais já será motivo de alegria.
De qualquer modo, o que torna uma vida com a dose necessária de satisfação, ou de alegria, é o passado, o presente e o futuro. Aquele que desejo sem motivos de tristeza.
Do passado, recordar bons momentos e de algum significado, podem ser também a satisfação do presente.
E numa vista de olhos pelo arquivo de imagens, saltou-me à vista a foto do momento em que acabo de colocar um cachecol com a frase "força Portugal", de apoio à nossa selecção, no bar "Susies Saloon", em Amsterdam. Espero que aquele cachecol ainda lá esteja e bem à vista o nome de Portugal.
A viagem, que havia de ser de avião acabou por ser de automóvel, mas a visita a uma feira de turismo foi um momento digno de ser recordado.
E como recordar é viver, com essa disposição me encaminho para 2010, desejando que todos tenham razões para também recordar e viver.
A bem do colectivo e do nosso futuro sem motivos de tristeza, reforço a frase: força Portugal !

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Serra da Gardunha - parque de figuras zoo e antropomórficas

A OUTRA VISÃO DA GARDUNHA
Em muitas circunstâncias da vida temos a tendência para “ver apenas aquilo que queremos ver”.
Se em igualdade de circunstâncias a visão raramente é comum a duas ou mais pessoas, quando o caso se refere a posições clubistas ou políticas, então dificilmente ela é convergente.
No caso das formações rochosas e em concreto no caso da Serra da Gardunha, é de facto necessária a predisposição para “ver” figuras que só determinado ângulo nos proporciona.
A experiência diz que, dois passos à frente, atrás ou ao lado, são o bastante para “deformar” a figura que, vista daquele tal ângulo e depois fixada em imagem, se torna tão evidente.
Mas que existe um verdadeiro parque de figuras zoo e antropomórficas na Serra da Gardunha, é uma realidade que aqui mostro para que outros sejam tomados pelo desejo de empreender o safari da sua descoberta.
Dei a cada uma o nome que me pareceu mais adequado.
O pássaro
O lente
A loba
O golfinho
O ET
O cavalo

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Caminheiros da Gardunha - a serra e a fraternidade os uniu

Viajando no tempo
Quando temos orgulho do que fazemos, é bom recordá-lo e saborear a felicidade que isso nos faz sentir. É o que acontece com a criação do grupo Caminheiros da Gardunha.
E a verdade é que ninguém me pode tirar o prazer de ter estado na sua origem.
A fraternidade foi adoptada como forma de estar e as imagens que aqui tenho deixado, bem o comprovam.
Recordá-las é trazer para a actualidade o que era e foi uma imagem de marca.
Mesmo o facto de não se desdenhar de um bom copo de vinho, só comprova que o gosto dos beirões nunca esteve em baixa e que os Caminheiros da Gardunha são disso um bom exemplo.
Mas a promoção da região foi e tem sido por eles feita de muitas formas, com destaque para as caminhadas e organização dos corsos de Carnaval.
Do vídeo que enviei para o Youtube e que aqui faço inserir, recordando a confraternização proporcionada por uma excursão a Santiago de Compostela, sobressai a noitada em Vila Nova de Cerveira, com destaque para a desgarrada em que dedico a cada um dos companheiros uma quadra, caracterizando de forma humorada a sua maneira de ser ou estar.
Vale a pena reviver esses momentos. E já aconteceram em 1994.

sábado, 14 de novembro de 2009

Do baú das recordações

Quem os viu e quem os vê !

Todos temos o nosso baú das recordações, seja em sentido figurado, seja em sentido real. O meu até existe na verdade, nele guardando todo o espólio documental e de imagem que vai ficando das viagens, para servir de suporte ao seu relato neste meu espaço.

Mas também por lá está o material que contém muitas das imagens de há umas décadas atrás, as da família e as outras, mesmo que em formatos que obrigam a tratamento de muita paciência, para as converter em digital e daí poderem ser editadas.

As que hoje aqui apresento, vieram dum pequeno filme em película no formato Super8 mm., ainda sem som, e têm cerca de 30 anos. Os locais: jardim da Praça do Município do Fundão e parque infantil das Donas.

As figuras principais dão pelo nome de Vera, David, Vasco e Ricardo e, naturalmente, agora já são bem grandinhos.

Mas reparem no vídeo: há quem mostre já muito jeito para o pedal... só que em baixa rotação. Hoje já não é assim.

sábado, 7 de novembro de 2009

A desembebedar é que custa !!!

Viajando no tempo
Em época de castanhas e jeropiga, ocorre-me recordar um episódio da que chamei como a minha primeira grande viagem, para cumprir a comissão de serviço militar em Angola, entre 1967 e 1969, com relato no Pad/1245
Foi então que experimentei o desagradávlel efeito da ressaca a uma bebedeira e, ainda hoje, parece que sou tomado por uma certa agonia, quando recordo os dias seguintes, até regressar ao bem-estar físico do antes da bebedeira. Custou bastante.
As circunstâncias são, normalmente, boas adutoras para se chegar a esse estado. No caso foi o baile de finalistas da Escola Industrial e Comercial de Salazar, em que os companheiros de mesa foram enchendo o meu copo com whisky, que eu ia bebendo sem me dar conta, até quase despejar a garrafa.
Em pouco mais de duas horas, quase ia ficando em coma.
E a traduzir a verdade da situação, o meu compadre Feneja tem esta lapidar frase: a desembebedar é que custa !!!
Mas para resolver o problema, aplica então outra frase: evita a ressaca... mantém-te bêbedo !!!
Será ...???

sábado, 24 de outubro de 2009

O folclore de Portugal na Holanda - 1995

Rancho Cova da Beira no festival OpRoakeldais-Warffum
O relato desta viagem foi feito aqui na devida oportunidade. Não o fiz acompanhar das imagens que hoje é possível inserir e que também faço circular no youtube, fazendo parte do "Canal aroxovaz".
No que ao folclore diz respeito, o Rancho Cova da Beira da Junta de Freguesia do Fundão soube representar condignamente o Fundão e Portugal, com exibições que entusismaram grandemente os espectadores, sendo-lhe concedido em dois espectáculos o privilégio de alargar a sua exibição, num figurino muito rigoroso de gestão do tempo, em que esta prerrogativa só era dada se os espectadores estivessem de tal forma entusiasmados com a actuação, que os organizadores achassem que a mesma podia prosseguir para além do período inicialmente programado para cada grupo.
Esses momentos aconteceram muito pela ajuda do grupo de bombos, que conseguia levar os espectadores ao delírio.
Foi de facto uma experiência fantástica, numa altura em que o Rancho Cova da Beira se apresentava como um grupo muito coeso, homogéneo e com uma grande qualidade exibicional.
Pelas relações de amizade que ainda hoje subsistem com a família que na altura me acolheu e com quem tenho contactos regulares, posso dizer que o Rancho Cova da Beira deixou saudades na Holanda.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eu sou feliz !

Tal como eu o faço, para se poder fazer tal afirmação, depende do nível em que cada um coloca a fasquia do que entende como felicidade.
No meu perfil digo que: "Ser rico... é ter a família que eu tenho. Felizmente que há muitos outros tão ricos como eu sou".
É, pois, uma tradução de riqueza em que o factor de valorização não é apenas o dinheiro, já que para alguns só este faz a felicidade.
Mas ao falar de dinheiro e de felicidade, é claro que o dinheiro se torna indispensável para alcançar metas que contam para se chegar à felicidade. Só que devemos inseri-lo num contexto bastante alargado, de modo a que dele nunca fiquemos prisioneiros para alcançar as tais metas.
Outro entendimento que tenho, é o de que o dinheiro nunca deve ser maltratado. Se não, foge de nós.
E tratá-lo bem, é saber geri-lo de forma equilibrada e razoável, ou seja, que o gasto nunca supere o que é possível arrecadar.
Mas eu digo em título: sou feliz ! E é verdade.
Porque o ser ou não feliz e para além do nível da fasquia, depende também da ideia que cada um tem sobre a felicidade. E aí, tudo é relativo, dependendo da exigência a que a submetemos.
Um pequeno exemplo: para fazer feliz um menino pobre e sem brinquedos, basta dar-lhe um brinquedo que o menino rico já não queira, talvez porque já exigiu outro !
Novo exemplo, mas ao invés, conheço gente muito rica que, na minha perspectiva, não sabe utilizar o dinheiro a bem da sua própria felicidade. Apenas se pretende afirmar como rico, mas é pobre na forma como o usa para ser feliz.
Mas explicando a minha afirmação, posso dizer que alcancei na vida todos os objectivos que a tornam feliz. E talvez por não ser muito exigente quanto ao número, mas muito obstinado quanto aos objectivos, é que afirmo que todos foram alcançados.
Assim, criei para mim uma tabela de valorização das facetas que entendo essenciais para uma pessoa chegar a um primeiro patamar que o conduza ao bem estar e daí à felicidade. São elas:
- Família e harmonia no seu seio
- Profissão e actividades derivadas
- Contributo para com a sociedade
- Relação de amizade com os outros
- Bem estar com a sua consciência
- Otimismo e vontade de viver
Hoje sinto que me encontro num patamar bastante elevado em relação a todas elas, mas admito que este quadro possa não ser tão simples de completar para toda a gente, nos tempos que correm, mas se não todos, pelo menos o último nunca deve ser abandonado, pois facilita os demais.
Ora este meu blogue trata em grande parte de viagens, e até já disse aqui como é possível concretizá-las.
Tive a oportunidade de realizar muitos dos meus sonhos nesse campo, mas há um que surge, quase poderia dizer, de forma milagrosa - a visita a Toronto e Cataratas do Niagara. Já aqui disse como foi.
Também já aqui relatei que sofri um AVC. Apesar do que passei, hoje digo também que, de forma quase milagrosa, ultrapassei aquele pesadelo e tal experiência apenas tem contribuido para o aumento do otimismo e vontade de viver.
E sem acrescentar mais o quer que seja para justificar a minha afirmação, que espero nunca ter de modificar, só desejo que outros tenham a possibilidade de, como eu, dizer: sou feliz !

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rupert and the frog song-Paul McCartney

Viajando no tempo

Sem música a vida não teria o mesmo encanto. Esta é a conclusão a que cheguei, há muito, fazendo assim para mim todo o sentido aquele ditado popular: "quem canta seu mal espanta" ou aquele outro ainda "a música tende sempre a idealizar os sentimentos".

Já veterano tornei-me seu intérprete, como tenor do Coro Intermezzo, da Santa Casa da Misericórdia do Fundão e posso dizer que isso me faz muito feliz.

Mas usufruir desses sons maravilhosos é, no meu ponto de vista, um privilégio para todos os que não sejam muito duros de ouvido.

Quando os Beatles apareceram com a sua música fui comprando todos os discos, desde singles até LP.

A dado momento tive de parar de comprar e enveredei pela gravação nos velhos gravadores de fita. Quando surgiram os gravadores de imagem, foi no sistema Beta que gravei as imagens do Rupert and the frog song - "We all stand together", de Paul McCartney.

Por acidente, tais imagens desapareceram. E desde há alguns anos que procurava tê-las de novo.

Encontrei-as agora no You Tube em duas versões da mesma história de banda desenhada. Imagens encantadoras, com a não menos encantadora música, que não resisto a deixá-las aqui neste meu espaço.

Elas fazem-me viajar no tempo e com isso sentir-me rejuvenescido.

Mas dessa mesma altura temos outra música dos Beatles, também inesquecível para mim - Hey Judy.

Recordá-la aqui é dar largas à imaginação e voar no sentido contrário ao andamento dos ponteiros do relógio e tornar sublime a recordação de momentos que, embora afastados no tempo, estão tão presentes na memória, a justificar plenamente o ditado: recordar é viver.

Mas pela voz deste mini-intérprete é o MÁXIMO !!!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Holanda - visita a um moinho tradicional

Viajando no tempo


Em 1995 acompanhei o Rancho Folclórico Cova da Beira ao festival de folclore de Warffum, no norte da Holanda. O relato dessa viagem já o fiz aqui - clic para ver.
Ficámos alojados em casas de famílias numa pequena povoação chamada Middelstum e nessa altura proporcionaram-nos diversas visitas, uma das quais a um dos seus tradicionais moinhos de vento. Mas por ser uma visita em grupo, ficou pela superficialidade a explicação quanto ao funcionamento da sua engrenagem interior.
Visitaria de novo a Holanda em 1997, a convite do casal Coba e Gerard, que me alojou na primeira vez, quando então festejaram as suas bodas de prata. Também esse relato já aqui foi feito - clic para ver.
E foi nessa altura que nos proporcionaram a visita a um outro moinho de vento e desta vez exclusivamente para nós. O casal Dick e Marta, responsável pelo moinho, fez questão de nos explicar e mostrar tudo ao pormenor, não desperdiçando eu, então, a oportunidade para recolher as imagens da engrenagem interna, a fazer lembrar o mecanismo de um relógio gigante, que aqui posso exibir.

Estes moinhos, para além da sua utilidade prática, são uma atracção turística que a Holanda não desperdiça, havendo empresas especializadas na sua manutenção.
Mas a grande curiosidade é que alguns estrangeiros investem na sua compra e preservação, como no caso deste, em que o proprietário era alemão.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O "Dr.César Botelho"

VIAJANDO NO TEMPO

Faço vénia e agradeço ao director do Jornal do Fundão, pelo que li na revista que acompanhou o semanário de 13/08/2009, e que me permito transcrever:

"Não se lembram do dr.César Botelho na sua oficina de latoaria, que o Timã, como quem desenha um cartão de visita, sugeriu que deveria ter na parede como chamariz publicitário:
O dr.César ! Baixinho e gordo, cara redonda e farta bigodaça, eximio tocador de trombone, músico da Banda (quando havia Banda e ele não se zangava), benfiquista frenético, o dr.César Botelho, quando o seu clube ganhava, retirava o instrumento do recato do lar e saía à rua, de cachecol vermelho ao pescoço, espalhar o som pelos lugares anunciando a boa nova. Nesta peregrinação, dava-lhe a sede e ele matava-a bem, olá se matava, em tascas onde o convidavam para rodadas de copos de três ou penaltis que se bebiam de um trago. E com combustivel assim renovado, lá ia ele, abraçado ao pesado instrumento, pom-pom.
Este dr.César Botelho ia às vezes, por desfastio, ao Aliança. Mas dizia que acampava lá um colega, um médico com o mesmo patronímico, um sovina de primeira categoria, e ele não queria confusões. Deus o livrasse disso. E contava que já, por mais de uma vez, à boa paz do café, o tinham chamado de urgência ao telefone e ele na boa fé lá ia. Depois do outro lado do fio perguntavam:
- Está é o dr.César ?
- ...
- Estou eu práli a gastar o meu latim, à espera de ir socorrer alguma artéria de canalização entupida, e afinal é um rendeiro que quer pagar a renda ao outro ... ou alguém a pedir um atestado médico, que é a sua grande especialidade clínica.
O Timã chama-o para a mesa.
Como é que vai o campeão da lata ?
- Eu bato muita na minha oficina e às vezes ela já me tem faltado. É que há cada vez mais praí gajos cá com uma latosa ! Gastam-na toda ...
O Timã toca-lhe na música, que é o ponto sensível do dr.César Botelho.
Então, diga lá, quando é que põe a boca no trombone e dá umas gaitadas para pôr esta marmelada toda a tremer ?
- Ora, isto agora está uma merdice, tão reles, que o trombone já não acorda ninguém, estão todos podres de sono - responde ele na galhofa. - Era preciso uma Banda inteira, mas com um grande naipe de bombos, como os de Lavacolhos, para os acordar ! E, se calhar, nem assim abriam o olho."
---oOo---
Já lá vão 45 anos, tinha eu uns envergonhaditos 20 anos, queria estar perto da minha amada e acompanhá-la a ver televisão, que na altura só se ia vendo nalguns cafés, como o "Misérias" ou o Aliança. Ela já me tinha aceite namoro, havia cerca de dois anos, e à sucapa lá nos íamos encontrando.
Mas para me aproximar dela à vista dos pais e poder acompanhá-la ao café, tinha de pedir autorização ao pai.
E as circunstâncias forçaram-me a esse gesto de coragem.
Sabe Deus então com que nervoseira, lá me aproximei do "dr. César Botelho" e pedi a necessária autorização para namorar com a filha. Que tempos ...!!!
Foi a primeira vez que falei com ele, mas fui bem sucedido, vindo a tornar-me seu genro.
Acompanhei por isso uma boa parte da sua vida e fui testemunha de um manancial de estórias, que não seriam possíveis em qualquer outro. Só do "dr.César Botelho"... !
Mas a par da música e do seu amor clubista pelo Benfica, que levou a que se dissesse que "ele gostava mais do Benfica do que da família", tinha uma outra grande paixão - era um bombeiro totalmente dedicado à causa e a sirene fazía-o saltar como uma mola, correndo para o quartel enquanto se equipava com o fardamento que estava sempre atrás da porta, pronto a ser vestido.
E não resisto a deixar aqui a referência a uma dessas estórias:- em dia de Procissão do Senhor dos Passos, levava no ouvido o auricular do rádio para ouvir o relato do seu Benfica. A certa altura o glorioso marca um golo e o "dr.César", de lanterna nas mãos, não se contém na exteriorização da sua alegria.
E de tal maneira o fez que quase mandava abaixo o andor do São João.
Vídeo com imagens de arruada e de pic-nic no 2º. "1 º.de Maio" em liberdade

O texto da revista, que tanto nos tocou, fez-nos recuar no tempo, ainda que nos pareça não ter passado nenhum tempo desde a sua partida, e já lá vão sete anos.
Obrigado, Fernando Paulouro.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Raúl - Quem o não conhecia ?!

Viajando no tempo
À volta do Raul, Mané, David, Miguel, Ana Rita, Carla e Vera
Passaram mais de 28 anos, era dia de anos da Vera, o dia 21 de Julho.
Houve uma festinha, vieram os amigos e o Raúl passou lá pelo Parque das Tílias, diante do qual morávamos. O parque que, na sua forma de então, nos deixa tanta saudade !!!
O Raul acabou por participar na festinha e também ficou na fotografia que registou um dos momentos daquele dia.
Todos o conhecíamos no Fundão. E quero recordar aqui o Raul, não pela diferença que lhe conferiam as suas limitações ao nível do raciocínio, mas porque era uma figura simpática para todos e, essencialmente por esta razão, era um ser de coração puro e bom.
E tanto assim era, que as crianças facilmente com ele conviviam.
Tinha expressões próprias que marcaram a sua passagem pela vida, como a de chamar "farata" a quantos se cruzavam com ele. Mas se também lho chamavam, a sua resposta era pronta: "farata tu..."!
Recordá-lo aqui, é uma pequena homenagem que lhe presto.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Fundão - onde já houve bandas musicais

Viajando no tempo

Recuar no tempo, até quando existiram duas bandas musicais no Fundão, não é possível para mim. Só me recordo da existência de uma. Mas nem essa já existe, desapareceu há muito.
Encontrar uma resposta para as causas do desaparecimento da última banda musical no Fundão, significa encontrar também uma resposta para as razões do desaparecimento do fulgor associativo que a Associação Desportiva do Fundão já teve. E hoje não tem.
Fiz parte dos corpos directivos desta colectividade no tempo em que a vida associativa era intensa, em que o espírito de entrega dos associados era total para qualquer actividade, fosse desportiva, cultural ou de lazer.
Era fácil, então, mobilizar os associados para a organização de todo o tipo de eventos e a história recorda-nos como aconteceram coisas tão interessantes como a volta à Cova da Beira em bicicleta, torneios de natação, basquetebol, hóquei em patins, a feira popular no reduto da associação, etc.,etc..
Havia também a banda musical, que tinha a sua própria escola de preparação dos músicos, e que desenvolveu uma grande actividade.
Desvaneceu-se, sem a dignidade de que era merecedora. Mas isso já lá vai.
E foi durante a sua existência que se realizou um festival de bandas, do qual recolhi algumas imagens.
Aqui ficam para a posteridade. É bom recordá-las.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mennonitas - Amish Country (Canadá)

Na viagem que fiz a Toronto - Canadá, em 2008, tive a oportunidade de visitar uma comunidade de mennonitas, um ramo do movimento religioso dos anabatistas, em St. Jacobs.
Tal como os Amish, são descendentes dos grupos suíços de anabatistas, chamado de Reforma Radical, cujo nome veio de Menno Simons, um padre católico que se converteu ao anabatismo.
São conhecidos pelos seus costumes conservadores, com uso restrito de equipamentos electrónicos, incluindo telefones e automóveis.
Preferem viver afastados da sociedade, não prestando serviço militar, chegando a não pagar segurança social e não aceitar qualquer assistência do governo.
Evitam ser fotografados e quando se apercebem que alguém se prepara para o fazer, como foi o meu caso, baixam a cabeça ou viram as costas. Só à distância me foi possível obter imagens de uma família em descontraída atitude.

No espaço que visitámos são comercializados todos os produtos das suas culturas, assim como é feito o mercado do gado, com os eventuais compradores a ensaiar as montadas, correndo com os cavalos numa espécie de hipódromo ali instalado.
Mas a área rural onde se desenvolve o comércio dos mennonitas foi inteligentemente aproveitado para outro tipo de comércio, pois sendo eles a atracção, à sua volta existem restaurantes, estabelecimentos requintados com marcas de grande prestígio, um sem número de atracções de feira, outlets, etc..

O relato dessa viagem pode ser visto em:

quinta-feira, 30 de julho de 2009

CARNAVAL DOS CAMINHEIROS 1997

Neste ano, o desfile de Carnaval dos Caminheiros da Gardunha foi já muito mais elaborado que os anteriores e envolveu um número de pessoas muito considerável, para além de implicar as diligências necessárias para reunir fardamentos e instrumentos, num estado de conservação que só o Carnaval os poderia aceitar naquele estado.
A "inauguração" de três importantes melhoramentos na regedoria, tais como, uma "banda ressuscitada", um "marco de correio" e o "jet 7", implicava desde logo a figura do "Rege-Dor" e os discursos adequados às circunstâncias.
Procurei desempenhar o melhor possível o papel de "Rege-Dor" e por isso adequei os discursos ao personagem que havia imaginado. Decorridos 12 anos, até eu próprio fico surpreendido com os textos.
As imagens recolhidas tiveram de ser reduzidas ao máximo de 10,00 minutos permitido pelo Youtube, para onde o clip de vídeo foi carregado e depois inserido neste espaço. Apesar dessa limitação, é possível apresentar um conjunto de imagens que dão para entender a cegada.
E a onda de entusiasmo que se gerou a partir deste Carnaval tem permitido que todos os anos o corso carnavalesco venha para a rua, tornando os Caminheiros da Gardunha como os grandes responsáveis por um cartaz que se impôs a nível regional.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

CARNAVAL DOS CAMINHEIROS - 1996

Também em 1996 se realizou o tradicional baile dos mascarados, que tinha lugar no sábado anterior ou mesmo na véspera do dia de Carnaval, só que das cegadas que então aconteceram não houve recolha de imagens.
Mas aconteceu o desfile de terça-feira de Carnaval, com a crítica às obras que no Fundão não andavam nem desandavam, por isso chamadas de "Obras de Santa Engrácia".
Assumi o papel do "padre" que fez a encomendação das "suas almas", secundado pelo coro de "carpideiras" num "sentido pranto" por obras ou monumentos como: Casino Fundanense e Convento de Santo António, Regadio Cova da Beira, Associação de Regantes, Espaço Mercado-Facif, Pavilhão Gimno-desportivo, Associação Desportiva do Fundão e Palácio da Justiça.
E tudo se organizou em cima do acontecimento, o que me levou a elaborar os textos em tempo record e durante o tempo de trabalho por conta de outrém, reconhecendo por isso ter roubado algumas horas à entidade patronal de então.
Mas era pela boa causa dos Caminheiros da Gardunha que, com espírito de fraternidade e alegria, traziam para a rua o seu contagiante entusiasmo e tudo se justificava.
O que então era um grupo não organizado, sabia "organizar-se" em eventos desta e de outras naturezas, trazendo até aos nossos dias o corso de Carnaval que todos os anos se vai repetindo.
Ficam para a posteridade as imagens do desfile de Carnaval de 1996, com a crítica às "Obras de Santa Engrácia", no Fundão.

terça-feira, 28 de julho de 2009

CARNAVAL DOS CAMINHEIROS - 1995

Em véspera de Carnaval, o baile dos mascarados proporcionava sempre as mais inesperadas e imaginativas trapalhadas.
O ambiente que então existia era descomplexado e participativo, levando a que facilmente se improvisasse um quadro, sugerido por qualquer programa de TV, comportamentos de figuras públicas ou imitação de mestres de qualquer ofício.

Foi assim que nessa noite, pela primeira vez, incorporei a figura do fotógrafo "a la minute", com uma máquina de características únicas e se exibiu o conjunto "Os BatnAvó".

Para o conjunto e quase em cima do acontecimento, foi-me pedida uma letra, e num esforço à criatividade da rima lá surgiu uma dedicada à Ciciolina, que então estava na berra devido às suas extravagâncias pornográficas e recente visita a Lisboa.

Não deu para ensaios do grupo nem mesmo para adaptação à letra, mas a exibição dos "BatnaAvó" foi um êxito.

Para recordar, aqui fica a letra da canção:

Refrão
Mostra a mama óh Ciciolina
Mostra a mama a toda a gente
Mostra a mama óh Ciciolina
Para o Zé ficar contente

A saia da Ciciolina
Deixa ver a cuequinha
Quando ela a deita p’ra baixo
Logo se vê a ratinha

A saia da Ciciolina
Foi feita para descer
Também a sua ratinha
Foi feita para … mijar

A saia da Ciciolina
Deixa ver as suas fraldas
Viram lá uma coisa grossa
Era um boneco das Caldas

A saia da Ciciolina
Guarda cobras e lagartos
Fartam-se de comer a fruta
Para ver se ficam fartos

A saia da Ciciolina
Tem um buraco por trás
Quando o Zé o vai tapar
Já nunca sabe o que faz

A saia da Ciciolina
Tapa um grande aspirador
É um buraco sem fundo
Até engole um tractor

Nas nalgas da Ciciolina
Desenharam lá um U
Se querem pôr o assento
Têm d’o meter no cú

Para acabar a cantiga
Da saia da Ciciolina
Pega-se fogo à ratinha
Regada com gasolina

O local da brincadeira foi no edifício do restaurante do parque de campismo, na altura ainda em construção.

Dada a presença deste fotógrafo, já então com fama de paparazzi, havia que "inventar um evento" para o desfile do dia seguinte.

E rapidamente se formou a cena do casamento com noivos, menino das alianças, convidados e, naturalmente, o fotógrafo a fazer a reportagem.

A população foi sendo também apanhada no "cliché", sempre que era convidada para ser fotografada com os foliões, mas ignorando que uma máquina verdadeira ia fotografando as suas reacções com os efeitos do "disparo" da objectiva.

O conjunto de imagens então recolhidas são elucidativas quanto ao êxito das brincadeiras improvisadas para o baile dos mascarados e para o desfile do dia seguinte.

domingo, 26 de julho de 2009

CARNAVAL DOS CAMINHEIROS - 1994

VIAJANDO NO TEMPO

Neste, como noutros "regressos ao passado" da memória, detenho-me em mais um dos bons momentos que o Carnaval vivido pelos Caminheiros da Gardunha nos proporcionavam.
O ambiente saudável e de alegre disposição era por todos aproveitado para se expandirem sem reservas, entregando-se às brincadeiras que a todos contagiavam. A ordem era para o divertimento descomplexado e daí que o baile dos mascarados, que antecedia o dia de Carnaval, fôsse sempre um êxito. As mais incríveis e inesperadas figuras apareciam, na pele de pessoas que seria difícil imaginar, e contribuiam sempre para o êxito das festas.
E de uma noite de baile, sempre bem surtida quanto a petiscos, passava-se para o dia seguinte com o lanche do muito que sobrava da noite anterior, terminando com nova edição de brincadeiras e os inevitáveis fados à desgarrada.
As imagens possíveis aqui ficam, a testemunhar os momentos que tão de bom grado se evocam.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

CARNAVAL DOS CAMINHEIROS - 1993

VIAJANDO NO TEMPO

Já o escrevi aqui mais do que uma vez, esta forma de "viajar" não tem limites quanto à duração da "viagem" nem ao tempo em que se situa, dependendo apenas do alcance da memória. E esse é ilimitado.

Desta vez vou instalar-me no "miradouro" que permite visionar a organização dos primeiros desfiles do Carnaval, sustentado nas imagens que ficaram desses momentos, recuando até ao ano de 1993.

Dizer que aqueles surgiam de forma expontânea, é pretender simplificar muito a questão quanto à ideia, a origem de textos, os artefactos a utilizar e a mobilização das pessoas que seriam necessárias para compor os quadros. E como responsável pelo grupo, essas e outras responsabilidades tinha de as assumir naturalmente, embora a colaboração dos demais elementos nunca tivesse faltado.

Se bem que a primeira saída para a rua - naquilo que foi chamado de primeiro desfile - se baseasse no disfarce, mais elaborado ou menos elaborado, conforme a imaginação, já os que se seguiram foram sustentados na crítica a diversas situações locais.

Sendo nessa altura um grupo não organizado em termos estatutários, tinha na colaboração entre todos a sua grande virtude, pois não havia reservas de qualquer espécie quanto ao espírito de convívio, sempre baseado na boa disposição e alegre aproveitamento dos momentos de ócio.

E era de forma descomplexada que assumíamos as figuras do Carnaval e vínhamos para a rua "provocando" no bom sentido a população, que se associava aos foliões e conferia à festa as caracterísicas que deve ter o Carnaval.

A figura de "Madona/Mamona" que então assumi é um dos exemplos, numa terça-feira de Carnaval em que os funcionários públicos não tiveram tolerância de ponto e por isso receberam a nossa visita na Câmara Municipal do Fundão.

Tempos que irei aqui recordar através das imagens que fazem parte do meu arquivo de imagens, que ficou desses tempos de boa memória.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Como concretizar o sonho de viajar

Muitos gostarão de viajar, tanto quanto eu. Adoptei até como referência uma frase do amigo Joaquim Nunes das Neves: "Porque uma viagem vale mais do que a leitura de 100 livros". Tenho constatado que é verdade.
Concretizar esse sonho nem sempre é possível, desde que não haja meios económicos para o fazer.
Não sou rico, mas aprendi que se soubermos fazer economias, conseguimos realizar alguns desses sonhos. E se um cruzeiro, na maior parte dos casos, representa o sonho de uma vida, no meu caso já consegui realizar três cruzeiros:
2002 - Brisas do Mediterrâneo (Barcelona, Mónaco-Monte Carlo, Pisa-Luca, Roma, Nápoles- Pompeia, Malta, Barcelona), o primeiro;
2008 - Cruzeiro das ilhas gregas (Atenas, Santorini, Rhodes, Myconos, Dubrovnik, Veneza), o segundo;
2009 - Cruzeiro no Báltico (Copenhague, Gdansk, Klaipeda, Estocolmo, Tallin, S.Petersburgo, Helsinquia), o terceiro;
Sendo um profissional da gestão de números, procuro que a minha vida pessoal e familiar também assente numa boa gestão dos números que a condicionam, principalmente os que dizem respeito à parte económica.
Curiosamente foi no primeiro cruzeiro, quando fazíamos a visita à primeira capital da ilha de Malta - Mdina - hoje chamada de "cidade do silêncio", por se encontrar quase desabitada, que em conversa com um grupo de brasileiros me apercebi da sua forma de fazer economias para as viagens:- começam a colectar-se para a viagem seguinte, mal acabam de fazer a anterior.
Também assim procedo em relação aos meus aforros para as viagens, começando a fazer economias no ano anterior à sua concretização, através de uma conta a prazo.
E a demonstração de que podemos fazer economias, seja para viajar ou para qualquer outro projecto, apresentei-a a um fumador de 2 maços de tabaco por dia. Tomando como valor do maço 4€, é simples: 4,oo€ x 2 x 30 dias = 240,00€ x 12 meses = 2.880,00€/ano.
Com esse valor é possível fazer uma viagem muito interessante para duas pessoas. Mas por vezes os fumadores são dois no casal !
Ora eu não sou fumador, por essa razão vou conseguindo dar concretização ao sonho de viajar.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

"O teatro dá sabor à vida"

Nem sempre as saídas para longe nos compensam tanto o espírito e o corpo, como estas em que "vamos para fora cá dentro" aproveitando, afinal, o que de tão bom por cá temos.
Ir ao teatro, mesmo que à custa de uma deslocação de mais de 250 km até ao Porto, enriquece-nos o espírito. E a peça de Filipe La Féria "A Gaiola das Loucas", bem contribuiu para isso.
O jantar no terraço do Rivoli, à luz da vela e música ao vivo, que julgamos contribuir apenas para o bem estar do corpo é também muito benéfico para o espírito. E olhando os pratos, a frase que neles está impressa, justifica plenamente este ou outros circuitos que nos levem, perto ou longe, junto de um palco: "o teatro dá sabor à vida".

O dia seguinte continuou a ser de alimento para o corpo, com uma gostosa cataplana de tamboril e marisco, na Nazaré, onde não deixamos de ir sempre que estamos por perto. Aliás, a Nazaré é sempre um bom destino para nós.
Mas depois também alimentámos o espírito, visitando a Quinta dos Loridos, da Fundação Berardo, perto do Bombarral (saída 12 da A8).
Chamado de "Buddha Eden" ou Jardim da Paz, é um espaço de cerca de 35 hectares, que pretende ser um espaço de reconciliação, meditação, "... como forma de redescobrir a felicidade. Ambicionamos, assim, percorrer o caminho contrário à destruição do ser humano e disseminar a cultura da paz". É o que se lê dos objectivos que levaram à sua criação, idealizada e concebida "pelo comendador José Berardo em resposta à destruição dos Budas Gigantes de Bamyan" pelo governo talibã, no Afeganistão.

Sem nos questionarmos sobre tais objectivos ou sobre o investimento ali feito, pessoalmente acho que investir na arte e na cultura vale sempre a pena.
E cada qual é senhor de fazer do seu dinheiro o que muito bem entender, desde que administre apenas o que é seu.
Aconselhamos uma visita ao local, e se tal não fôr possível, uma simples espreitadela ao site: